O sistema de pontos UCI está decidindo o calendário das equipes em 2023

Embora faltem três anos para o próximo ciclo de licenças do World Tour ser concluído, as equipes não querem deixar tudo novamente para a última hora e preparam temporadas que visam alcançar o máximo de pontos UCI possível desde o início. Lotto Dstny e Israel-PremierTech iniciam a temporada determinados a retornar ao World Tour no final do próximo ciclo.

A necessidade de pontos UCI faz com que Lotto-Dstny decida desistir do Giro d'Italia

Após a emocionante batalha para evitar o rebaixamento do World Tour, na qual Lotto-Souda e Israel-PremierTech finalmente tiveram que ceder sua licença de primeira divisão para Alpecin-Deceuninck e Arkea-Samsic, uma nova jornada começa nos próximos três anos, onde se repetirá o processo: apenas as 18 equipes que obtiverem mais pontos UCI durante esse período terão direito à licença do World Tourdurante o período de três anos seguinte.

Esta luta já condicionou o calendário de muitas equipes durante a temporada passada, muitas optando por diversificar as suas participações e optando em muitos casos por provas de nível pro ou 1 onde tinham mais possibilidades de somar pontos na conta do que nas provas world tour em que o nível é muito superior.

Um paradigma que tem feito muitas provas ganhar importância que até então passavam despercebidas e que promete repetir-se já na temporada de 2023.

É o caso da Lotto-Dstny, que acaba de confirmar, apesar de ter o direito de participar, que não participará do próximo Giro d'Italia pela primeira vez nos últimos 20 anos. Em vez disso, concentrarão seus esforços nas corridas de segunda e terceira categoria que mencionamos antes, que abrem as portas para somar muitos pontos, em vez de apostar tudo em alguma vitória difícil na etapa do Giro.

Precisamente as escalas estabelecidas para distribuir os pontos têm sido uma das principais críticas ao sistema de pontuação estabelecido pela UCI o que, no entanto, fez com que as corridas que mal conseguiram se manter no calendário ganhassem uma certa relevância que lhes permitirá continuar mantendo sua organização.

Além dos pontos para uma possível ascensão, para times como Lotto ou Israel também é importante se classificar entre os melhores times da categoria Pro Team de 2023. Os dois primeiros times dessa categoria em cada temporada ganham automaticamente um Wild Card para participar de todos os eventos do World Tour, que para 2023 correspondem a Lotto-Dstny e Total Energies. Já o terceiro classificado, Israel-PremierTech em 2022, só recebe convite para os eventos de um dia do World Tour, assim sua participação nas grandes voltas depende de um dos convites emitidos pelas organizações.

Um exemplo claro da importância da classificação anual foi o desempenho da Alpecin-Deceuninck nos últimos anos que, graças à liderança da classificação Pro Team nos últimos anos, conseguiu estar presente em todas as corridas de ponta sem limitação como se fosse de fato uma World Tour, condição que finalmente foi assinada este ano, apesar de ter que incorporar a Deceuninck como patrocinadora para atender às exigências financeiras da categoria.

Por enquanto, apenas Lotto-Dstny declarou claramente suas intenções em buscar o máximo de pontos desde o início, embora não deva ser surpreendente que outras equipes, incluindo equipes do World Tour que este ano sofreram a ameaça de rebaixamento, optem pela mesma estratégia. Um calendário alternativo que, por exemplo, permitiu à Movistar Team brilhar na última parte da temporada para, juntamente com o notável resultado alcançado com o pódio de Enric Mas em La Vuelta, garantir a licença do World Tour sem as pressões que se previam para a conclusão do Tour de France.