Por que Pogacar usa sempre tênis com cadarços?
A aerodinâmica tornou-se uma verdadeira obsessão no ciclismo de estrada e um bom exemplo disso é como os sapatos com cordões estão se tornando cada vez mais comuns em um pelotão que busca arranhar até o último watt. Uma tendência que tem colocado algumas marcas de calçados de ciclismo em apuros, pois ainda não possuem modelos com cordões em seu catálogo.

Modificações artesanais, capas para sapatos, protótipos... os sapatos com cordões estão de volta à moda
Parece mentira, mas os cordões voltaram com força aos sapatos de estrada, assim como eram nos sapatos primitivos com sola de madeira que dominavam o pelotão durante a maior parte do século XX. Depois, o velcro começou a dominar o cenário, sendo progressivamente substituído primeiro pelos fechos micrométricos e depois pela eficiência do BOA. Agora, os cordões voltam à cena, sacrificando a capacidade de ajuste em movimento em troca de sapatos mais leves e, acima de tudo, mais aerodinâmicos.

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E é que tudo conta na busca por ganhos marginais e, desde que os testes no túnel de vento começaram a detectar que os cordões representam uma leve economia de alguns poucos watts, muitos ciclistas começaram a usar modelos de sapatos com esse tipo de fecho.

Sem dúvida, o mais icônico é o próprio Tadej Pogacar, que há alguns anos usa os leves DMT Pogis que a marca italiana desenvolveu para atender às suas necessidades e preferências, tornando-se um dos sapatos mais desejados do mercado, apesar dos mais de 400 euros que custam para adquirir. Uma solução simples que os ciclistas costumam usar para melhorar a aerodinâmica dos sapatos é usar capas para sapatos, uma opção que geralmente não agrada aos patrocinadores nem aos ciclistas, pois, embora sejam leves de licra simples, sempre resultam em uma redução na refrigeração do pé.
Alguns ciclistas, como foi possível ver com Stefan Küng no Mundial de Kigali, optaram pelo "faça você mesmo", modificando uns caros Shimano S-Phyre para remover os Boa e fixar com rebites várias fivelas como as usadas nas botas de montanha para poder passar um cordão e ter seu protótipo de Shimano S-Phyre aero. Com certeza a marca japonesa tomou boa nota disso.

Também foram vistas adaptações nos sapatos Bontrager usados pelos ciclistas da Lidl-Trek, neste caso bastante mais elaboradas, o que poderiam ser protótipos criados pela marca, o que nos permite antecipar que a marca de Wisconsin não demorará muito para lançar um modelo com cordões.
De qualquer forma, vale a pena a mínima economia que os cordões proporcionam em troca da perda da capacidade de ajuste em movimento? No nível de cicloturismo, está claro que a maioria continuará preferindo as vantagens do BOA. Não é raro apertar os sapatos e ter que afrouxá-los com o passar das horas conforme a temperatura aumenta e os pés incham. Ou o contrário, apertá-los conforme a exigência do percurso aumenta para ter um contato mais direto e melhor transferência de forças. Possibilidades de ajuste que os cordões não proporcionam, apesar de permitirem economizar alguns poucos watts.