Tome as curvas como um profissional

Treinamento 02/04/24 06:52 Migue A.

Traçar as curvas de forma ótima é uma habilidade chave para qualquer um que queira ir o mais rápido possível em sua bicicleta de estrada. Além de nos conceder alguns metros de vantagem que, dependendo das circunstâncias, podem ser decisivos, nos ajuda a economizar energia e a ganhar em segurança sobre a bicicleta.

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Em várias ocasiões falamos sobre a importância da técnica no ciclismo de estrada e a negligência habitual desta por parte daqueles que praticam esta disciplina, uma desconsideração que é muito mais evidente no ciclista amador e cicloturistas que até têm um manejo da bicicleta que pode ser considerado deficiente.

Quando falamos de técnica na bicicleta de estrada, muitas vezes pensamos apenas nas descidas das montanhas, mas, no entanto, atravessar trechos urbanos ou simplesmente contornar rotatórias rapidamente exige certas habilidades para fazê-lo com velocidade e segurança, situações que têm em comum a capacidade de traçar curvas da melhor forma possível.

E é que, fazer curvas é uma espécie de arte quando estamos em uma bicicleta, um veículo no qual, ao contrário dos motorizados, não temos um freio motor que nos segure quando paramos de acelerar nem, na verdade, um motor que nos permita recuperar facilmente a velocidade perdida. Portanto, traçar curvas se torna um jogo de equilíbrio entre perder a menor velocidade possível que depois nos permita recuperar o ritmo com um mínimo gasto de energia e, ao mesmo tempo, saber quando e quanto devemos frear para evitar exagerar, algo que pode resultar em quedas.

Ao tomar curvas, o primeiro aspecto importante é, como não poderia deixar de ser, a trajetória. Aqui devemos definir em primeiro lugar o que é a trajetória ideal, ou seja, aquela que requer o menor raio de curva e aproveita ao máximo a largura da pista disponível em cada situação, atenção, de forma legal, nada de usar a contramão ou outras infrações. A trajetória ideal é essencialmente começar no lado externo da pista, frear até o ponto de entrada da curva e, uma vez lá, soltar os freios e fechar progressivamente até o vértice onde começaremos a endireitar a bicicleta e acelerar progressivamente até sair pelo lado externo da curva.

No entanto, a trajetória ideal nem sempre é a ótima. Em muitos casos, pode nos interessar segurar mais a bicicleta para entrar um pouco mais tarde na curva e poder começar a acelerar antes. Em outras ocasiões, se a curva se conecta com outra, devemos sacrificar abrir na saída da curva para nos mantermos no interior e poder fazer corretamente a segunda curva. Por último, temos a opção de atacar cedo o vértice da curva segurando o mínimo a bicicleta, o que nos permitirá ser mais agressivos. Diferentes alternativas que, infelizmente para aqueles que esperam uma resposta que lhes diga quando usar uma ou outra, só podemos decidir qual usar com base em nossa experiência e na situação específica. Não existe uma receita universal.

O que não varia é a metodologia ao enfrentar a curva. Abrir, frear até a entrada, novamente a experiência e nossa habilidade nos dirão quanto, soltar os freios e inclinar a bicicleta para nos dirigirmos ao vértice que procuramos com o olhar, já que, instintivamente, dirigimos a bicicleta para onde olhamos. A teoria diz que devemos soltar o freio assim que começamos a inclinar a bicicleta, mas, à medida que ganhamos habilidade e buscamos apurar mais, se faz a frenagem forte em linha reta, mas se mantém durante a inclinação, liberando progressivamente à medida que nos aproximamos do vértice. Neste caso, é importante estar muito consciente da aderência de nossos pneus, um excesso de frenagem inclinado, especialmente na roda dianteira, significa perder aderência e, muito provavelmente, acabar no chão. Precisamente isso é o que vemos nas corridas quando se assume riscos para aproveitar ao máximo e ganhar décimos em cada curva.

Também é importante notar que nem sempre é necessário frear nas curvas e um dos problemas na hora de ser eficiente para a maioria dos ciclistas é justamente esse, frear em excesso, o que depois implica um grande gasto de energia para recuperar a velocidade perdida. Em muitas situações, uma trajetória correta, novamente algo que deve ser praticado, nos permite evitar o uso do freio, até mesmo parar de pedalar. O ápice dessa habilidade pode ser visto em competições de fixies, corridas com bicicletas de pinhão fixo, sem freios e nas quais não se pode parar de pedalar, que às vezes são realizadas em circuitos sinuosos nos quais a trajetória das curvas é vital.

Falando sobre a aderência, também é importante brincar com o peso do corpo, que podemos deslocar para frente ou para trás para dar mais aderência à roda correspondente ou inclinar para o interior ou exterior da curva, dependendo de como é a aderência disponível. Por exemplo, em superfície molhada, inclinaremos mais o corpo para o interior, o que nos permite manter a bicicleta mais reta evitando que o chão molhado nos faça perder a aderência dos pneus.

Outro conhecimento necessário ao traçar curvas é o domínio da inclinação da bicicleta através da técnica de contramanobra. Lembramos que a bicicleta, a partir de certa velocidade, se inclina devido à força que exercemos, muitas vezes de forma inconsciente, sobre o guidão. Se virarmos o guidão para a direita, a bicicleta se inclina para a esquerda e vice-versa. Conhecendo esse efeito, temos uma ferramenta que podemos controlar conscientemente e que nos permite regular o grau de inclinação da bicicleta.

Existem muitas maneiras de melhorar nossa habilidade de traçar curvas. A mais bruta, mas eficaz, é seguir alguém que traça melhor do que nós. Normalmente, se tivermos a pressão correta nos pneus, outro dado essencial para traçar curvas o mais rápido possível e a maioria ainda usa pressões excessivas, é que se o ciclista à nossa frente passar, nós também podemos passar se fizermos exatamente o mesmo. Obviamente, este é um método um tanto radical que pode nos levar a ultrapassar nossas capacidades de domínio da bicicleta.

Antes de chegar a esse ponto, pode ser útil, como é feito nas escolas de ciclismo, fazer circuitos com cones que nos permitam ganhar domínio da bicicleta. Simplesmente, em uma praça ou em um estacionamento amplo, colocar alguns cones, brincando com separações e trajetos e ganhando domínio da bicicleta.

Praticar ciclismo off-road, seja gravel ou mountain bike, também é uma excelente ajuda na hora de ganhar segurança nas curvas e domínio da bicicleta de estrada, já que são disciplinas nas quais a aderência oferecida pelo terreno é sempre menor do que a encontrada no asfalto, permitindo-nos explorar os limites dos pneus e, acima de tudo, aprender a sentir as perdas de aderência e jogar nessa linha tênue em que nos sustentam mas deslizam de forma controlada.

Claro, assim como acontecia nas descidas, o conhecimento do terreno é vital na hora de traçar rápido e, embora sempre possamos nos deparar com surpresas, no final aprendemos como traçar as rotatórias de acordo com a saída que vamos tomar, ou como aproveitar a largura da rua em uma curva de 90 graus na cidade, já que a variedade de situações que encontramos não é tão grande a ponto de não conseguirmos dominá-las.

Por último, há o fator psicológico. Se formos constantemente com medo pensando que vamos cair a cada curva, nunca poderemos traçar curvas de forma fluida, e até acumularemos bilhetes para cair por nos bloquearmos em alguma situação.

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