Os "segredos" de Vingegaard para vencer o Tour

Autoestrada 25/07/22 22:48 Guilherme

Vencer a corrida mais importante do mundo está apenas ao alcance de ciclistas com habilidades excepcionais e exige o melhor deles. Pernas, cabeça, equipamento, tudo tem que funcionar perfeitamente por 21 dias para conseguir a cobiçada camisa amarela do Tour de France.

As chaves para a vitória de Jonas Vingegaard no Tour de France

Mais do que segredos, teríamos que falar de um conjunto de fatores que, somados, colocam um ciclista em condições de conquistar a vitória na prova mais desejada. Obviamente, um ciclista que pretende conquistar o Tour de France tem que ter qualidades excepcionais, bem acima das do profissional médio.

No caso de Jonas Vingegaard, trata-se de um ciclista de 25 anos, com 1,75 de altura, mas pesando apenas 60 quilos, o que a priori o postula como um escalador excepcional, apesar de ter suas origens em um país como a Dinamarca.

Jonas Vingegaard tornou-se ciclista profissional em 2016, quando foi contratado pela equipe continental dinamarquesa ColoQuick. No entanto, até apenas 3 anos atrás, quando a Jumbo-Visma o trouxe para suas fileiras, ele ainda trabalhava meio período em uma fábrica de processamento de pescado.

Já na Jumbo-Visma conseguiu sentir-se totalmente profissional, conseguindo no seu primeiro ano estrear os seus palmarès com uma etapa no Tour da Polónia. Após esta primeira temporada de adaptação à máxima categoria, não demorou muito para mostrar sua potência quando, no ano seguinte, teve que assumir as listras da equipe holandesa no Tour de France após o abandono de Primoz Roglic.

Ele soube lidar bem com a pressão da primeira fila e mostrou uma tremenda autoconfiança, chegando a colocar Tadej Pogacar em apuros em algum momento para terminar na 2ª posição em sua estreia no Tour de France. Apenas seu segundo Grand Tour depois de participar em 2021 na Vuelta a España.

Em 2022, na sua segunda oportunidade, confirmou a sua evolução com uma vitória incontestável no Tour de France em que também venceu as duas etapas rainhas da prova.

O Plano B

Apesar de sua grande posição no Tour de France 2021, Jonas Vingegaard não começou como líder da Jumbo-Visma. Essas listras recaíam em Primoz Roglic. No entanto, logo, após a queda sofrida pelo esloveno e o tempo perdido na 5ª etapa, viu-se que o trunfo da esquadra holandesa seria Jonas Vingegaard.

Desde então, sua equipe recorreu a ele, com um trabalho imensurável ao longo das etapas, apesar do caos em que mergulharam durante a disputa pela etapa dos pavés, com aquela troca de bicicleta bizarra onde um companheiro de equipe lhe deu uma enorme, depois trocou com outro companheiro de equipe para uma do seu tamanho no momento que o carro da equipe chegou com a sua.

Tirando esse sinal, e as baixas causadas pelo covid, a Jumbo-Visma mostrou-se uma equipe tremendamente sólida que, sem dúvida, poupou muito esforço de Jonas Vingegaard na corrida.

Menção especial na atuação da Jumbo-Visma na grande ofensiva que conseguiram lançar nas subidas do Galibier com um Primoz Roglic que, apesar das lesões que agora sabemos que sofreu, foi fundamental para desmantelar a resistência de Tadej Pogacar.

Além disso, eles tiveram o ciclista mais poderoso da corrida, um Wout Van Aert que, embora tenha jogado suas cartas quando estava livre para fazê-lo, não hesitou em vestir seu macacão para resolver algumas situações críticas.

Especialmente notável, foi o trabalho que realizou em etapas como os pavés, fechando todas as lacunas e deixando praticamente em nada o rendimento obtido pela ofensiva de Tadej Pogacar ou seu trabalho do início ao fim para liderar a corrida rápida no dia que terminou em Alpe d 'Huez. Sem dúvida, ter Wout Van Aert na equipe é como ter um ciclista extra.

Força e cabeça

Apesar do imprevisível início da primeira semana, tanto Jonas Vingegaard quanto sua equipe souberam manter a cabeça fria e não serem pegos pelos constantes ataques de Tadej Pogacar. A tática de não perder a corrida na primeira semana e economizar o máximo possível para a reta final deu certo.

Até a chegada ao Planche des Belles Filles praticamente não tínhamos visto Jonas Vingegaard. Naquele dia ele só apareceu nos últimos metros, ficando na roda de Pogacar enquanto fazia sua equipe trabalhar. Ele tentou a vitória lá e apenas a velocidade máxima do esloveno o privou da vitória naquele dia.

Na realidade, Jonas Vingegaard só acertou ferozmente em um dia, o da já histórica etapa que terminou no Granon. Tanto no maciço central como nas duas primeiras etapas dos Pirinéus, limitou-se a resistir, mesmo dando a impressão de que poderia ter arrematado a corrida. Uma tática arriscada se lembrarmos do resultado do Tour de France 2020 quando Primoz Roglic cedeu a camisa amarela no contrarrelógio final.

No entanto, a equipe preparou um último golpe para a etapa rainha dos Pirineus, com final em Hautacam. Novamente contando com o inestimável trabalho de Sepp Kuss e Wout Van Aert que deixaram Jonas Vingegaard em condições de sentenciar o Tour de France nas subidas do colosso dos Pirinéus sem ter que esperar pelo que ditaria o longo contrarrelógio em Rocamadour.

Plena autoconfiança

Se algo nos chamou a atenção na forma de correr de Jonas Vingegaard durante este Tour de France, é a decisão na hora de sair para fechar as lacunas diante dos inúmeros ataques a que Tadej Pocagar o submeteu. Além das pernas, é necessária uma grande dose de autoconfiança para sair para essas violentas mudanças de ritmo com essa solvência.

Uma confiança em suas habilidades que teve o efeito colateral de minar a de Tadej Pogacar que, em nenhum momento do Tour de France, foi visto como capaz de deixar o ciclista dinamarquês.

No entanto, tanta crença em suas próprias capacidades estava prestes a pregar uma peça em Jonas Vingegaard quando, no contrarrelógio final, ele estava tão motivado para a vitória da etapa, apesar de já ter o Tour de France em suas mãos, que quase foi ao chão em uma curva.

Não há dúvida de que Jonas Vingegaard fez um excelente Tour de France batendo um rival de nível tremendo como Tadej Pogacar. Golpeando com contundência nos momentos certos e sabendo manter a força no resto dos dias. No único dia que poderia ser descrito como ruim, aquele caótico do Pavés, teve seu anjo da guarda Wout van Aert para minimizar um dia que poderia ter sido decisivo no resultado final.

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