As canotes telescópicos de MTB chegam novamente à Milão-San Remo

Matej Mohoric tentará repetir sua espetacular vitória do ano passado na Milão-San Remo que acontece amanhã, contando com sua enorme habilidade nas descidas, potencializada com a ajuda de um canote de selim telescópico de MTB que lhe dá estabilidade e controle sobre a bicicleta, fazendo a diferença em uma descida técnica e curta como a do Poggio.

ATUALIZAÇÃO: Finalmente Mohoric competiu com um canote telescópico FSA Flowtron e não com o FOX Transfer do ano passado. Isso pode ser visto em um vídeo compartilhado pela equipe.

#MilanoSanremo

 @matmohoric’s bike @Milano_Sanremo #RideAsOne pic.twitter.com/dm6pRrVDQN

— Team Bahrain Victorious (@BHRVictorious) 18 de março de 2023

O canote telescópico de Mohoric fará a diferença novamente?

É difícil que a situação se repita, especialmente com todos os seus rivais cientes de que precisam manter Mohoric sob controle na descida do Poggio. No entanto, o esloveno certamente tentará tirar proveito de sua refinada técnica de descida com a ajuda do canote telescópico que nos surpreendeu na edição do ano passado e que está montado em sua bicicleta desde a Strade Bianche, onde o surpreendente ataque de Pidcock na subida do Monte Santa Maria impediu que ele jogasse sua carta na manga para a equipe Bahrain-Victorious.

Lembramos que os canotes telescópicos, comuns em bicicletas de montanha, permitem abaixar o centro de gravidade do ciclista, o que proporciona maior estabilidade. Ao mesmo tempo, proporciona mais espaço livre para o ciclista, melhorando o controle da bicicleta. Vimos isso aplicado à bicicleta de estrada na assustadora descida que Mohoric nos deu, traçando as curvas praticamente de um extremo ao outro da estrada que desce para San Remo e que, para quem não conhece ao vivo, que será a maioria, é uma descida muito rápida, estreita e com curvas fechadas mas bastante inclinadas onde a cabeça pede para frear mas, conhecendo-a, pode-se enfrentá-la realmente rápido, justamente onde entra em jogo a habilidade técnica do ciclista.

Em uma imagem mostrada no Twitter da Bahrain-Victorious, podia-se ver a bicicleta de Matej já preparada para a Milão-San Remo. A propósito, o tweet não se referia ao canote, mas à recuperação do ciclocomputador Garmin do esloveno, que foi roubado alguns dias atrás e o próprio Mohoric pediu ao ladrão que lhe enviasse o arquivo do treinamento, que ele poderia ficar com o Garmin.

@matmohoric’s Garmin is back?#RideAsOne pic.twitter.com/SYn4xvlb6F

— Team Bahrain Victorious (@BHRVictorious) 3 de março de 2023

Na publicação, pode-se observar que o canote telescópico que ele usa é um Fox Transfer SL, um modelo de apenas 167 gramas voltado para uso em bicicletas de XCO/Maratona e Gravel, no caso da opção escolhida por Mohoric no ano passado, com 6 cm de curso. Uma das razões para esta última escolha, além de que opções de maior curso limitavam a capacidade de pedalar na saída das curvas, é cumprir com a regulamentação da UCI que se refere ao recuo mínimo que o selim deve ter, fixado em 5 centímetros. Com um canote em que o selim desce muito, esse limite poderia ser ultrapassado ao reduzir o recuo ao abaixá-lo.

Também se observa na publicação da Bahrain-Victorious que Mohoric continua usando a mesma solução para seu acionamento, um comando de Grip Shift modificado para deixá-lo em sua mínima expressão e que se situa na curva do guidão do lado direito.

De qualquer forma, o uso do canote telescópico obriga Matej Mohoric a optar pela bicicleta de escalada da Merida, o modelo Scultura que mantém um canote redondo convencional em comparação com os de perfil aerodinâmico que quase todas as bicicletas do pelotão usam hoje em dia, incluindo a aerodinâmica Reacto que os corredores da Bahrain-Victorious normalmente usam em percursos planos como o da Milão-San Remo.