Pogacar cala as dúvidas com um golpe de autoridade nos Pirineus

Depois da etapa da última quarta-feira, muitas vozes questionaram a generosidade dos esforços de Tadej Pogacar e a candidatura de Jonas Vingegaard para a vitória final no Tour de France 2024 começou a ganhar força. No entanto, a chegada dos Pirineus foi o cenário perfeito para o esloveno colocar as coisas no lugar e reafirmar sua liderança na classificação geral.

Vitória para Tadej Pogacar na 14ª etapa do Tour de France 2024

A tão esperada etapa rainha dos Pirineus no Tour de France 2024 com um percurso clássico entre Pau e Saint Lary Soulan, com o mítico Tourmalet no percurso e a Hourquette d'Ancizan como prévia à subida final ao Pla d'Adet. Uma etapa com quilometragem contida, apenas 151 quilômetros, mas com a dureza concentrada nesse encadeamento tremendo de montanhas nos últimos 70 quilômetros.

Como não poderia deixar de ser, a etapa começou, mais um dia, com um ritmo intenso, com muitos ciclistas de alto nível tentando formar a fuga. Na verdade, demorou mais de 50 quilômetros para o corte definitivo ser feito, com ciclistas como Michal Kwiatowski, David Gaudu, Mathieu van der Poel, Ben Healy, Oier Lazkano e Alexey Lutsenko entre os 18 ciclistas.

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A chegada do Tourmalet e suas rampas duras selecionaram ainda mais o grupo e, a menos de um quilômetro da fuga, David Gaudu arrancou com Oier Lazkano em sua roda tentando conquistar o Souvenir Jacques Goddet, o troféu que reconhece o ciclista que passa primeiro por esta montanha mítica e que tem um prêmio de nada menos que 5.000 €. Na rampa final íngreme, o ciclista da Movistar Team arrancou e deixou para trás facilmente um escalador puro como Gaudu, conquistando o valioso prêmio e entrando para a história daqueles que coroaram a montanha mais lendária do Tour de France em primeiro lugar.

Na descida, com tantos quilômetros e tanta dureza pela frente, Oier foi alcançado pelo grupo da fuga, que já estava reduzido a 10 unidades. Enquanto isso, a UAE Team Emirates liderava a corrida, mantendo a vantagem da fuga sob controle e endurecendo a etapa, uma clara demonstração de que as declarações de ontem, em que Tadej Pogacar previa uma estratégia mais conservadora, eram apenas uma forma de desviar o foco.

A Hourquette d'Ancizan foi apenas uma montanha de transição, mantendo o tom da etapa, deixando o desfecho final para a subida ao Pla d'Adet. Na frente, Ben Healy foi o primeiro a atacar, com David Gaudu em sua roda. Logo atrás, a algumas dezenas de metros, estavam Oier Lazkano e Louis Meintjes tentando reduzir a diferença, mas sem sucesso. No final, apenas Ben Healy permaneceu na frente, sentindo a pressão do pelotão que vinha sendo liderado primeiro pelo ritmo forte de Marc Soler e depois, com a entrada de Joao Almeida, reduzido ao mínimo.

No entanto, eles não conseguiam reduzir a diferença com Ben Healy e, por um momento, começamos a pensar que a tática conservadora poderia ser verdade. Na verdade, todos ficaram surpresos com o ataque de Adam Yates, que foi atrás do ciclista da EF Education-EasyPost em um movimento claro para buscar a vitória na etapa, como confirmou posteriormente o próprio Tadej Pogacar em suas declarações pós-etapa, afirmando que a tática era tentar vencer a etapa com Adam e, se fosse alcançado, ser ele quem finalizaria no sprint.

Mas Tadej Pogacar viu algo nos rostos de seus rivais, algum gesto, ou simplesmente sentiu boas sensações nas pernas que, em um impulso de puro instinto, a 5 quilômetros da linha de chegada, arrancou novamente de forma seca e extremamente explosiva, um deleite para os sentidos.

 

 

 

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E desta vez, Jonas Vingegaard não o seguiu de imediato, apesar de tentar acompanhar o ritmo. Remco ficou em sua roda enquanto, um pouco mais atrás, Carlos Rodríguez tentava alcançá-los com dificuldade, sem sucesso.

Num piscar de olhos, Pogacar reduziu a diferença para Adam Yates, exatamente quando este neutralizava Ben Healy e, imediatamente, o britânico assumia a liderança. Mas seu ritmo não era tão intenso quanto deveria e, por alguns momentos, parecia que Jonas Vingegaard poderia voltar a se aproximar, depois de soltar Remco. Por isso, após um breve respiro, a 4 quilômetros da meta, Tadej Pogacar acelerou novamente e estabeleceu um ritmo que, aos poucos, foi aumentando a diferença para Jonas Vingegaard.

Vitória na décima quarta etapa do Tour de France 2024 para um Tadej Pogacar imenso, que cruzou a linha de chegada 39 segundos antes de seu rival mais próximo, aos quais se somaram os 4 segundos de bonificação que aumentaram sua vantagem na classificação geral para 1:57 sobre Jonas Vingegaard. 31 segundos depois chegou Remco Evenepoel, que cedeu a segunda posição na classificação geral ao ciclista da Visma-Lease a Bike.

A classificação se torna mais clara quando ainda resta uma etapa pirenaica amanhã em direção ao Plateau de Beille e está claro que Tadej Pogacar não quer surpresas de última hora para a semana final, quando o pelotão retornará aos Alpes, além de uma contrarrelógio a ser disputada no último dia da corrida.

Classificação Etapa 14

1. Tadej Pogacar (UAE Team Emirates) 4h01'51''
2. Jonas Vingegaard (Visma-Lease a Bike) +39''
3. Remco Evenepoel (Soudal-QuickStep) +1'10''
4. Carlos Rodríguez (INEOS Grenadiers) +1'19''
5. Giulio Ciccone (Lidl-Trek) +1'23''
6. Santiago Buitrago (Bahrain-Victorious) +1'23''
7. Adam Yates (UAE Team Emirates) +1'23''
8. Felix Gall (Decathlon-AG2R La Mondiale) 1'26''
9. Matteo Jorgenson (Visma-Lease a Bike) +1'29''
10. Derek Gee (Israel-PremierTech) +1'29''

Classificação Geral

1. Tadej Pogacar (UAE Team Emirates) 56h42'39''
2. Jonas Vingegaard (Visma-Lease a Bike) +1'57''
3. Remco Evenepoel (Soudal-QuickStep) +2'22''
4. Joao Almeida (UAE Team Emirates) +6'01''
5. Carlos Rodríguez (INEOS Grenadiers) +6'09''
6. Mikel Landa (Soudal-QuickStep) +7'17''
7. Adam Yates (UAE Team Emirates) +8'32''
8. Giulio Ciccone (Lidl-Trek) +9'09''
9. Derek Gee (Israel-PremierTech) +9'33''
10. Matteo Jorgenson (Visma-Lease a Bike) +10'35''