“Se lhe fosse permitido, Pogacar já estaria competindo no ciclocross”: a UCI sonha com o esloveno para impulsionar a modalidade
O diretor esportivo da UCI, Peter Van Den Abeele, analisou recentemente a evolução do ciclocross e seu possível salto para os Jogos Olímpicos de Inverno, enquanto destaca o crescente interesse de grandes nomes do ciclismo de estrada, incluindo Tadej Poga?ar.
A UCI confia no crescimento do ciclocross e cita Poga?ar como modelo de ciclista moderno
O belga Peter Van Den Abeele, atual Diretor Esportivo da UCI e antigo especialista em ciclocross, avaliou para o jornal Nieuwsblad o momento que a disciplina atravessa e sua projeção internacional. Durante sua visita à Koppenbergcross, o ex-ciclista sublinhou que o ciclocross vive uma fase de expansão além da Flandres e que até figuras de primeiro nível do ciclismo mundial, como Tadej Poga?ar, estariam dispostas a voltar ao barro se suas equipes permitissem.
“Poga?ar também competia em ciclocross (foi campeão nacional em 2019). Se sua equipe permitisse, ele já estaria competindo”, apontou Van Den Abeele.
Van Den Abeele celebrou que o ciclocross conseguiu romper parcialmente sua tradicional fronteira da Flandres, com provas que triunfam fora da Bélgica. “Benidorm é um evento de enorme sucesso e Liévin foi um Mundial fantástico. Mesmo assim, as corridas na Flandres continuam sendo as mais potentes”, explicou.
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O dirigente da UCI reconheceu que expandir o calendário fora do coração belga não é simples, mas considera que algumas novas sedes internacionais estão consolidando uma base de fãs cada vez mais ampla. “Duas grandes provas a mais fora da Bélgica trariam equilíbrio”, apontou.
Entre os fatores que mais ajudaram ao crescimento do ciclocross, Van Den Abeele destacou a aposta das equipes profissionais por estruturas multidisciplinares. Ele citou o exemplo de formações como Alpecin-Deceuninck, EF Education ou Jayco-AlUla, que contam com corredores de diferentes modalidades sob um mesmo projeto.
A UCI pretende reforçar essa conexão com uma nova normativa que entrará em vigor em 2027: as equipes profissionais poderão somar pontos UCI obtidos em outras disciplinas diferentes da estrada. “Para as grandes equipes será algo anecdótico, mas para as pequenas pode ser uma grande oportunidade”, disse o belga.
Um dos pontos mais relevantes da entrevista foi a possível incorporação do ciclocross ao programa dos Jogos Olímpicos de Inverno de 2030. Van Den Abeele confirmou que as conversas com o Comitê Olímpico Internacional e com o comitê organizador francês avançam em boa direção.
Segundo explicou, o COI está avaliando flexibilizar seu critério tradicional de que os esportes de inverno devem ser disputados sobre neve ou gelo. “Uma disciplina ao ar livre que seja praticada no inverno poderia cumprir os requisitos”, assegurou. A decisão final será tomada, no máximo, antes do Mundial de Hulst em janeiro de 2026.
A visão de Van Den Abeele coloca o ciclocross em uma fase de maturidade e expansão: um esporte que se abre para o mundo, atrai grandes estrelas e que poderia entrar no calendário olímpico pela primeira vez em sua história.
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