Quantos dias leva para se aclimatar ao calor e quais são os benefícios disso

Acostumar o organismo a pedalar e render em um cenário de altas temperaturas é essencial para aqueles que competem nesta época do ano e, por extensão, também para aqueles que planejam seus objetivos ciclísticos nos meses de verão. Uma adaptação que as equipes profissionais estão cada vez mais levando em consideração ao incorporar em seus arsenais o sensor de temperatura CORE.

Acostumar o seu corpo ao calor o tornará um ciclista melhor

Pedalar com altas temperaturas tem um efeito negativo no desempenho. É uma afirmação amplamente comprovada e qualquer pessoa que já tenha feito treino em rolo em alguma ocasião sem ventilador ou já em meses em que a temperatura é mais elevada sabe muito bem, à vista dos watts. Até mesmo nas últimas etapas do Giro d'Italia, com a chegada de um verão de fato, foi possível ver como muitos ciclistas estavam sofrendo e buscavam constantemente garrafas de água ou pediam ao público para refrescá-los durante a subida das montanhas.

De fato, em estudos de laboratório foi possível medir que um aumento de temperatura de 23 a 32 °C resulta em uma perda de desempenho de cerca de 7% em um contra-relógio de 30 minutos, uma verdadeira barbaridade no cenário de tremenda igualdade do ciclismo atual.

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Quantas calorias são queimadas quando pedalamos

Por isso, as equipes estão cada vez mais levando em consideração na planificação dos treinamentos de seus ciclistas e que, além disso, servem ao ciclista para obter outras adaptações realmente interessantes para competições em temperaturas menos exigentes.

Entre as melhorias obtidas com o treinamento de aclimatação ao calor, podemos encontrar o aumento da taxa de sudorese, que faz com que o corpo comece a suar mais cedo, mesmo em condições de temperatura mais baixa, favorecendo assim que o organismo trabalhe nas condições ideais. Também foi observado um aumento no volume de plasma sanguíneo ou a melhoria na reabsorção dos eletrólitos que permanecem na pele após a evaporação do suor. Além disso, também existem estudos que sugerem que uma boa adaptação ao calor também tem impacto na melhoria do VO2max, melhorias das quais o ciclista pode se beneficiar durante todo o ano.

Aclimatar o organismo ao calor, como em todos os treinamentos realizados, requer dedicação e tempo. Os protocolos atuais falam de um período entre 2 e 4 semanas, começando a obter adaptações a partir de 4 ou 5 sessões de treinamento destinadas a buscar essas melhorias e alcançando os resultados máximos com cerca de 10 a 15 "doses" de calor.

Obviamente, foram desenvolvidas diferentes metodologias para obter essa adaptação ao calor. Por um lado, temos a estratégia de aclimatação ativa, que consiste essencialmente em treinar com calor. Nessas sessões, busca-se aumentar tanto a temperatura central do organismo quanto a superficial entre 30 e 40 °C. Nestas sessões, são aplicados principalmente esforços aeróbicos, embora sem evitar algum esforço de alta intensidade na forma de intervalos.

Também existem técnicas de aclimatação passiva, que consistem em utilizar meios diferentes do treinamento para expor o corpo a altas temperaturas, como banhos em água quente ou sessões de sauna. Essas técnicas têm seus maiores efeitos quando são usadas para estressar o organismo antes de um treinamento com calor. Além disso, são uma boa opção para aqueles que vivem em climas frios e, portanto, têm suas opções de realizar adaptações ao calor na bicicleta reduzidas além de sair com mais roupas.

Obviamente, esse tipo de treinamento submete o organismo a um estresse significativo, portanto, sua programação deve ser integrada de forma muito precisa no plano de treinamento, deixando um período de tempo suficiente para garantir uma boa recuperação antes de enfrentar determinados treinamentos-chave. Além disso, também exige que o ciclista coloque ênfase especial em realizar uma hidratação precisa.

Além disso, como acontece com outras técnicas de treinamento, o treinamento de adaptação ao calor deve ser programado em momentos específicos da temporada e não de forma contínua ao longo dela, onde seus efeitos sobre a forma física deixariam de ser relevantes. A tendência atual é usar esse tipo de treinamento de aclimatação ao calor fora do período competitivo, introduzindo posteriormente vários momentos para enfrentar esses treinamentos como preparação para determinados objetivos. Uma abordagem bastante semelhante à que geralmente é aplicada, por exemplo, nos treinamentos em altitude.

De qualquer forma, como diz o princípio da individualização do treinamento esportivo, nem todos os ciclistas respondem da mesma forma a esse tipo de treinamento, então a experiência e a validação dos efeitos que a aclimatação ao calor tem em cada ciclista determinarão se é conveniente ou não introduzir essas sessões e quando fazê-lo.