Veni, vidi, vici. Exibição de Tadej Pogacar a 80 km da meta na Strade Bianche 2024

Autoestrada 02/03/24 16:47 Migue A.

Dizem que quando algo se repete por mais de dois anos seguidos pode-se começar a considerar tradição. Pois poderíamos considerar que já é tradição que Tadej Pogacar vença em sua estreia de cada temporada, algo que ele vem fazendo nos últimos cinco anos e que desta vez resultou em uma exibição sem adjetivos na Strade Bianche 2024, onde ele atacou onde havia avisado que o faria, sem que ninguém pudesse fazer nada a respeito.

Tadej Pogacar sem rival na Strade Bianche 2024

Fica uma sensação agridoce após a Strade Bianche 2024, onde muitos esperavam o que o quilometragem extra poderia trazer com a realização de um circuito onde se repetem os trechos de Colle Pinzzuto e Le Tolfe, sempre decisivos. Todos gostamos de ver os melhores vencendo nas melhores corridas do mundo com um grande espetáculo, mas a anunciada vitória de Pogacar, sem qualquer tipo de oposição, tornou as duas últimas horas da prova insípidas.

E isso que a previsão prometia muito após vários dias chuvosos e a previsão de que o elemento líquido também aparecesse ao longo da prova, o que certamente endureceria a passagem pelos trechos de sterrato.

No início, como é habitual, deixou-se fazer a fuga do dia, um grupo de apenas 5 integrantes com Lawson Craddock como o mais relevante. No entanto, a UAE Team Emirates tinha muito claro o plano para esta Strade Bianche e um pouco mais de 100 km para a chegada já foram alcançados, justo antes do trecho de San Martino in Grania, um dos mais difíceis e longos da corrida.

O ritmo forte da UAE Team Emirates cobra seu preço e deixa o pelotão com cerca de 40 unidades, chegando assim ao início do já mítico trecho de Monte Santa Maria, onde Tadej Pogacar havia avisado nas declarações anteriores à disputa desta Strade Bianche 2024 que iria lançar seu ataque.

Antes disso, tentava antecipar-se timidamente Quinn Simmons, que cai como fruta madura diante do ritmo demolidor da UAE, que já era algo mais do que endurecer, um lançamento em toda regra a cargo de um pleno Tim Wellens para a arrancada demolidora de Tadej Pocagar, com 80 quilômetros pela frente até Siena, para a qual ninguém sequer tentou sair.

Em poucos quilômetros conseguiu mais de 30 segundos de vantagem sobre Maxim Van Gils, o único que se atreveu a se lançar em uma perseguição claramente inútil, que foi se ampliando na descida do Monte Santa Maria para chegar a dois minutos ao final do mesmo. A menos que houvesse uma falha mecânica ou queda, a corrida estava totalmente decidida.

 

O único interesse da corrida passava por ver quem acompanharia o esloveno no pódio dos integrantes do seleto grupo perseguidor, onde chamava a atenção o naufrágio da Visma-Lease a Bike, que só mantinha Laporte por ali. A vigilância foi a tônica neste grupo, o que fez com que a vantagem de Pogacar fosse além dos 3 minutos e meio. Enquanto isso, apenas Ben Healy, sempre combativo, tentava causar danos, quase sem sucesso em cada subida.

Após a primeira passagem por Le Tolfe, o grupo perseguidor se selecionava ainda mais e Maxim Van Gils atacava novamente, conseguindo uma trintena de segundos de vantagem, buscando um lugar de destaque em uma prova do nível da Strade Bianche 2024, enquanto era perseguido por um rosário formado por Toms Skujins, que acabaria alcançando o belga, e Magnus Sheffield, que não conseguiria chegar e era alcançado pelo grupo.

Tom Pidcock também fazia seu movimento a partir do grupo, antecipando-se ao trecho de Colle Pinzzuto. À sua frente tinha o duro desafio de neutralizar a diferença de Skujins e Van Gils, que havia disparado para um minuto e meio, com apenas 19 quilômetros para percorrer. Na verdade, após o impulso inicial de seu ataque, a diferença ficou estagnada e ele não conseguiu reduzir, tornando cada vez mais claro que os lugares no pódio seriam para o belga e o letão.

Completava sua atuação magistral Tadej Pogacar alcançando a icônica Piazza del Campo de Siena com 2 minutos e 46 segundos sobre Van Gils e Skujins, que ofereceram uma bela luta pelo segundo lugar nas rampas de Santa Caterina, que acabou caindo para o ciclista da Lidl-Trek, enquanto Pidcock teve que se contentar com o quarto lugar.

Classificação Strade Bianche 2024

  1. Tadej Pogacar (UAE Team Emirates) 5h19'45
  2. Toms Skujins (Lidl-Trek) 2'46''
  3. Maxim Van Gils (Lotto-Dstny) 2'50''
  4. Thomas Pidcock (INEOS Grenadiers) 3'50''
  5. Matej Mohoric (Bahrain Victorious) 4'25''
  6. Benoit Cosnefroy (Decathlon-AG2R La Mondiale) 4'39''
  7. Davide Formolo (Movistar Team) 4'41''
  8. Lenny Martinez (Groupama-FDJ) 4'48''
  9. Filippo Zana (Jayco-AlUla) 4'49''
  10. Christophe Laporte (Visma-Lease a Bike) 5'17''

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