O circuito XCO de Araxá é selvagem, em todos os sentidos

O brutal circuito de Araxá será o cenário onde será disputada a segunda rodada da Copa do Mundo XCO 2024. O percurso passa de forma vertiginosa pela selva brasileira e será um verdadeiro desafio de habilidade e técnica. Os corredores já puderam treinar e a organização coletou suas primeiras impressões.

Araxá, uma corrida pela sobrevivência: as armadilhas que esconde um circuito que já foi modificado pela UCI

A Copa do Mundo XCO 2024 permanece em território brasileiro para a segunda prova da temporada. Mairipora ofereceu um circuito amigável que combinou uma pista generosamente larga com um design rápido e pouco técnico. Características que propiciaram que um enorme grupo de líderes liderasse a corrida na última volta. Agora, Araxá se apresenta em sociedade como totalmente o oposto e coloca na mesa todos os ingredientes para presentear um fim de semana espetacular com altas doses de risco.

A segunda corrida da Copa do Mundo XCO 2024 acontecerá em um circuito de 3,5 quilômetros e 163 metros de desnível positivo. Este será a estreia de Araxá na máxima competição da disciplina, embora já organize provas internacionais há mais de duas décadas. Apesar do extenso histórico, muitos corredores pedalarão aqui pela primeira vez.

O percurso penetra na densa vegetação brasileira e o faz sobre uma terra vermelha que pode se tornar um quebra-cabeça se molhar -a previsão do tempo indica que o fim de semana transcorrerá sem chuva-.

Araxá é um contínuo exercício de concentração e habilidade técnica; armas que podem desequilibrar a corrida. Essas condições, que sempre são um valor seguro no XCO, se tornam essenciais em um percurso como este, onde quase não há momentos sem saltos, drops ou rock gardens.

Os erros sempre são caros e Araxá é um exame constante para os corredores; especialmente, serão de vital importância tanto os primeiros momentos da corrida -com muita gente muito junta- quanto os últimos -com o cansaço acumulado e os nervos do final-.

A organização publicou um vídeo no qual se vê alguns dos principais ciclistas do pelotão superando as dificuldades do percurso. As descidas acidentadas naturais entre as árvores são enfrentadas entre saltos e outros obstáculos artificiais. É notável como os corredores diferem na escolha da trajetória nas descidas; enquanto alguns optam por passar pelo interior, outros encontram mais confiança pelo exterior.

Thomas Litscher revelou que o circuito é "bastante empoeirado" mas "impressionante, divertido, super técnico". Além disso, relata que está repleto de "rock gardens desafiadores e seções rápidas com saltos", o que torna "um ótimo percurso para extrair o melhor dos corredores".

Mathias Fluckiger declarou que "é um dos circuitos mais emocionantes que temos". Por outro lado, Jolanda Neff e Haley Batten comentaram com suas equipes as trajetórias mais adequadas, estudando por onde passavam seus rivais e suas próprias impressões pessoais.

 

Apesar de que a maioria dos corredores parecem reconhecer as dificuldades do circuito, também demonstram estar felizes e excitados diante do desafio -David Campos, corredor de técnica refinada e cuidadosa, se mostrou encantado-. Mesmo assim, a UCI teve que intervir no dia de ontem para realizar algumas modificações em zonas que considerava de muito risco.

A Copa do Mundo XCO de Araxá acontecerá neste fim de semana e novamente espera-se que um grande número de pessoas compareçam e incentivem com fervor os participantes.