Pneus mini-hook: por que estão chegando ao WorldTour e o que muda para o ciclista

Após as polêmicas surgidas ao longo do último ano com o uso de pneus hookless, as marcas encontraram o meio-termo com a construção de pneus do tipo mini hook, nos quais se unem a segurança ao fixar o pneu da seção tradicional de tubeless com a leveza e facilidade de fabricação dos hookless.

Os fabricantes encontram o equilíbrio no design mini hook de seus pneus

Nos últimos anos, a chegada dos pneus hookless ao ciclismo de estrada parecia ser a resposta ao aumento do peso médio das rodas, que havia sido causado pelas maiores larguras de pneu e, sobretudo, pelo abandono dos pneus tubulares em favor do tubeless. Um sistema hookless que parecia oferecer apenas vantagens em termos de menor peso, melhor integração pneu/cobertura para favorecer a aerodinâmica e uma fabricação mais barata.

No entanto, algumas saídas de cobertura inexplicáveis, como a sofrida por Thomas de Gendt, colocaram o sistema hookless sob os holofotes, com a UCI realizando uma investigação a respeito e com críticas severas a esse tipo de pneu por parte de alguns atores da indústria, como o CEO da Silca, que anteriormente havia feito parte da Zipp.

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Diante de todos esses problemas, as marcas de rodas buscaram uma solução que lhes permita evitar os principais inconvenientes do sistema hookless no ciclismo de estrada, como a necessidade de tolerâncias mais ajustadas entre pneu e cobertura, que fazem com que nem todos os modelos de pneu sejam compatíveis com um determinado modelo de pneu hookless.

Um dos primeiros a se lançar na construção de seus pneus usando o que agora é denominado como mini hook foram precisamente alguns dos primeiros que, em seu dia, apostaram no hookless para estrada, como a ENVE, que no início do ano lançou suas rodas SES 4.5 Pro, que têm sido utilizadas pelos ciclistas da UAE Team Emirates-XRG durante toda esta temporada.

Um sistema mini hook que, para todos os efeitos, pode ser considerado como pneus com gancho, já que os fabricantes apenas ajustam ao mínimo as especificações estabelecidas pela ETRTO. No caso das rodas ENVE, com ganchos de apenas meio milímetro que, no entanto, são suficientes para melhorar a fixação das coberturas e permitir pressões de até 6,8 bar, bem mais do que os 5 bar que aceitam como máximo os pneus hookless.

Dessa forma, a construção dos pneus continua sendo para os fabricantes simples e econômica, sem a necessidade da laboriosa fabricação que exigiam os pneus de carbono com ganchos tradicionais, cujo design e elaboração eram muito críticos para garantir a resistência suficiente. De fato, alguns fabricantes mantêm o mesmo método que utilizavam em seus pneus hookless, mas eliminando algumas camadas de material na parte inferior das laterais para gerar o gancho, o que permite até mesmo economizar alguns gramas nos já leves pneus.

Os pneus mini hook, ao terem ganchos muito reduzidos, não geram problemas ao talonar as coberturas, como ocorria com o design tubeless original, em que, em muitos casos, era difícil levar as laterais das coberturas à sua posição, o que muitas vezes obrigava a utilizar um compressor para o primeiro talonamento.

A parte, o fato de que os pneus mini hook sejam pneus com gancho de fato significa que se acaba com as incompatibilidades entre pneu e cobertura que afetavam o sistema hookless. Um tipo de pneus que, no entanto, ainda tem seus defensores, principalmente por parte da Cadex, a marca de componentes premium da Giant e um dos principais impulsionadores do hookless, que afirmam que o uso do mini hook não é mais do que uma operação de marketing e que, na verdade, esses ganchos reduzidos não oferecem nenhuma segurança extra à fixação da cobertura.