Juan Ayuso se redime com uma vitória no topo de Cerler

La Vuelta retornou a uma das cimeiras míticas das edições do final dos anos 80 e início dos anos 90, como a estação de esqui de Cerler, onde a corrida não voltava desde 2007. Uma interessante sequência de portos, mas, mais uma vez, sem efeito na classificação geral. Um dia para a fuga, onde Juan Ayuso encontrou as pernas que não tinha ontem.

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O pelotão deixou Andorra em direção aos Pirinéus aragoneses em uma etapa de 188 quilômetros que tinha como destino a estação de Cerler, no belo vale de Benasque. No meio do percurso, quatro interessantes subidas, entre as quais se destacava a primeira, logo no início: o Port del Cantó, um longo porto de mais de 25 quilômetros com um início muito exigente. Completavam o menu as subidas a Creu de Perves, La Espina e a chegada no setor de Ampriu da estação de esqui oscense.

Com o início da subida ao Cantó, começava uma verdadeira batalha para encontrar uma fuga que, dada a permissividade da Visma-Lease a Bike, tinha muitas chances de sucesso. No entanto, foi o ressuscitado Juan Ayuso quem lançou o ataque mais contundente e partiu sozinho, por pura força, já que o pelotão não o deixou ir em nenhum momento e o manteve a cerca de 25 segundos enquanto os ataques continuavam no grupo sem que nenhum deles conseguisse alcançar o alicantino.

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Foi necessário o ataque, na parte final do porto, muito mais suave, do camisola verde Mads Pedersen para formar um interessante grupo perseguidor que, na descida, arriscou para alcançar Ayuso e consolidar o que seria a fuga do 7º dia da La Vuelta.

Um grupo, como não poderia deixar de ser, de alto nível, com 13 ciclistas entre os quais se destacavam, além do próprio Mads Pedersen, nomes como Raúl García Pierna, Marco Frigo, Sean Quinn, Harold Tejada ou Jay Vine.

A partir deste ponto, o pelotão, comandado pela Bahrain-Victorious do líder Torstein Træen, que deixou boas sensações durante a subida ao Cantó, mesmo se infiltrando em alguns dos cortes, talvez esquecendo a camisola que vestia hoje.

A corrida entrou em uma fase de transição até a chegada ao início da subida final a Cerler, onde os escapados chegaram com uma vantagem suculenta de 3 minutos, o que praticamente garantia, sendo uma subida de pouco mais de 30 minutos para um profissional, que a vitória estaria à frente, a menos que houvesse um ataque descomunal no pelotão.

O ritmo acelerou no grupo com Jay Vine preparando o terreno para seu companheiro Juan Ayuso, que decidiu atacar de muito longe, a menos de 11 quilômetros da meta, mas sabendo que a parte final deste porto é muito suave e este era o lugar para abrir diferenças. Marco Frigo se juntou a ele inicialmente, mas, alguns quilômetros adiante, um novo ataque duro e seco deixou o italiano para trás e Juan Ayuso partiu de forma inexorável em direção à vitória nesta sétima etapa da La Vuelta.

Raúl García Pierna alcançou Marco Frigo, mas sua colaboração foi infrutífera e a diferença com Ayuso só aumentou. Enquanto isso, no pelotão, a Visma-Lease a Bike assumiu o controle, mas com um ritmo não excessivamente duro, o que permitiu que muitas pessoas se mantivessem no grupo. O ponto de inflexão veio com a aparição de Marc Soler, que aumentou o ritmo para seu líder João Almeida. O português tentou, fiel ao seu estilo diesel, e, embora inicialmente tenha conseguido cortar o grupo e seguir caminho junto com Vingegaard e Ciccone, ele diminuiu o ritmo ao não encontrar colaboração neles, o que permitiu que Egan Bernal, Sepp Kuss, o líder Torstein Træen e até Tom Pidcock voltassem a entrar.

Finalmente, exceto por um tímido ataque de Marc Soler, que cruzou a meta com alguns segundos de vantagem, sem bonificações em jogo, mais uma etapa de montanha terminou sem nenhuma diferença entre os favoritos para vencer a classificação geral da La Vuelta 2025.

Classificação Etapa 7

1. Juan Ayuso (UAE Team Emirates-XRG) 4h49'41''
2. Marco Frigo (Israel-PremierTech) +1'15''
3. Raúl García Pierna (Arkéa-B&B Hotels) +1'21''
4. Harold Tejada (XDS Astana) +1'28''
5. Sean Quinn (EF Education-EasyPost) +1'28''
6. Kevin Vermaerke (Picnic-PostNL) +1'28''
7. Eduardo Sepúlveda (Lotto) +1'28''
8. Brieuc Rolland (Groupama-FDJ) +2'17''
9. Marc Soler (UAE Team Emirates-XRG) +2'30''
10. Thomas Pidcock (Q36.5) +2'35''

Classificação Geral

1. Torstein Træen (Bahrain-Victorious) 25h18'02''
2. Jonas Vingegaard (Visma-Lease a Bike) +2'33''
3. João Almeida (UAE Team Emirates-XRG) +2'41''
4. Giulio Ciccone (Lidl-Trek) +2'42''
5. Lorenzo Fortunato (XDS-Astana) +2'47''
6. Matteo Jorgenson (Visma-Lease a Bike) +2'49''
7. Jai Hindley (Red Bull-BORA-hansgrohe) +2'53''
8. Giulio Pellizzari (Red Bull-BORA-hansgrohe) +2'53''
9. Egan Bernal (INEOS Grenadiers) +2'55''
10. Felix Gall (Decathlon-AG2R La Mondiale) +2'58''