"Foi os meias aerodinâmicas" Evie Richards revisa a temporada em que quebrou o recorde de Pauline Ferrand-Prévot

Mountain Bike 25/11/25 09:54 Migue A.

Evie Richards começou a Copa do Mundo XC 2025 no Brasil com duas vitórias em short track e um recorde para a história. A britânica se tornou a mulher elite com mais vitórias em XCC até a data, um marco que alcançou tirando o registro de Pauline Ferrand-Prévot. Mas isso aconteceu em abril e, até chegar ao seu encerramento de temporada em outubro, muitas coisas aconteceram. A própria Richards explicou isso com uma franqueza pouco habitual.

Evie Richards: duas vitórias, um recorde histórico e uma lição de maturidade

Em um vídeo publicado recentemente por sua equipe, Trek Factory Racing, Evie Richards revisita uma temporada na qual viveu de tudo, desde um sucesso fulgurante e inesperado até ter que aprender novamente a abrir mão de certas coisas para avançar.

"Foi os meias aerodinâmicas" Evie Richards revisa a temporada em que quebrou o recorde de Pauline Ferrand-Prévot

A corredora da Trek chegava em 2025 após alguns meses caóticos, com uma preparação que ela mesma reconhece longe de ser ideal. Ela ainda se lembra do momento em que descobriu que deveria viajar imediatamente: “Hoje eu tenho que voar para o Brasil?”, relata entre risadas.

Ainda assim, Richards lidou com a situação com uma estratégia refinada e uma ambição contida. Aprendeu com sua corrida do ano anterior no mesmo circuito: “Este ano eu vou ficar na roda e depois atacarei na subida”, explicava antes de executar exatamente esse plano. O resultado foi incontestável: duas vitórias e uma sensação de controle total. Ela até conseguiu brincar após cruzar a linha de chegada: Isso foram as meias aerodinâmicas”, disse após a linha de chegada com ironia.

Além da vitória, a britânica destacou o que significa vencer sem estar em plena forma. “Não estava exatamente onde quero estar… não diria que estou no meu pico”, admitia. Para ela, a tensão prévia faz parte inseparável do short track: “Estou super nervosa antes da corrida”, confessava sobre um formato que, paradoxalmente, adora.

As condições extremas também marcaram o fim de semana. Richards não escondeu a dureza do calor: “Comecei com gelo na meia, no sutiã, em todos os lugares”. Apesar disso, completou ambas as provas sem falhas.

Uma temporada marcada pela doença e uma mudança mental necessária

A partir do Brasil, a temporada não foi um caminho plano. Richards confessou que se obsessou em ganhar em Nove Mesto e caiu em dinâmicas que não lhe fizeram bem: “Fiz todos os padrões antigos: forçar demais, me obsessinar, cortar tudo”. A consequência chegou rápido: encadeou doenças e mesmo assim continuou competindo. “Estava doente em Nove Mesto e competi, e depois doente em Leogang e competi”, reconhece.

Essa repetição de erros a levou a uma conclusão contundente. Tanto, que promete anotá-la à mão em seu caderno: “Se você está doente, para. Vou escrever isso na primeira página do meu caderno”.

Em Val di Sole, tomou uma decisão difícil, mas necessária: renunciar a defender a camisa de líder se colocasse em risco sua saúde. Ela expressou isso com total clareza: “Não me importa essa camisa de líder agora. Não vou me matar… se eu não me curar agora, não vou terminar a temporada”.

Esse processo a levou a valorizar os resultados de outra forma. Após assinar um top-10 mesmo com sequelas da doença, celebrou como uma vitória pessoal: “Isso é o que eu vim conseguir. Objetivo marcado. Sobre fechado. Feito”.

"Foi os meias aerodinâmicas" Evie Richards revisa a temporada em que quebrou o recorde de Pauline Ferrand-Prévot

Um fechamento de temporada inteligente e um título global

A temporada não havia terminado, mas tudo apontava que Richards havia aprendido a tempo. Em Mont-Sainte-Anne, Canadá, ela deveria controlar a corrida final sem comprometer o título geral. E não falhou. “Não podia arriscar perder o geral tentando ganhar”, explicou com total naturalidade depois de garantir.

No final do ano, Richards olha para trás com uma mistura de gratidão e realismo. Sabe que o ciclismo está longe de ser um esporte previsível: “Sempre acontece algo… uma lesão, uma doença, um problema familiar”, reflete.

Mas também reconhece tudo o que construiu apesar, ou graças, a essas dificuldades: “Quando olho para trás no que consegui, consegui bastante”, afirma.

Após o recorde, as vitórias e as lições aprendidas, Richards parece ter encerrado a temporada com a serenidade de quem encontrou um novo equilíbrio em sua carreira.

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