É mais fácil estar no Top 10 das Olimpíadas do que entre os 15 melhores da Copa do Mundo: Fluckiger reflete sobre a nova temporada
O suíço Mathias Fluckiger é atualmente o número 1 do ranking UCI graças à tremenda regularidade que alcançou novamente após um 2022 marcado por uma suspensão injusta. Agora começa uma nova temporada e o faz refletindo sobre o critério de seleção que será seguido para os próximos Jogos Olímpicos de Paris, onde ele tem a difícil tarefa de melhorar a medalha de prata conquistada em Tóquio.
Mathias Fluckiger critica os atuais critérios de seleção para os Jogos Olímpicos
Em seu site, Mathias compartilhou um artigo que ele mesmo escreveu para o site suíço Fit for life, e aí explica como será seu início de temporada, com duas grandes concentrações em Gran Canaria e África do Sul, para depois estrear na primeira etapa da Copa do Mundo 2024, no Brasil.
Neste artigo é interessante ler como Fluckiger reflete sobre a dificuldade extra que os ciclistas de montanha suíços têm para acessar uma vaga olímpica, já que é o país com o maior nível XCO do mundo, mas conta com o mesmo número de vagas que muitos outros de nível inferior.
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"Claro, a situação especial da Suíça cria pressão, porque em nenhum outro país a classificação para os Jogos Olímpicos é tão difícil. A Suíça é o número 1 no ranking de países, mas infelizmente só há duas vagas por país para Paris. Por um lado, posso entender que o Comitê Olímpico Internacional queira integrar o máximo possível de esportes e, portanto, tenha que limitar as vagas, mas ao mesmo tempo acho uma pena que essa regulamentação não possa garantir que os melhores ciclistas do mundo estejam na largada.
O resultado é que a corrida mais importante deste esporte não terá a melhor qualidade. Atualmente, sete suíços estão entre os 30 primeiros do ranking UCI. Com Nino Schurter, Lars Forster e eu, há três suíços no top 6 do ranking. E por exemplo, há vários suíços capazes de vencer corridas da Copa do Mundo, mas apenas dois deles poderão estar em Paris. Isso é lamentável.
Os Jogos Olímpicos são o auge da carreira esportiva de cada atleta e a melhor qualidade esportiva possível deve ser garantida. No entanto, isso não é possível sob os critérios atuais. Então será mais fácil ficar no top 10 nos Jogos Olímpicos do que no top 15 em uma corrida da Copa do Mundo, isso é estranho. Pelo menos os 30 melhores do mundo deveriam poder competir nos Jogos Olímpicos. Será que esses critérios podem questionar a importância deste evento no futuro?"
Não há dúvida de que o que Mathias Fluckiger levanta tem um raciocínio lógico e veremos se esse tipo de crítica fará com que os critérios mudem para próximas edições. Mas é um dilema que parece superado em outros esportes, como por exemplo o atletismo, onde se fosse feita uma seleção como a proposta pelo suíço, na prova olímpica da maratona praticamente só haveria atletas quenianos e etíopes.