O efeito mais inesperado da última Copa do Mundo de Ciclismo: "80% dos participantes se animam a andar de bicicleta"
Alguns meses após a disputa dos primeiros super mundiais de ciclismo, onde a UCI agrupou na mesma sede a maioria das disciplinas sob seu guarda-chuva, a organização dos campeonatos faz um balanço através de um relatório encomendado à empresa de contabilidade Ernst&Young que é categórico: foram um sucesso retumbante.
Escócia satisfeita com o legado deixado pelo primeiro super mundial de ciclismo
Recentemente, a organização de grandes eventos costuma ser questionada pela dificuldade de rentabilizar os grandes investimentos necessários para sua organização e, por outro lado, é complexo medir e avaliar o retorno obtido após o evento. No entanto, além do aspecto econômico, esses grandes eventos costumam ter outro tipo de impacto, menos tangível e que se refere ao legado deixado após sua realização.
Foi o caso do super Mundial de Ciclismo disputado no verão passado em Glasgow, primeira edição com um formato no qual a UCI agrupou praticamente todas as disciplinas do ciclismo que são disputadas sob seu amparo em uma única sede, formato que pretendem repetir a cada quatro anos e cuja segunda edição será disputada na região francesa da Alta Saboia.
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Agora, um relatório elaborado pela Ernst&Young certifica o sucesso desses primeiros super Mundiais de Ciclismo, não apenas economicamente, onde se avalia o impacto positivo no PIB da região ou os 220 milhões de libras que foram gastos na região pelos participantes deste evento.
Também se avalia o legado intangível deixado pelos mundiais e que, segundo o relatório, inspirou muitos escoceses a optar pela mobilidade ativa em seus deslocamentos habituais. De fato, durante a celebração do mundial de ciclismo, 82% dos participantes escolheram formas de mobilidade ativa para seus deslocamentos. No entanto, é ainda mais surpreendente quando se pergunta aos não ciclistas. Destes, 55% afirmaram que esses campeonatos os inspiraram e que era provável que começassem a usar formas de deslocamento ativo.
Divulgar os recursos ciclísticos da Escócia também foi um dos impactos desses campeonatos. Pelo menos, é o que afirma 91% dos participantes que, graças ao evento, descobriram as possibilidades ciclísticas e a infraestrutura disponível para a bicicleta na Escócia.
O impacto midiático também foi notável, servindo para mostrar ao mundo as belas paisagens da Escócia que chegaram a 537 milhões de espectadores de 130 países através da televisão, enquanto mais de um milhão de visitantes desfrutaram das diferentes provas, sendo o dia estrela aquele que colocou em jogo a camisa arco-íris de estrada na categoria elite, prova que foi seguida in loco por 356.000 pessoas.
Claro, tanto os líderes quanto os organizadores estão extremamente satisfeitos com a imagem oferecida ao mundo e o legado deixado por esses Campeonatos de Ciclismo. "Este relatório mostra o poderoso legado do evento, que vai além de simplesmente ganhar medalhas: impulsionou a economia e inspirou estilos de vida mais saudáveis”, afirmou Angus Roberson, Secretário de Cultura escocês.
Enquanto isso, Paul Bush, presidente dos campeonatos, comentou que eles representaram um "marco para futuras edições, pavimentando o caminho para gerar mudanças positivas a longo prazo".