"É a dose que mata", o treinamento com monóxido de carbono vai dar muito o que falar nos próximos meses

Detalo Health, a empresa que comercializa as máquinas de reinalação de monóxido de carbono que alguns equipamentos têm utilizado se defende diante das suspeitas que o Movimento por um Ciclismo Credível, que inicialmente se mostrou cauteloso em relação a esta técnica para finalmente passar para uma clara oposição solicitando a proibição da mesma.

O MPCC contra o treinamento com monóxido de carbono. A empresa que os comercializa se defende

No final de julho, após a espetacular dobradinha conquistada por Tadej Pogacar ao vencer o Giro e o Tour no mesmo ano, começou-se a falar que, após o desempenho sobre-humano do esloveno, poderia estar uma nova técnica consistente no uso de máquinas de reinalação de monóxido de carbono.

Uma técnica inicialmente concebida para medir com precisão os valores sanguíneos seria utilizada, teoricamente, para quantificar os efeitos do treinamento em altitude e ajustá-lo de forma a obter o maior benefício do mesmo.

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No entanto, por outro lado, há quem fale que poderia ser utilizada a inalação direta de monóxido de carbono, uma prática que por si só já apresenta riscos por se tratar de um gás tóxico para o organismo, com o objetivo de obter uma melhoria nos valores sanguíneos semelhante à que se obteria com os treinamentos em altitude ou com o uso da célebre EPO.

Frente a essas acusações, que levaram até o MPCC a pedir a proibição do uso desta técnica, o conhecido portal Cycling News entrou em contato com a Detalo Health, a empresa que comercializa as máquinas de reinalação de monóxido de carbono que estariam sendo utilizadas pelas equipes.

A empresa deixa claro que desaconselha a inalação direta de monóxido de carbono com o objetivo de elevar os valores sanguíneos. O objetivo de suas máquinas é puramente médico, "sua finalidade não é aumentar o desempenho, mas utilizá-lo como uma ferramenta de diagnóstico e, é claro, isso não deveria ser proibido. O objetivo da reinalação de CO é determinar o volume sanguíneo", declarou Carsten Lundby, diretor geral da Detalo Health.

Também deixou claro que explorar os limites desta técnica com o objetivo de aumentar a hemoglobina pode representar um grave risco para a saúde, pois "em algum momento o monóxido de carbono se torna tóxico". Embora também deixe claro que a Detalo Health coleta todos os dados que suas máquinas transmitem em tempo real sobre seu uso e que uma má prática dos mesmos seria muito evidente.

De qualquer forma, sua intenção é continuar trabalhando com as equipes World Tour, refinando esta técnica de medição realizando medições antes e depois das concentrações em altitude dos ciclistas.