Cavendish também critica o atual modelo de ciclismo e aponta para criar sua própria equipe
Se ontem mesmo conhecíamos as críticas de Wout van Aert sobre o modelo de financiamento que rege o ciclismo, praticamente inalterado desde os primórdios da competição no início do século XX. Críticas que são quase idênticas às de Mark Cavendish, que se torna mais uma voz no coro cada vez maior que pede uma mudança na forma como o ciclismo está organizado.

Mark Cavendish se junta às vozes que pedem mudanças no ciclismo
Fazer com que o ciclismo “se pareça mais com outros esportes”. Esse é o desejo que expressou o ex-ciclista Mark Cavendish em uma entrevista a um meio australiano, onde, assim como outros recentemente, defendeu uma reforma profunda no modelo econômico do ciclismo, já que, segundo o ciclista da Ilha de Man, “há fontes de receita que não estão sendo atualizadas adequadamente”.
Críticas que voltam a apontar o que para muitos é um mal endêmico associado ao ciclismo, como o fato de que as equipes têm como fonte de receita quase exclusiva a contribuição de seus patrocinadores e os ciclistas são apenas assalariados além das patrocinações pessoais que cada um deles possa ter. Uma situação que transforma o atleta em pouco mais do que um outdoor que pedala.
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De fato, Mark Cavendish deixou entrever na entrevista que gostaria de ter sua própria equipe algum dia, mas não sob um modelo como o atual, e sim em um ciclismo reformado que se parecesse mais com, por exemplo, a Fórmula 1, esporte do qual o britânico é um grande fã.
No entanto, tentativas como a da superliga OneCycling ou estabelecer áreas VIP nas corridas, às quais o público teria acesso pagando um ingresso, caem uma e outra vez em saco roto diante da imobilidade de um esporte que, como dissemos antes, mantém estruturas praticamente invariáveis desde suas origens, onde o patrocinador e os organizadores das corridas têm o controle.

Mark Cavendish também criticou a atitude de muitos corredores que, para ele, “não estão fazendo o suficiente para ganhar dinheiro por conta própria”, em uma clara alusão à passividade do ciclista que, enquanto está ativo, costuma viver em sua bolha, onde não precisa se preocupar mais do que em treinar e competir.