As métricas utilizadas para descobrir novas estrelas do ciclismo

Autoestrada 11/11/25 15:06 Migue A.

Em um mundo do ciclismo cada vez mais competitivo e com um nível médio que se redobrou, o sonho de toda equipe é poder contar com um ciclista tão diferencial como é agora mesmo Tadej Pogacar. Contratar ciclistas cada vez mais jovens e contar com as ferramentas para detectá-los é o caminho escolhido pelas equipes de referência para encontrar essa figura que as leve ao estrelato.

As métricas utilizadas para descobrir novas estrelas do ciclismo

A análise de dados se torna crucial na hora de detectar os futuros talentos

Em todas as gerações do ciclismo, houve ciclistas dominadores, aqueles referentes que, em maior ou menor medida, eram os que dominavam as vitórias de referência com o crédito tanto esportivo quanto econômico que isso supõe para suas equipes. No entanto, no ciclismo atual, o nível médio subiu a extremos impensáveis décadas atrás, como revelam os contínuos recordes de velocidade ou como vão caindo um atrás do outro os melhores tempos de diferentes subidas.

Com tanta igualdade, resulta extremamente complicado para um ciclista ser diferencial, algo ao alcance de poucos escolhidos com as qualidades físicas e mentais necessárias para chegar à vitória. Contar com esse tipo de ciclistas capazes de ganhar corridas se tornou a máxima prioridade para as equipes de ciclismo, o que mudou completamente a forma de agir em relação aos jovens.

As métricas utilizadas para descobrir novas estrelas do ciclismo

Tradicionalmente, a formação do ciclista passava por diferentes etapas competindo nas diversas categorias de idade. Cadete, júnior, amadores - atualmente Sub23... não era até este último degrau que o ciclista realmente começava a pensar no profissionalismo, e seu salto para uma equipe muitas vezes dependia dos resultados obtidos em eventos-chave da temporada que levavam a que uma equipe profissional colocasse um contrato na mesa.

Agora tudo isso está mudando e as equipes estão captando corredores já desde seus primeiros passos na competição. Para isso, praticamente todas as equipes têm criado equipes de desenvolvimento que permitem competir, já sob seu guarda-chuva e controle, com os ciclistas que têm demonstrado talento. Mas, como determinam as equipes, nessas idades, quais ciclistas têm o potencial necessário para triunfar?

Obviamente, os dados são essenciais em um mundo onde se mede absolutamente tudo. Os famosos W/kg que são capazes de mover em diferentes intervalos de tempo, ou perfil de potência, ao que equipes como a Red Bull também adicionam a quantificação dos watts absolutos, ou seja, a potência bruta que o ciclista é capaz de gerar ao avaliar tanto a capacidade de escalada quanto o desempenho presumível em terreno plano ou na crono.

As métricas utilizadas para descobrir novas estrelas do ciclismo

Medir a capacidade de resistência também é essencial para determinar o potencial de um ciclista. Já não é apenas o clássico VO2max, mas também foram incorporadas outras métricas, como a capacidade de render acima de um determinado gasto de energia que, atualmente, para um ciclista de elite, parece fixado em uma cifra acima de 3000 kJ.

Além dos dados empíricos, as equipes também enfatizam muitos outros fatores, começando pelo aspecto psicológico. A mente é vital para alcançar o máximo desempenho, daí a busca das equipes em avaliar em suas jovens promessas aspectos como a capacidade de sofrer ou as habilidades de liderança. Também são levados em conta outros parâmetros, como a habilidade de ler as corridas, apesar de serem aspectos dificilmente quantificáveis.

As equipes não se esquecem de outros pontos, como a capacidade técnica do ciclista. De pouco adianta ter números excelentes se o ciclista não é capaz de acompanhar o ritmo em uma descida ou cai a cada dois por três.

As métricas utilizadas para descobrir novas estrelas do ciclismo

Como tem sido tradicionalmente, também se leva em conta o desenvolvimento do ciclista. Por um lado, ao falar dos ciclistas mais jovens, avaliar o grau de maturidade para saber se o ciclista já alcançou o final de seu desenvolvimento ou ainda está em fase de crescimento e poderia melhorar os dados detectados. Relacionado a isso, considera-se como o ciclista consegue o desempenho detectado. Não é a mesma coisa que um jovem que treina praticamente como um profissional, que terá pouco espaço para melhorar, do que outro com muito menos carga de treinamento.

De forma semelhante, são levados em conta os valores sanguíneos do ciclista, pois, se estes indicam, por exemplo, um hematócrito muito alto, será difícil que se possam melhorar os dados do ciclista quando se começarem a introduzir treinamentos em altitude.

Tudo isso é colocado em uma coqueteleira pelos responsáveis pelo desempenho para analisar quais ciclistas incorporar em suas equipes de desenvolvimento, onde passam a ter uma evolução controlada pela equipe, de forma que, se finalmente o ciclista se revelar uma estrela, a equipe terá investido apenas em seu desenvolvimento, mas não em uma contratação milionária que implicaria incorporá-lo quando se destacar.

As métricas utilizadas para descobrir novas estrelas do ciclismo

O último ciclista que parece chamado ao estrelato é o jovem Paul Seixas, cuja carreira, desde os 16 anos, esteve ligada à estrutura do Decathlon-AG2R La Mondiale e já na temporada recentemente concluída demonstrou ao máximo nível que possui as qualidades necessárias para, em um futuro não muito distante, poder ser uma das grandes estrelas do pelotão, ao qual, como costuma acontecer na França, não demoraram a colar o rótulo de “próximo vencedor francês do Tour”.

No entanto, podemos encontrar outro bom número de nomes que as equipes têm incorporado em uma idade muito jovem. Ciclistas que mostram potencial, mas que precisam amadurecer para demonstrar se realmente podem consolidar o potencial que exibem. Nomes como os de Marcos Freire, Adriá Pericas, Héctor Álvarez ou Benjamin Noval apresentam um futuro promissor. O tempo dirá se finalmente se tornam grandes estrelas.

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