O antidoping espanhol no ponto de mira da AMA: "é inaceitável"
A agência antidoping espanhola recebe fortes críticas da Agência Mundial Antidoping após a revelação da ocultação de alguns resultados positivos de atletas ou a não tramitação em tempo hábil de uma série de processos correspondentes a resultados adversos nos controles. A WADA, por sua vez, se defende rejeitando qualquer responsabilidade diante das vozes que acusam esta organização de fazer vista grossa.
A luta contra o doping na Espanha em questão
Algumas semanas atrás, vieram à luz as práticas duvidosas por parte do CELAD, a Comissão Espanhola de Luta Antidoping no Esporte, que foi acusada de manipular a seu favor os casos de resultados positivos em controles que chegavam às suas mãos. Ao detectar um resultado positivo, o respectivo processo era aberto, mas, no entanto, estes não eram tramitados, ficando esquecidos em uma gaveta sem que a sanção fosse aplicada, embora fosse comunicada ao afetado.
Agora, a Agência Mundial Antidoping, após conhecer estas práticas, é a que se pronunciou de forma contundente repreendendo a conduta da organização espanhola ao mesmo tempo em que tenta se livrar de qualquer responsabilidade diante daqueles que a acusam de estar ciente da situação e de fazer vista grossa.
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O presidente da WADA, Witold Banka, explicou que estavam cientes dos problemas enraizados na luta antidoping espanhola e se mostrou decepcionado com a pouca cooperação por parte do CELAD para melhorar a vigilância contra o doping. Em qualquer caso, Banka apontou que "O fato de haver casos positivos que não foram tratados a tempo, apesar do acompanhamento regular da WADA, é inaceitável"
Segundo o presidente da WADA, uma das funções desta organização é garantir que as diferentes agências de cada país cumpram adequadamente sua missão. De fato, durante 2023, foi obrigada a retirar três casos do CELAD e encaminhá-los às federações internacionais, além de pressionar em outros dois casos para que a Comissão Espanhola Antidoping se pronunciasse.
A WADA não esconde que estava ciente da existência de problemas no CELAD relacionados aos controles e à gestão dos resultados dos mesmos, tanto que enviou à entidade espanhola um relatório de medidas corretivas que deveriam ser abordadas com urgência.
Além disso, a WADA também expressa suas dúvidas sobre como a legislação antidoping espanhola está sendo aplicada pelo CELAD, leis que foram aprovadas em 2021 e que a WADA apoiou. No entanto, os casos revelados parecem indicar que o CELAD não está aplicando as leis vigentes como deveria, o que é agravado por um Decreto Real publicado em novembro de 2023 e que, aparentemente, não está em conformidade com os termos do Código Mundial Antidoping.
A realidade é que, a apenas 6 meses dos Jogos Olímpicos, o esporte espanhol volta a estar no olho do furacão por causa da luta antidoping, por isso a resposta do governo, diante do evidente prejuízo à imagem do esporte nacional, não demorou a chegar. Há apenas alguns dias, foi o próprio presidente do Conselho Superior de Esportes, José Manuel Uribes, quem solicitou a renúncia de José Luis Terreros, diretor do CELAD.
"Não podemos permitir a menor suspeita ou dúvida em relação à luta contra o doping e ao sistema que deve garantir o jogo limpo, a integridade das competições e preservar a saúde dos atletas" sentenciou o presidente do CSD, ao mesmo tempo em que indicava que se Terrerros não renunciasse ao seu cargo, instaria o conselho diretor do CELAD a demiti-lo.