A UCI foca na magreza extrema e não dá trégua ao doping com novas reanálises
Há alguns dias, durante o seminário anual que reúne representantes de todos os atores que participam do World Tour, tanto masculino quanto feminino, o presidente da UCI, David Lappartient, fez um resumo de tudo o que aconteceu durante a temporada de 2025 no mundo do ciclismo de estrada, deixando também algumas observações sobre alguns dos temas mais espinhosos da última temporada.

David Lappartient faz um balanço da temporada de 2025 no seminário anual da UCI
Vários foram os temas que centraram as reflexões de David Lappartient durante o seminário da UCI recentemente realizado em Genebra e que a cada ano reúne todas as partes integrantes do World Tour com o objetivo de fazer um balanço e debater sobre os principais temas que o ciclismo deve enfrentar.
A aspectos como a mudança climática, os avanços tecnológicos, habituais nesses eventos, somou-se um novo que marcou a parte final da temporada, que é a geopolítica, em virtude das protestas contra a invasão da Palestina que ocorreram durante a Vuelta a España. David Lappartient insistiu que a UCI continuará a manter-se politicamente neutra.
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Claro, também foi colocado em pauta o tão debatido tema da segurança do ciclista, sobre o qual Lappartient opinou que “avançamos muito. Foram introduzidos os cartões amarelos, as barreiras evoluíram, os padrões mudaram, os obstáculos estão melhor protegidos e nos comunicamos mais”. No entanto, em relação à segurança, ele também citou as reticências que a UCI encontrou em alguns aspectos, como os testes de rastreadores GPS, que foram vetados por várias equipes no teste que seria realizado durante o Tour de Romandía Feminino; ou a oposição frontal da SRAM aos testes de limitação de desenvolvimentos que a UCI pretendia realizar no final da temporada.
A saúde dos ciclistas também é outro tema recorrente neste evento e, além do doping, do qual David Lappartient destacou que os esforços foram redobrados com a reanálise de 300 amostras, uma luta que se comprometeu a continuar impulsionando; ele também apontou como um aspecto a ser monitorado a crescente tendência dos ciclistas a levar seu peso a limites excessivos, um tema que foi muito discutido durante o Tour de France feminino devido à extrema magreza exibida por Pauline Ferrand-Prévot.

De qualquer forma, o balanço final realizado pelo presidente da UCI foi claramente positivo, destacando a cada vez maior popularidade do esporte em geral e do ciclismo em particular, o que resultou em um aumento dos orçamentos das equipes, algo que repercute nos salários dos ciclistas. Tudo isso apesar do desaparecimento de duas equipes do World Tour ao final da temporada - Arkea e a fusão entre Intermarché e Lotto - algo que Lappartient se limita a explicar porque “a economia das equipes continua sendo complexa”.