A curva inclui uma variante inédita "mortal" do Mortirolo com inclinações de até 25%

Quando uma semana atrás conhecemos o percurso do Giro d'Italia 2025, muitos lamentaram o quão descafeinada ficava a etapa 17, na qual se ascendia novamente, assim como na edição do ano passado, o mítico Mortirolo pela sua face de Monno, um porto duro mas sem os números inumanos de sua famosa vertente oposta. No entanto, pode ser que o traçado dessa etapa possa mudar após o anúncio da intenção da prefeitura de Monno de condicionar uma terrível variante.

A "Recta Contador" do Mortirolo poderia ser ascendida pela primeira vez no Giro d'Italia 2025

Tremenda notícia para os amantes dos portos míticos e das subidas extremas em referência ao traçado da 17ª etapa do próximo Giro d'Italia 2025. Uma etapa que a maioria das análises do traçado haviam qualificado como descafeinada e prova plausível de que a RCS, organizadora do Giro d'Italia, buscava evitar a todo custo problemas derivados da meteorologia como os que tiveram que enfrentar na edição do ano passado.

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E é que o traçado dessa etapa, com início em San Michelle All'Adige, se dirigiria em primeiro lugar ao porto do Tonale, uma subida suave de pouco mais de 15 quilômetros e, após sua descida ao vale, ignorava o mítico Gavia, apesar de que a descida do Tonale termina em Ponte di Legno, local de início do colosso alpino. Em seu lugar, a etapa ascenderia o Mortirolo pela sua vertente de Monno, um porto duro de 12,6 km mas sem nada de notável, de fato, na edição de 2024 foi superado sem nenhum tipo de movimento em suas rampas. Finalmente, a etapa remontava o vale de Valtellina para alcançar a localidade de Bormio, na face oposta do mencionado Gavia.

No entanto, graças à bomba que os meios de comunicação italianos deixaram cair nesta última hora, esta etapa poderia se tornar de repente uma das jornadas rainhas da corrida e é que a prefeitura de Monno, localidade onde começa a subida ao Mortirolo, apresentou um plano para condicionar a subida conhecida como a Recta Contador, uma variante que nasce a pouco mais de um quilômetro do início da ascensão pela estrada principal e que sobe em linha reta até voltar a se conectar com a estrada principal na cota 1.620 m dos 1.862 m em que se coroa o temido colosso.

Isso significa que a ascensão passa dos 12,6 quilômetros da estrada principal para os 9,8 km desta variante e, levando em conta que se sobem os mesmos 962 metros de desnível, isso se traduz em que a inclinação média passa de 7,6 a 9,8%, quase nada. Além disso, se considerarmos que os 4 primeiros quilômetros e os 3 últimos percorrem a estrada principal, isso nos deixa, para a mencionada Recta Contador, números simplesmente assustadores.

O novo trecho, de 2,9 quilômetros que, como o nome indica, é praticamente retilíneo, tem uma inclinação média de 14,9% e uma inclinação máxima que chega a alcançar 25%, o que sem dúvida será um atrativo para aqueles que estão na luta pela classificação geral.

Além disso, a situação do cume do Mortirolo, localizado a 47 quilômetros da conclusão após a qual resta a descida e a subida do Vale de Valtelina com a pequena cota de Le Motte, classificada de 3ª categoria, a apenas 10 km da chegada, deixa um cenário perfeito para que possamos ver uma etapa épica.

Para que o Giro d'Italia 2025 possa passar por esta opção direta, a prefeitura de Monno orçou 115.000 euros destinados a reparar o pavimento em alguns trechos, substituir guardrails, etc. Uma via que está reservada exclusivamente ao tráfego de ciclistas, de fato, no Giro, a maior parte da caravana subiria pela estrada principal.

A esta alternativa o prefeito de Monno deu o nome de Recta Contador após o pintenho tê-la dado a conhecer no ano de 2014 este trecho após participar de uma Gran Fondo que ascendia por esta desconhecida variante. Uma alternativa ao Mortirolo que, se tudo seguir seu curso e visto o interesse de Monno em promover este destino ciclista, é muito provável que vejamos estrear em competição no Giro d'Italia 2025.