Segundo contrarrelógio e Mortirolo, um fim de semana imperdível no Giro d'Italia 2024

No Giro d'Italia, como em toda corrida de 3 semanas, há muitos dias de transição e etapas em que nada da classificação geral é resolvido. Nós compilamos para vocês as etapas-chave deste Giro d'Italia 2024. Além disso, você pode descobrir onde assistir o Giro 2024 e quem são os principais favoritos no completo preview da corrida que já está disponível.

As etapas que você não pode perder no Giro d'Italia 2024

Obviamente, nos 21 dias que duram o Giro d'Italia 2024, muitas coisas podem acontecer em qualquer uma das etapas, no entanto, há vários dias-chave que com certeza todos os favoritos têm marcados em suas agendas, nos quais, no papel, a corrida deve ser decidida.

Dizemos no papel porque a corrida italiana tem o costume de incluir um bom número de armadilhas e etapas que à primeira vista podem parecer insignificantes ou mais adequadas para uma fuga de nível, acabam se tornando verdadeiras batalhas campais entre os favoritos. Basta lembrar dos escaramuças da primeira semana do Giro do ano passado, onde foi possível ver que Remco não estava tão bem como parecia, embora depois tenha sido atribuído à infecção por Covid que o levou ao abandono.

RECOMENDADO

Prós e contras de contar calorias se você deseja perder peso

O guia definitivo para ajustar os manetes de freio da melhor maneira

Tome as curvas como um profissional

Quando trocar o capacete, eles têm uma data de validade?

Dicas para subir mais rápido na estrada

Dicas para superar o medo de cair de bicicleta

Neste Giro d'Italia 2024, de fato, desde o primeiro dia temos etapas em que qualquer coisa pode acontecer com a jornada clássica que inicia a corrida ou com a primeira chegada em alto no dia seguinte. De qualquer forma, como dissemos, estes são os dias em que os líderes, sim ou sim, terão que se destacar.

Sexta-feira 10 de maio. Etapa 7: Foligno - Perugia

Finalizando a primeira semana, chega a vez da primeira das contrarrelógios individuais das duas que a corrida possui. É verdade que nesta primeira semana as forças ainda estarão praticamente intactas, o que sempre dá vantagem aos especialistas na luta individual. No entanto, esta contrarrelógio tem a peculiaridade, em relação às que normalmente são disputadas, de seus 40 quilômetros. Uma distância atípica nos dias de hoje e que pode provocar grandes diferenças que condicionam a corrida.

Se a distância não fosse suficiente para qualificá-la como dia chave, seu percurso também é peculiar, lembrando muito o do ano passado do Tour de France, onde Jonas Vingegaard conseguiu diferenças estratosféricas para selar sua segunda vitória na ronda francesa. Os primeiros 34 quilômetros são totalmente planos e, os últimos em claro ascenso até Perugia com um início desse trecho autenticamente descomunal em que os ciclistas terão que enfrentar um pouco mais de um quilômetro a mais de 11% de inclinação média. Também é possível, embora pouco provável dado que o restante da subida é bastante suave, que entre em jogo a possibilidade de trocar de bicicleta para maximizar a vantagem que se possa obter nesta parte final.

Sábado 18 de maio. Etapa 14: Castiglione delle Stiviere - Desenzano del Garda

Novamente a contrarrelógio será decisiva também na segunda semana do Giro d'Italia 2024. Desta vez com um percurso totalmente plano de 31 quilômetros, claramente favorável não apenas para os especialistas, mas também para aqueles que conseguiram guardar mais forças ao ser disputada em um ponto da corrida onde o organismo do ciclista já está sentindo o esforço acumulado.

Esta crono tem outro ponto a ser considerado, que é precedida pela primeira etapa de alta montanha que acontecerá no dia seguinte, então os ciclistas que gastarem muitas forças podem pagar por isso no dia seguinte. Entre uma crono e outra, as diferenças que se criarem podem ser totalmente atípicas em relação ao que costumamos ver nas grandes voltas nos últimos anos e podem condicionar totalmente o desenvolvimento das etapas de montanha, com ciclistas obrigados a buscar outro tipo de movimentos para reduzir uma grande desvantagem.

Domingo 19 de maio. Etapa 15: Manerba del Garda - Livigno

Quando uma etapa tem o Mortirolo em seu perfil, significa que não é algo menor. É verdade que esta temível montanha é subida desta vez pelo seu lado mais ameno, o que não quer dizer que seja fácil, embora não sejam as rampas desumanas da vertente que dá para o vale de Valtellina. O trecho final também não acumula muita dureza com a ligação do Passo di Foscagno e a chegada em Livigno.

No entanto, estamos falando de uma jornada que segue a disputa da segunda crono da corrida e também de uma etapa com nada menos que 222 quilômetros que, desde o início, conta com a subida ao Colle San Zeno. Se observarmos, todas são subidas longas, 13,9 km esta montanha; 12,6 o Mortirolo, 15 Foligno. Uma etapa para fundistas e que, já entrando na última semana, pode resultar em algum desfalecimento que não esperávamos inicialmente.

Quarta-feira 22 de maio. Etapa 17: Selva di Val Gardena - Passo Brocon

Sem dúvida, a etapa rainha deste Giro d'Italia 2024 e que terá os temíveis Dolomitas como campo de batalha incomparável, apesar de não serem os portos mais difíceis deste maciço alpino, sempre é extremamente difícil pedalar por essas paragens.

A etapa tem uma extensão mais comedida, com 159 quilômetros nos quais se acumulam 4.200 m de desnível, uma cifra que também não é desproporcional para o que se pode fazer nesta região. Essa dureza mais comedida, sendo uma etapa que já chega ao final do Giro d'Italia, é o que pode tornar possível que aqueles que precisam reduzir o tempo hesitem menos na hora de buscar um movimento surpreendente e, afinal, há terreno de sobra para causar estragos.

De fato, a etapa começa de forma violentíssima com a dura subida do Passo Sella no início, então provavelmente a batalha pela fuga será tremenda, o que também causa grande desgaste aos favoritos. Segue-se o Passo Rolle, outro desses que sempre aparece nas fotos quando se pesquisa Dolomitas por suas espetaculares agulhas de rocha. Este é um porto muito suave, daqueles para subir a mil por hora e, afinal, são 20 quilômetros de subida onde o desgaste continua se acumulando para a parte final da jornada, marcada pela dupla ascensão ao Passo Brocon, a primeira delas longa e suave e, a segunda, um verdadeiro porto dolomítico, mais curto e com rampas duríssimas para decidir a etapa.

Sábado 25 de maio. Etapa 20: Alpago - Bassano del Grappa

Última oportunidade para reverter a classificação geral do Giro d'Italia 2024 é o que os ciclistas terão com o Monte Grappa como cenário. É verdade que nesta altura da corrida geralmente a classificação já está totalmente esclarecida, mas, caso ainda haja algo a ser disputado, o cenário e o design da etapa são perfeitos para desfrutar de um grande espetáculo ciclístico.

Novamente uma etapa longa e onde as duas subidas ao Monte Grappa, ambas pelo mesmo lado, com 18 km de extensão, são duríssimas, mantendo a inclinação constantemente acima de 8%, embora sem rampas inumanas. Esse tipo de subida que qualificaríamos como pedalável e que dá muito jogo para ataques e contra-ataques. O fato de a corrida terminar com a longuíssima descida do Monte Grappa também permite que a descida possa desempenhar seu papel.