Empregando tecnologia até pouco tempo disponível apenas no âmbito da Fórmula 1, a equipe Red Bull-BORA-hansgrohe, em colaboração com a Specialized e o especialista em medição óptica LaVision, testou a técnica de Velocimetria por Imagens de Partículas, ou PIV, com a qual poderão ter uma melhor compreensão da aerodinâmica do ciclista, buscando ainda mais melhorias.
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Red Bull consegue tornar o vento visível através de um laser
Um túnel ferroviário abandonado em Catesby, uma pequena localidade inglesa situada a sudeste de Birmingham, um laser e hélio são os ingredientes com os quais a Red Bull-BORA-hansgrohe e a Specialized buscam revolucionar a ciência da aerodinâmica aplicada ao ciclismo, graças a uma técnica, até agora utilizada apenas na Fórmula 1, que permite visualizar em detalhes o fluxo de ar sobre a bicicleta e o ciclista, conseguindo assim uma visão instantânea de como o ar interage, onde se geram turbulências, etc.
Atualmente, na otimização da aerodinâmica do ciclista e da bicicleta, seguiam-se diferentes etapas. A primeira delas, normalmente reservada apenas para o design de bicicletas e componentes, é a simulação por computador através de CFD ou Software de Dinâmica de Fluidos. Os designs obtidos por meio de CFD são validados no túnel de vento ou, caso os dados simulados não sejam corroborados, são utilizados os obtidos no túnel para retroalimentar o software CFD e refinar o design.
Uma vez validado o design, o passo final é otimizar a aerodinâmica do conjunto bicicleta/ciclista, o que implica longas e desconfortáveis sessões para o atleta no túnel de vento ou testes em velódromo através de um sistema de tentativa/erro, ou seja, testa-se uma configuração, medem-se os números dela. Faz-se uma modificação, verifica-se se houve melhora e assim sucessivamente até afinar ao máximo a posição. Um procedimento lento e tedioso.
Agora, a Red Bull-BORA-hansgrohe busca ir muito mais longe na otimização aerodinâmica graças ao uso da técnica de Velocimetria por Imagens de Partículas, que permite tornar totalmente visível o fluxo de ar que circula através do ciclista, algo que até agora era possível de forma muito limitada no túnel de vento, através de um jato de vapor direcionado a uma parte do conjunto bicicleta/ciclista.
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Dessa forma, os engenheiros de desempenho da equipe austríaca são capazes de verificar imediatamente onde se geram as turbulências, como o fluxo de ar interage ao atravessar os diferentes elementos ou quão grande é o vácuo que fica após a passagem do ciclista e que gera resistência.
Para poder aplicar essa técnica em condições totalmente controladas, a Red Bull-BORA-hansgrohe recorreu a um antigo túnel ferroviário na localidade inglesa de Catesby. Um túnel com o piso adequado para pedalar. Nele, o ciclista passa pedalando por onde foi injetado um jato de microbolhas de hélio. Do outro extremo do túnel, projeta-se um feixe de laser que torna visíveis essas microbolhas que, com a passagem do ciclista através delas, são deslocadas junto com o fluxo de ar, oferecendo imagens reais da interação entre ar e ciclista, semelhantes às que normalmente são geradas pelo CFD.
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Embora por enquanto se trate apenas de um teste para verificar o potencial da técnica PIV, o engenheiro de desempenho da Red Bull-BORA-hansgrohe, Dan Bigham, se mostrava entusiasmado: “Queremos compreender o que realmente acontece, não apenas se algo é mais rápido ou mais lento. Com este teste PIV, finalmente estamos aprofundando na aerodinâmica, tornando visível o que antes era invisível no ciclismo. Estamos trazendo a tecnologia da Fórmula 1 para as duas rodas e gerando conhecimentos que transformarão este esporte”.
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