Strava, guarda-costas e um risco para a segurança nacional mundial.

Autoestrada 30/10/24 15:51 Migue A.

A popular rede social onde milhões de atletas compartilham seus treinos e atividades volta a ser envolvida em polêmica sobre os problemas de segurança que podem surgir com seu uso, desta vez, por parte do pessoal de segurança de alguns dos líderes mais importantes do mundo.

Os problemas de segurança gerados pelo uso do Strava novamente em foco

Informações devastadoras do jornal francês Le Monde que, graças ao uso do aplicativo Strava, conseguiu rastrear as localizações de líderes como o presidente francês Emmanuel Macron, o presidente dos Estados Unidos Joe Biden ou os candidatos à presidência desse país, Kamala Harris e Donald Trump.

Muitos desses deslocamentos eram públicos e, portanto, não representaram um problema de segurança, mas, por exemplo, a viagem do presidente francês era um deslocamento privado fora de sua agenda oficial. Mas como os jornalistas do Le Monde conseguiram essas informações? De forma muito simples, apenas seguindo as atividades que membros das equipes de segurança desses líderes publicavam no Strava.

Os serviços secretos da França e dos Estados Unidos minimizaram a importância das informações reveladas, embora estes últimos tenham aberto uma investigação, informando o pessoal afetado e com a intenção de estabelecer medidas para evitar que esse tipo de informação seja pública no futuro.

O problema é que não é a primeira vez que isso acontece. Já alguns anos atrás, a polêmica surgiu com um problema de segurança mais grave. Neste caso, afetava os militares dos Estados Unidos destacados em locais como Iraque ou Afeganistão, que publicavam no Strava, de forma totalmente pública, seus treinos. Treinos em que, muitas vezes, era possível distinguir claramente os perímetros de suas bases militares, apesar de todas as precauções, como fazer com que essas localizações não apareçam nas imagens de satélite, como as utilizadas pelo Google Maps.

De qualquer forma, estamos diante de um problema de cultura digital. O problema não está no Strava, uma ferramenta com a qual o atleta pode controlar seus treinos ou obter a motivação necessária para continuar melhorando, mas sim no uso que é feito dessa ferramenta, que, tanto nesta ocasião quanto na anterior das bases militares, não parece ter sido ótimo.

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