Quais equipes subirão ao World Tour em 2023
Continuando com a revisão da classificação de pontos UCI, hoje explicamos quais equipes subirão e o que acontecerá com aquelas que ficarem de fora do World Tour nas próximas três temporadas.
Alpecin-Deceuninck e Arkéa-Samsic serão World Tour nos próximos 3 anos
Ontem revisamos o estado atual da classificação de equipes que determinará quem terá direito a ter uma licença World Tour para as próximas 3 temporadas e que, no final desta campanha, está causando uma briga amarga entre as equipes que tentam evitar descer de categoria.
Primeiro, vamos recapitular como é o funcionamento geral do sistema de pontuação. Atualmente, a UCI estabeleceu um sistema de pontos global para as equipes que afeta todas as equipes, independentemente de sua categoria e que atribui pontos em corridas de diferentes categorias. No entanto, para estabelecer a classificação das equipes, são considerados apenas os pontos alcançados pelos 10 corredores com mais pontos de cada equipe.
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A categoria mais alta do ciclismo, o World Tour, é composta por 18 equipes que, para pertencerem a esta divisão, devem cumprir uma série de requisitos de natureza esportiva, económica e ética que são avaliados por uma comissão de licenças, pelo que o primeiro passo para fazer parte do World Tour é apresentar uma solicitação declarando a intenção da equipe de aspirar a uma licença nesta categoria.
Além disso, com o sistema atual, apenas as 18 melhores equipes do ranking UCI têm o direito de participar do World Tour. Ou seja, diferentemente do que acontece em outros esportes como o futebol, não há um número definido de promoções e rebaixamentos, mas dependerá de quais equipes se inscreveram para fazer parte da categoria, se atendem aos requisitos necessários e, além disso, se obtiverem durante o período de três anos os pontos necessários para fazê-lo.
Na situação atual, existem duas equipes da categoria Pro Team, a segunda divisão do ciclismo, que demonstraram a intenção de fazer parte do World Tour. Elas são Arkéa-Samsic e Alpecin-Deceuninck. Em ambos os casos, para além do cumprimento dos requisitos já validados pela UCI, estão numa posição confortável na classificação para garantir que na próxima temporada farão parte da máxima categoria.
O período de três anos entre cada revisão de quais equipes compõem a categoria, dá tempo às equipes interessadas em ocupar um posto no mais alto escalão do ciclismo para realizar o planejamento, bem como ter o apoio econômico necessário para cumprir os requisitos que são exigidos de uma equipe da World Tour. Como exemplo, temos a incorporação da Deceuninck como patrocinadora da Alpecin tendo em vista seu salto, já certo, para a categoria mais alta.
Obviamente, a chegada à categoria mais alta destas duas equipes é o que provocou que outras duas, no final desta temporada onde se completa o ciclo de três anos de vigência das licenças World Tour, tenham que descer para a categoria Pro Team.
O que acontece com os rebaixados?
A adesão ao World Tour implica, a nível esportivo, a obrigatoriedade de participação em todas provas da categoria World Tour, incluindo, claro, os três grandes circuitos que representam a maior vitrine para os patrocinadores das equipes.
É justamente aí que surge o problema para as equipes que perdem a categoria, já que as equipes Pro Team não têm mais acesso direto às corridas de nível mais alto, dependendo dos convites disponibilizados por cada organizador.
É também aqui que a classificação da equipe entra em jogo, pois as duas equipes Pro Team com mais pontos do ano anterior são automaticamente convidadas para todas as corridas do World Tour. Uma situação esportiva que pode até ser vantajosa, uma vez que não implica a obrigação de participar nas mesmas. Temos um exemplo na renúncia de Arkéa-Samsic para participar desta edição de 2022 do Giro d'Italia apesar de ter o direito de fazê-lo.
Por outro lado, o terceiro melhor Pro Team recebe convite automático apenas para as corridas de um dia do World Tour. Até agora, TotalEnergies e Lotto-Soudal, que ocupam um dos dois lugares de rebaixamento, são as equipes que receberiam convite para todos os eventos do World Tour, enquanto Israel-Premier Tech, também em lugares de rebaixamento, teria direito as corridas de um dia.
Fora destas posições privilegiadas, a participação em provas do mais alto nível não é garantida e depende dos convites disponíveis para participar em cada prova. Por exemplo, na próxima Vuelta a España participarão 23 equipes. Destas, 18 correspondem às World Tour. 2 convites são atribuídos automaticamente às 2 melhores Pro Teams do ano de 2021, que foram Alpecin-Deceuninck e Arkéa-Samsic.
Assim, ficaram disponíveis 3 convites, concedidos a critério da organização da La Vuelta a outras tantas Pro Teams que, no caso desta edição de 2022, foram para Euskaltel-Euskadi, Kern Pharma e Burgos-BH.