Por que faltam tantos favoritos no Mundial?
A disputa do Mundial de Estrada 2022 na Austrália e o final de uma temporada tão atípica tem levado a um bom número de ausências. Lesões, baixa forma, recusa das equipes envolvidas na luta para evitar o rebaixamento e até razões econômicas são alguns dos muitos motivos que justificam muitas das ausências.
Ausências no Mundial de Ciclismo na Austrália
Apesar do elenco que se apresentará na largada do Mundial de Estrada 2022 no próximo domingo na cidade australiana de Wollongong prever um tremendo espetáculo, com alguns dos melhores ciclistas do mundo perseguindo a desejada camisa arco-íris, também se destacam as inúmeras ausências ??que ocorreram nesta edição, algumas delas, nomes relevantes que poderiam estar entre os candidatos a desempenhar um bom papel ou até mesmo atacar o pódio.
Nomes como Roglic, Vingegaard, Valverde ou Geraint Thomas não estarão na largada de um Mundial que, pelo desenho do seu percurso, se apresenta como uma prova em que será difícil prever um vencedor.
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Os ditosos pontos
A conversa das semanas que antecedem o Mundial tem sido a luta amarga para salvar a categoria World Tour por parte de várias equipes, como Lotto Soudal, Movistar Team, Cofidis, EF Education-EasyPost ou BikeExchange-Jayco, muitas das quais se recusaram a ceder os seus ciclistas para mantê-los frescos para as últimas corridas da temporada.
Talvez a maior vítima tenha sido a seleção espanhola, cujo treinador teve grandes dificuldades em montar o elenco que iria para a Austrália, não podendo contar com Alejandro Valverde e Alex Aranburu apesar do fato de que, com os pontos conquistados após o pódio de Enric Mas em La Vuelta, a esquadra tem um lugar no World Tour praticamente assegurado.
Pela mesma razão, Ion Izagirre e Jesús Herrada não puderam ser contados, após a recusa em cede-los de uma Cofidis que entrou em uma zona perigosa nas últimas semanas. Tampouco veremos os belgas Arnaud de Lie e Victor Campenaers na Austrália, que por acaso são alguns dos pilares da Lotto Soudal para manter suas poucas esperanças de manter a categoria.
Outra das seleções que foram dizimadas pela luta por pontos foi a colombiana, que não poderá contar com Rigoberto Urán, que chega ao final da temporada em grande forma depois de ter completado uma grande Vuelta a España, ou Esteban Chaves, ambos da EF Education-EasyPost, outra das equipes em risco de rebaixamento.
Um caso estranho é o da INEOS-Grenadiers, que também não permitiu a maioria de seus ciclistas comparecer. A versão oficial: que um dos objetivos da equipe é alcançar o primeiro lugar no World Tour, que atualmente está sendo disputado com a Jumbo-Visma, desafio que só parece interessar a eles.
Isso causou a ausência de homens como Jonathan Castroviejo ou Omar Fraile, outros dois homens regulares na seleção espanhola, ou Daniel Felipe Martínez, que também pesa na Colômbia. Entre as ausências da INEOS-Grenadiers também há que incluir a Tao Geoghegan, Adam Yates o Geraint Thomas, embora, a seleção britânica não vai sentir muita falta da sua ausência, pois eles contam com um guarda-roupas que lhes permitiu montar uma equipe para ter em conta.
Fora de jogo
Outro caso muito diferente é o dos ciclistas que, por uma razão ou outra, acabaram fazendo uma longa temporada e decidiram encerra-la e começar a pensar em se recuperar e se preparar para o próximo ano.
Talvez o caso mais notável seja o de Primoz Roglic, que após a lesão sofrida no País Basco, o acidente muito duro no Tour de France e o abandono em La Vuelta devido a um novo acidente decidiu que já tinha o suficiente.
Tom Pidcock é outro dos pilotos que tem ido contra a corrente durante toda a temporada e, apesar da enorme vitória que conquistou no Tour de France ao vencer o Alpe d'Huez, não alcançou ao longo do ano aquele estado de forma que o torna imbatível. A gota d'água foi o fracasso no Mundial de MTB, um dos principais objetivos do britânico nesta temporada e após o qual decidiu encerrar sua campanha.
Por sua vez, o vencedor do Tour Jonas Vingegaard está completamente ausente desde que a grande volta terminou em julho e, embora tenha sido anunciado que ele retornaria em breve à competição para as últimas provas da temporada, aparentemente, seu estado de forma está longe de ser o ideal depois de um verão desfrutando do sucesso que alcançou.
Curioso é o caso do ex-campeão mundial Mads Pedersen que concluiu La Vuelta no seu melhor e não vai para a Austrália por decisão própria. Suas razões para não ir são simples: há vida além do ciclismo e entre seus planos para esta temporada não estavam Mundial.
Pior para outros que, desejando ir, não conseguiram, como é o caso de Caleb Ewan que, apesar de ser velocista e se ver com a possibilidade de ir bem no percurso de Wollongong, não foi selecionado para fazer parte do combinado australiano. Algo semelhante aconteceu com Dylan Teuns, que estava de olho neste Mundial e que não conseguiu encontrar um lugar na seleção belga que, sem dúvida, é a seleção mais poderosa neste Mundial.
Outros, no entanto, foram deixados de fora por razões muito mais estranhas. Vale destacar o caso de Tom Skujins quando a federação letã não dispunha de recursos para financiar a viagem à Austrália; ou o de Lawson Craddock que teve problemas com seu visto para viajar, obtendo a confirmação apenas 20 minutos após a decolagem do voo.