Shimano patenteia um sistema de carga por indução que funciona em movimento
Shimano patenteou um sistema para carregar por indução eletromagnética diferentes componentes eletrônicos. Os dispositivos seriam alimentados por uma bateria central, de modo que não precisariam mais ser carregados separadamente. Esta novidade é pensada para e-bikes, embora possa ser transferida para outras bicicletas.
Shimano e a patente de carga por indução
O sistema idealizado pela empresa japonesa permitiria carregar por indução eletromagnética a maioria dos componentes eletrônicos de uma e-bike da bateria central. Vamos por partes para entender como funcionaria e que implicações teria.
Com essa tecnologia, portanto, as baterias de componentes, como o câmbio ou o canote eletrônicos, seriam carregadas sem fio por indução. Os engenheiros da Shimano projetaram este carregamento por indução eletromagnética - que é realizado em movimento - para funcionar com uma frequência entre 100 e 200 kHz.
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Desta forma, não será necessário carregar antecipadamente tudo o que funciona com bateria. Com o sistema que a Shimano propõe, bastará carregar a bateria central e a partir desta a carga será distribuída para o restante dos componentes.
O único componente que não poderá receber energia por indução é o câmbio traseiro (além, é claro, da bateria central, que também não pode ser carregada por esse método).
Outro benefício seria a leveza dos componentes. Como suas baterias podem ser constantemente alimentadas, elas podem ter o tamanho reduzido do que tem atualmente.
O sistema foi pensado para MTB e estrada, embora seja fácil supor que não será difícil adaptá-lo a outros tipos de bicicletas, como bicicletas de gravel ou bicicletas de carga. Para bicicletas de estrada, Shimano explica que os componentes que poderiam se beneficiar desse método de carregamento seriam o câmbio dianteiro e uma luz. Em relação ao MTB, o horizonte de possibilidades se amplia e podem carregar com a indução o canote retrátil eletrônico, uma luz e suspensão dianteira e traseira.
Indução à distância
A Shimano tem que lidar com uma das desvantagens do carregamento por indução, que exige que os dois dispositivos (o que carrega e o que recebe a carga) estejam próximos. Ou seja, uma distância bem menor do que a que separa a bateria de uma bicicleta, localizada no tubo inferior, com a luz, a suspensão ou o passador.
Para contornar essa dificuldade, seria necessário um cabo para direcionar a energia ao componente correspondente. A invenção japonesa acabaria com a tarefa de carregá-los todos separadamente, mas usar mais cabos do que o necessário agora poderia causar outros problemas: o roteamento interno seria mais elaborado e complexo.
No entanto, a Shimano esclarece na patente que o sistema permitiria carregar componentes entre um e dois metros de distância. Um número bastante ambicioso, mas, se assim fosse, resolveria este problema.
Parece provável que essa novidade possa ser incorporada em bicicletas não elétricas sem muita dificuldade. Para fazer isso, teriam que ter uma bateria, embora fosse muito mais leve e menor do que em uma e-bike, já que só precisaria alimentar os componentes.