O que sabemos sobre a Copa do Mundo e o Mundial Gravel que a UCI prepara
Desde que foi anunciado em setembro, já se passaram quase 4 meses de silêncio. A notícia de que a UCI preparava para 2022 uma Copa do Mundo e um Mundial de Gravel gerou muita emoção e expectativas. Mas o que realmente sabemos sobre eles? E quando teremos todos os dados que ainda temos que conhecer? Reunimos as informações disponíveis até o momento para mantê-los atualizados sobre essas duas novas competições.
Erwin Vervecken, um velho conhecido no controle da UCI Gravel Series
Em sua declaração inicial, a UCI confirmou apenas duas coisas sobre isso. Por um lado, que seria uma série de eventos massivos que permitiriam que os melhores ciclistas (os 20-25% com os melhores tempos em cada faixa etária) se classificassem para a Mundial subsequente. Ou seja, o mesmo sistema que já existe com o Gran Fondo. E, por outro lado, que o organizador seria o mesmo: a empresa belga (de nome bem espanhol) Golazo.
À frente disso está um nome bastante notório no mundo do ciclocross: Erwin Vervecken, que foi campeão mundial em 2001, 2006 e 2007. E, em várias entrevistas concedidas nas últimas semanas a meios de comunicação como VeloNews ou Gravel Union, o ex-ciclista vem revelando algumas pinceladas sobre como será o formato.
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Em princípio, os percursos terão cerca de 100-150 km (ou seja, mais curtos do que muitos dos desafios mais populares deste tipo) e incluirão pelo menos 60% de estradas de terra. Para se diferenciar do MTB, praticamente não haverá single tracks ou descidas técnicas.
De resto, Vervecken garante que os regulamentos de equipamentos serão muito pouco rigorosos, pelo menos durante os primeiros anos. Assim, poderá participar nas diferentes provas com praticamente qualquer bicicleta: MTB, estrada... Só serão excluídos as de contrarrelógios e as e-bikes, por razões óbvias, e o peso mínimo estabelecido pela UCI será mantido em 6,8 kg.
As estrelas, com um pé dentro
Além disso, depois de alguma confusão e boatos a respeito, o que sabemos é que os ciclistas profissionais também poderão competir na Copa do Mundo e no Mundial de Gravel. O que é uma notícia magnífica diante do interesse da mídia nesta disciplina. E vários grandes nomes já manifestaram interesse ou até estrearam na gravel.
Remco Evenepoel, por exemplo, ficou entre os dez primeiros no último Belgian Ride Waffle no Kansas. E Alexey Lutsenko tornou-se em outubro o primeiro vencedor da primeira corrida de gravel para profissionais, a Serenissima (em Veneto, Itália). Além disso, tanto Peter Sagan quanto Mathieu Van der Poel se mostraram abertos para disputar o Campeonato Mundial. Algo que certamente tem muito a ver com o interesse de marcas como Specialized, Canyon ou Wilier em mostrar seus modelos de gravel.
Outros grandes, embora não sejam mais profissionais, também estão envolvidos nisso. Tinker Juárez, que recentemente se juntou à equipe de negócios Floyd Landis, ou Laurens Ten Dam, são dois dos principais exemplos.
Uma breve história da gravel
Embora tenha conquistado o mundo do ciclismo de forma brilhante, deve-se lembrar que a gravel é uma disciplina totalmente nova. Os primeiros eventos só começaram a aparecer depois do ano 2000, especialmente nos Estados Unidos e Canadá. Se trata de provas com um formato semelhante ao Gran Fondo (aliás, às vezes também são chamados de ‘Dirty Fondo’), mas em estradas não pavimentadas, que logo conquistaram a imaginação de muitos fãs.
Unbound Gravel (o antigo Dirty Kanza, no Kansas), Barry-Roubaix (em Michigan), Paris 2 Ancaster (em Ontário, Canadá) ou o Belgian Waffle Ride (na Califórnia e outros estados) estão entre as mais conhecidas dessas corridas. Mas também deste lado do Atlântico começam a surgir com força nos últimos tempos.
E, de fato, embora Vervecken não tenha revelado o cronograma exato, que ainda não foi polido, indicou que haverá mais de 4 eventos na América do Norte, além de vários no Velho Continente e na Austrália, e um na Ásia. Na Europa, sem citar nenhum lugar específico, ele esclareceu que elas ocorrerão "nos países tradicionais do ciclismo: Itália, França, Bélgica, Espanha, Holanda ...". Portanto, haverá pelo menos uma data na Península.
Não sabemos se será algum dos que já existem (o Iron Gravel de Alicante ou o Sierra Norte Challenge de Madrid poderão ser candidatos, dadas as distâncias que falamos), pois o próprio responsável garante que haverá tanto corridas já conhecidas como outras que nascerão este ano.
Quando saberemos mais?
Quanto ao Mundial, tudo indica que o primeiro será realizado nos Estados Unidos, embora isso também não esteja certo ainda. Vervecken, mesmo sublinhando que isso não faz parte de sua missão, revelou que sabe que há "um candidato na América e outro na Itália". E as datas, como você pode imaginar, também ainda não foram definidas.
Parece que as incógnitas serão esclarecidas no início de fevereiro, quando a UCI fizer um novo anúncio com mais dados. E em 30 de janeiro, no Mundial CX em Fayetteville, acabarão de definir todas as pontas soltas que ainda restam.