"Não vou competir como profissional, só vou treinar com eles": Aleix Espargaró deixa o ciclismo para se concentrar na moto
Aleix Espargaró confirmou que deixa para trás sua breve etapa como ciclista profissional dentro da estrutura Lidl-Trek. O piloto de testes da Honda, que este ano tentou conciliar seu trabalho no motociclismo com sua paixão pela bicicleta, explicou recentemente que a marca japonesa pediu que ele se concentrasse completamente em seu papel de testador. “Alberto Puig me disse que entendia muito bem minha paixão pelas bikes, mas que isso é a Honda e eu precisava estar mais focado. Ele estava absolutamente certo, provavelmente eu me enganei”, reconheceu.
Aleix Espargaró encerra sua aventura como ciclista profissional a pedido expresso da Honda
Espargaró foi contratado pela Lidl-Trek no início da temporada em um movimento tão inesperado quanto midiático. Desde o início, foi apontado que sua incorporação tinha um componente promocional evidente, mas também abria a porta para descobrir até onde poderia chegar um atleta de elite que, apesar de vir do motociclismo, sempre treinou como um ciclista comum.
O fato é que Aleix deu o passo à frente por méritos próprios, se integrou nas concentrações da equipe, assumiu cargas de treinamento de nível WorldTour e acabou estreando oficialmente em competição com a estrutura, até então americana. Sua estreia profissional aconteceu na Vuelta a Áustria, mas sua aventura foi condicionada desde o primeiro momento pelos acidentes.

RECOMENDADO
A DT Swiss apresenta suas rodas aero mais leves até agora e possuem raios de carbono
A UCI estabeleceu um limite orçamentário para todas as equipes e "as equipes menores se opuseram"
"É uma opção realista": Van der Poel poderia competir em MTB e estrada em Los Angeles 2028
Tom Pidcock retorna à Pinarello: assim nasce a nova equipe de ciclismo profissional Pinarello-Q36.5
David Valero se despede da equipe BH Coloma em La Nucía
Um túnel abandonado e luz laser para melhorar a aerodinâmica da equipe Red Bull
Primeiro sofreu uma queda que o obrigou a abandonar a corrida e, quando tentava recuperar sensações em setembro, veio o golpe definitivo quando uma dura queda durante um treinamento o fez ter que descartar sua participação no GP da Hungria: “Cheguei arrebentado com três vértebras quebradas da bicicleta”, lembrou neste fim de semana. Esse incidente foi o ponto de inflexão.
Segundo explica o próprio piloto, foi então que a Honda lhe transmitiu que ele deveria priorizar seu trabalho na MotoGP: “Não sabia como calibrar meu papel como testador. Pensei que poderia estar nos dois mundos, e não é assim”. Nesse período, praticamente não conseguiu nem treinar: “Nos últimos dois meses quase não consegui subir em uma bike; vivi na Malásia fazendo testes”, comentou.
Apesar de dar por encerrada a etapa de ciclismo profissional, Espargaró não romperá seu vínculo com a Lidl-Trek. O espanhol confirmou que continuará integrado na equipe, embora apenas como parte dos treinamentos e atividades do grupo, sem números ou calendário: “No ano que vem vou continuar na equipe, mas não vou fazer corridas como profissional; só vou treinar com eles e estarei mais focado na Honda”, assegurou.
O motivo é claro: seu papel como testador se intensifica. A Honda quer que ele lidere o desenvolvimento duplo, a moto de 2026 e o protótipo de 2027, que já incorporará pneus Pirelli, o que exige uma dedicação total. “Me pediram que no próximo ano eu me dedique muito mais ao trabalho de testador”, confirmou.
Assim se encerra uma etapa tão curta quanto intensa, marcada pela ilusão competitiva de Aleix, sua histórica estreia como ciclista e, finalmente, por lesões que o obrigaram a priorizar. O catalão continuará pedalando, mas já longe da competição profissional.