Medidas indispensáveis que você deve controlar na sua bicicleta

Autoestrada 21/02/24 07:27 Migue A.

A correta posição do ciclista na bicicleta é um fator chave se pretendemos passar muitas horas pedalando sem sofrer desconfortos ou fazer movimentos que possam levar a uma lesão. Além disso, uma posição adequada nos permitirá ser mais eficientes na bicicleta. Estes são os principais pontos que vocês devem levar em conta ao ajustar sua bicicleta.

Quais são as medidas mais importantes da posição do ciclista

Embora cada vez mais cicloturistas levem em conta sua posição na bicicleta, adaptando-a às suas características físicas e, em muitos casos, recorrendo a um biomecânico para garantir o ajuste correto, ainda é comum ver nas estradas pessoas que pedalam de qualquer maneira em suas bicicletas: selins baixos, guidões muito baixos, esticados demais, com selins inadequados para seu físico e uma infinidade de aberrações biomecânicas.

Felizmente, o ciclismo não é um esporte agressivo e na maioria dos casos essas posições não chegam a ser lesivas, embora, sim, muitas vezes sejam a origem de muitos dos desconfortos que se sofrem na bicicleta e que, tradicionalmente, foram considerados um mal inerente à dureza do ciclismo, como dores nas costas e pescoço, atritos causados pelo atrito com o selim ou dormências em diferentes partes do corpo.

Sem pretender substituir o trabalho de um biomecânico, deixamos várias dicas de como ajustar as medidas básicas de sua bicicleta para, pelo menos, evitar lesões.

Altura do selim

Esta é sem dúvida a principal medida que afeta o pedal. O resto das cotas podem estar ajustadas melhor ou pior, mas se pedalamos com o selim muito alto ou muito baixo corremos o risco de nos lesionarmos ou, pelo menos, sofrer desconfortos nas áreas de apoio e desperdiçar grande parte da força que exercemos nos pedais.

Existem muitas formas sugeridas para obter esta medida. Desde fórmulas que correlacionam o comprimento do entrepernas a métodos mais ou menos caseiros que usam alguma parte do corpo como referência. Você pode ver tudo o que precisa levar em conta sobre a altura do selim neste artigo. Em linhas gerais, as sensações vão ser mais esclarecedoras muitas vezes do que as fórmulas que se encontram por aí.

Buscaremos uma posição em que o joelho fique praticamente estendido, mas sem chegar a fazê-lo completamente. Depois disso, tentaremos pedalar e buscar um ajuste mais fino dependendo se percebemos pressão excessiva na virilha ou se sentimos que nos custa exercer força nos pedais.

Alcance ao guidão

Na hora de escolher o tamanho da bicicleta, sem dúvida o alcance, ou seja, o comprimento efetivo do posto de condução é o mais decisivo para avaliar se a bicicleta é ou não adequada para nós, principalmente com as bicicletas atuais onde a integração com hastes específicas e os cabos internos tornam muito difícil brincar com o comprimento deste componente para ajustar este parâmetro.

E é que a forma de ajustar o quão longe ou perto o guidão fica de nós passa por brincar com o comprimento da haste ou o alcance do guidão, tendo alguma margem com o recuo do selim, embora não devêssemos usar essa medida para fazer este ajuste, como explicaremos mais tarde.
As sensações que devemos levar em conta para avaliar se esta distância está bem ajustada é que chegamos às manetes de forma natural, com os cotovelos semi-flexionados e sem sentir tensão nas lombares ou, se formos muito curtos, na parte alta das costas e pescoço. Sensações que devemos avaliar quando tivermos pedalado pelo menos um par de horas, pois subir e dar uma pequena volta, com o corpo descansado, não nos permitirá tirar conclusões reais.

Recuo do selim

Muitas vezes esta é uma medida que poucos levam em conta e que, no entanto, afeta em grande medida o desempenho do pedal. Ir com o recuo bem ajustado é o que permite que o trabalho seja distribuído adequadamente entre todos os músculos da perna, a pedalada flua mais facilmente sem ficar presa em nenhum ponto e possamos exercer força em todo o alcance.

É por isso que não devemos usar o recuo do selim para ajustar a distância ao guidão, pois estaremos afetando a forma de pedalar, embora sempre possamos brincar com uma pequena faixa para adaptar esta medida às nossas preferências e ao tipo de selim que usamos. Isso último é importante, pois, tradicionalmente, o recuo era medido tomando como referência a ponta do selim e o pedivela. No entanto, os atuais selins recortados fazem com que essas referências mudem.

Em vez disso, é preferível levar em conta o ponto de rotação do joelho de forma que a força seja aplicada perpendicularmente sobre o pedal no ponto de maior força, ou seja, com as bielas horizontais. Para isso, o método habitual é pendurar um prumo a partir do ponto de rotação do joelho, não a partir da rótula como vemos muitas vezes, que deve cair sobre o eixo do pedal.

Ao modificar o recuo do selim, devemos levar em conta que, como o tubo do selim é angulado, isso afetará a altura do selim. Portanto, devemos corrigir isso levantando ligeiramente o selim depois de trazê-lo para frente ou abaixando-o se o tivermos recuado.

Diferença de altura entre o selim e o guidão

Tradicionalmente, as bicicletas de estrada eram todas máquinas de corrida, com as mesmas medidas agressivas usadas pelos profissionais. Felizmente, nas bicicletas clássicas, o sistema de direção aparafusado e as hastes em cunha permitiam um ajuste fácil para cima e para baixo, de forma semelhante ao ajuste de um selim.

O advento do sistema de direção dianteira trouxe muitas vantagens em termos de simplicidade mecânica e redução de peso, mas praticamente eliminou a possibilidade de ajustar a altura do guidão. Uma altura que só pode ser ajustada brincando com os espaçadores que podem ser encaixados, colocando-os acima ou abaixo da haste.

No entanto, espaçadores excessivos têm um impacto evidente na precisão e na rigidez da direção, pois a haste fica distante do rolamento superior, além de serem claramente inestéticos. Também é possível alterar esse parâmetro inclinando a haste. Simplesmente virando a haste de cabeça para baixo, é possível ganhar bastante altura.

Uma diferença excessiva na altura do selim exigirá do ciclista uma flexão excessiva do quadril, o que resultará em uma perda de aplicação de potência na parte superior da pedalada, além de causar desconforto nas costas e na virilha. Outra consequência de andar muito alto no selim é a impossibilidade de usar a curva do guidão, o ponto em que temos mais controle da bicicleta ao descer ou pedalar em alta velocidade. Pelo contrário, andar muito alto pode causar desconforto no pescoço, além de prejudicar claramente a aerodinâmica.

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