O jejum intermitente é eficaz para ciclistas amadores?
O jejum intermitente é um estilo de alimentação que vem ganhando adeptos nos últimos anos. Entender quais são seus benefícios, riscos e contraindicações nos ajudará a decidir se é uma opção interessante para quem pratica ciclismo.
Desvendando o mistério do jejum intermitente: é conveniente para os ciclistas?
O jejum intermitente começou a ganhar popularidade há alguns anos. Desde então, tem ganhado seguidores, embora ainda haja muitos que permanecem céticos sobre os supostos benefícios que ele traz para o nosso corpo. Vamos começar do início.
O conceito de jejum intermitente refere-se ao estilo de alimentação baseado em comer apenas durante algumas horas determinadas e jejuar durante o resto do dia. Uma fórmula comum é a conhecida como 16-8; ou seja, comer durante 8 horas e jejuar durante as 16 horas restantes.
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Algumas celebridades tornaram pública a sua aposta no jejum intermitente, embora reduzir o seu sucesso à influência dessas celebridades seria simplificar demais. A verdade é que é um método fácil de entender, de manter e que não elimina alimentos.
Antes de tudo, deve-se notar que o jejum intermitente não é indicado para "pessoas com doenças autoimunes, pessoas que estão muito abaixo do seu peso, pessoas que se medicam permanentemente, pessoas diabéticas, grávidas e lactantes", de acordo com Bea Porto, que publicou um artigo sobre o assunto na RFEC.
Em geral, podemos encontrar dois motivos pelos quais alguém decide aderir ao jejum intermitente: a perda de peso e os benefícios obtidos.
Quanto ao primeiro, a premissa é que o jejum acelera a perda das reservas de glicogênio, o que faz com que o corpo satisfaça a demanda de energia queimando mais gordura. Um estudo publicado no Journal of the International Society of Sports Nutrition, explica que combinar este estilo de alimentação com treinamentos de resistência em ciclismo ajuda a reduzir o peso sem perder massa muscular.
Quanto ao segundo, de acordo com a RFEC, aumenta a adrenalina, o que resulta em nos sentirmos com mais energia; ativa um processo de desintoxicação periódica que melhora as digestões e os gases; e argumenta que alguns estudos apontam outros benefícios, como o fortalecimento do sistema imunológico ou a ajuda a doenças neurodegenerativas.
O papel do ciclismo
A nutrição é fundamental no ciclismo. Os ciclistas profissionais comem antes, durante e depois de subir na bicicleta. O principal risco do jejum intermitente para quem pedala é, de fato, ficar sem energia. O corpo precisa de energia para funcionar, que obtém graças aos alimentos que ingere. Quanto mais exercício, maior a demanda de energia.
Abster-se de comer durante períodos tão longos pode ser contraproducente, pois treinar intensamente com baixas reservas de glicogênio pode piorar o desempenho e a recuperação do ciclista.
Embora o estudo citado anteriormente tenha mostrado que os ciclistas perderam peso, mas que tanto o desempenho quanto a capacidade aeróbica permaneceram iguais, parece haver certo consenso de que os efeitos adversos aumentam à medida que a intensidade do treinamento também aumenta.
Diante desses diferentes pontos de vista, o jejum intermitente poderia ser compatível com o exercício de ciclismo desde que um médico especialista analise nosso caso particular e dê sua aprovação.
No entanto, estudos científicos sugerem que não é a melhor estratégia para o ciclismo, pois a perda de peso é semelhante se comparada a outras dietas ou estilos de alimentação, mas traz possíveis problemas como energia insuficiente, que resultam em uma diminuição do desempenho e da recuperação.