"Fatto in Italia" e gama média: o plano da Campagnolo para sair do buraco
A Campagnolo deu um passo pouco habitual em sua comunicação corporativa para esclarecer as informações sobre sua difícil situação econômica e as previsões de até 120 demissões em sua sede de Vicenza. A marca italiana reconhece que a redução de pessoal “é provável” dentro de seu recém-aprovado plano industrial, mas insiste que o projeto inclui “possíveis evoluções positivas” e que as negociações com os sindicatos continuam abertas.
O plano da Campagnolo para se estabilizar: demissões, Made in Italy… e novos grupos de gama média
Em um comunicado enviado à imprensa, a empresa sublinha que o plano apresentado em 21 de novembro foi compartilhado com “total transparência” e que não contempla relocalizações de postos de trabalho, desmentindo parte das informações publicadas nos últimos dias. A Campagnolo ressalta que “Made in Italy” continua sendo um pilar estratégico, e que está revisando toda a sua cadeia de suprimentos para favorecer processos mais curtos e, sempre que possível, dentro do território italiano.
Três anos em perdas, tensões com os sindicatos e um plano para assegurar o futuro levaram a empresa à atual situação. Mas a Campagnolo quis fazer este esclarecimento depois que diferentes meios de comunicação italianos apontaram que a empresa havia acumulado mais de 24 milhões de euros em perdas desde 2023, apesar da injeção de cerca de 10 milhões financiados pelos acionistas entre o final de 2024 e 2025.
Enquanto a companhia insiste que a reestruturação é necessária para garantir a continuidade da atividade em Vicenza, o sindicato FIOM Vicenza rejeita as demissões e reclama explorar alternativas junto com a agência regional Veneto Sviluppo. Os representantes dos trabalhadores sustentam que a situação financeira “não é tão crítica como foi apresentada publicamente”.
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Além da discussão sobre o futuro laboral de seus 300 empregados, o comunicado deixa uma mensagem chave para o setor: A Campagnolo voltará a lançar grupos de gama média. A marca confirma que, após a boa recepção de seu Super Record Wireless de 13 velocidades, está desenvolvendo novas plataformas para segmentos intermediários, um terreno que havia abandonado em sua recente aposta pelo posicionamento premium.
A Campagnolo afirma que essa ampliação de catálogo permitirá acessar a “segmentos de mercado mais amplos” e gerar um crescimento “sustentável a médio e longo prazo”. Não oferece datas concretas nem detalhes técnicos, mas assegura que aproveitará sua experiência interna para garantir continuidade tecnológica e estabilidade.
O retorno a esses níveis de preço representa uma mudança estratégica significativa. Durante décadas, a Campagnolo ofereceu soluções desde a gama básica até os grupos topo de gama, mas a retirada das linhas médias deixou um espaço que Shimano e SRAM ocuparam com clareza. A própria empresa reconhece agora que diversificar para esses níveis de preço será chave para sua recuperação.