Canyon baixa o preço das suas bicicletas no Reino Unido
A empresa de Koblenz rompe com a tendência inflacionária no mundo das bicicletas e reduz o preço de muitos de seus modelos. Resta saber se esta decisão da Canyon se deve às melhores condições de distribuição na Grã-Bretanha ou se é o início de uma mudança de tendência em um mercado que nos últimos anos vive uma verdadeira montanha-russa.
Canyon, primeira marca a baixar preços? Estamos no início do fim da bolha do ciclismo?
Depois de um ano em que a inflação global, atribuída à guerra na Ucrânia, marcou a economia global, parece que a situação começa a se normalizar. Um dos setores mais afetados pelo aumento geral dos custos foi o do ciclismo, sobretudo por ter que administrar a situação gerada durante e após a pandemia, quando a grande demanda por bicicletas foi combinada com a falta de suprimentos para fabricá-las e os gargalos na rede de abastecimento provenientes do Oriente.
Neste paradigma, a subida dos preços das bicicletas, uma delas a própria Canyon, em que os preços de alguns modelos subiram até 12% em um ano, levou a um abrandamento do mercado que tem deixado muitas marcas com os armazéns cheios e com dificuldade para dar saída a seus produtos.
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Normalmente nestes casos, a situação volta gradualmente ao normal, mas raramente vimos os preços baixarem, algo que a Canyon acaba de nos surpreender no seu canal de distribuição no Reino Unido, onde caiu significativa e definitivamente, além das habituais ofertas pontuais, o preço de alguns modelos como Aeroad, Grail ou Ultimate.
A Canyon atribui esta redução às melhores condições que a Grã-Bretanha apresenta atualmente para a importação de bicicletas, referindo-se ao atual câmbio da libra e aos menores custos de frete e alfandega.
Além da redução de custos de que a marca não deu maiores detalhes, da Canyon aponta para a confiança dos clientes nas suas bicicletas, mantendo um crescimento constante e atingindo números de vendas próximos dos de antes da pandemia, uma recuperação que preveem concluir ao longo deste 2023.
Teremos de esperar para ver se a Canyon consegue aplicar esta política aos mercados da União Europeia, o que poderá indiciar uma mudança de tendência no crescimento imparável dos preços das bicicletas que tem feito com que alguns modelos se tornem quase inatingíveis, repercutindo por sua vez na desaceleração das vendas ao longo do último ano, quando muitas marcas ainda lutavam para vender as gamas dos anos anteriores.
Também é importante perceber se alguma outra marca é capaz ou é obrigada pelo excesso de stock a aplicar uma medida semelhante, explorando o que muitos têm descrito como a bolha das bicicletas, uma clara alusão ao significativo aumento de preços que se tem observado nos últimos anos.
De qualquer forma, a situação da Canyon é difícil de extrapolar para outras marcas, já que o modelo de venda direta da fábrica, sem distribuidores intermediários, faz com que as condições de negócios e as margens da firma alemã sejam diferentes das de outras marcas.