A bicicleta chinesa com a qual Harry Hudson se tornou Campeão do Mundo

A carreira da categoria júnior dos recentemente disputados Campeonatos Mundiais de Kigali foi vencida, após um ataque contundente a 36 quilômetros da conclusão, pelo britânico Harry Hudson. Uma vitória que ganhou especial importância após ser descoberto que sua bicicleta não estava assinada por nenhuma das grandes marcas do mercado, mas sim pela desconhecida marca chinesa Quick Pro e seu modelo AR:One.

O Campeonato Mundial Júnior foi conquistado com uma bicicleta de 6.000 €

Com um ataque demolidor a 36 quilômetros da meta, o jovem Harry Hudson, a última pérola da base britânica, conseguiu se impor em Kigali. E ele o fez em cima de uma bicicleta com um peso de apenas 6,83 kg, no limite mínimo estabelecido pela UCI para uso em competição, decorada com um design personalizado chamativo que não passou despercebido a ninguém.

No entanto, a ausência de logotipos fez muitos se perguntarem de que bicicleta se tratava até que, finalmente, o mistério foi revelado. Sob essa pintura curiosa está uma AR:One do fabricante chinês Quick Pro, que não demorou em se orgulhar desta notável vitória. Uma bicicleta que, em comparação com as máquinas de mais de 10.000 € que costumam ser usadas em competição, também nestas categorias, poderia ser montada com um orçamento em torno de 6.000 € sem que, à vista do resultado alcançado por Harry Hudson, isso represente uma falta de desempenho em relação a modelos mais renomados.

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O quadro do Quick Pro ER:One pesa 811,5 g no tamanho M, com Harry Hudson montando um guidão da casa, especificamente um CANWIN Zephyr SSL integrado e rodas CRW CS5060 que, como o nome sugere, têm um perfil diferenciado de 50 mm na frente e 60 mm na traseira e, apesar desses perfis generosos, em parte graças aos raios de carbono que utilizam, param a balança em apenas 1.280 g.

Também fora do comum eram os pedivelas de carbono CYBREI de 165 mm que Harry Hudson montava com coroas 54/38 e pedais com medidor de potência Assioma.

Os 6,83 kg marcados na pesagem oficial dos comissários da UCI para o Quick Pro ER:One foram a bicicleta mais leve da prova júnior em comparação com outros modelos que chegavam até 8,5 kg, uma diferença muito significativa para as íngremes rampas de Kimihurura, cenário do ataque que levou Harry Hudson à vitória. De qualquer forma, o uso desta bicicleta pelo jovem ciclista britânico é apenas uma curiosidade, já que, a partir do próximo ano, ele poderá contar com uma nova Trek-Madone após a confirmação de sua contratação pela equipe de desenvolvimento da Lidl-Trek.

Isto apenas confirma a evolução das marcas chinesas de bicicletas, que passaram de copiar modelos conhecidos ou fabricar bicicletas de molde aberto para pequenas marcas europeias a aprender sobre o carbono e produzir bicicletas e componentes cada vez mais elaborados, com um desempenho que pouco tem a invejar às marcas estabelecidas e com a possibilidade de oferecer preços inalcançáveis para essas marcas tradicionais por serem fabricantes e, na maioria dos casos, distribuírem diretamente seus produtos, sem intermediários entre fábrica e cliente. Um bom exemplo do nível alcançado pelas bicicletas produzidas na China são as X-Lab que têm sido utilizadas ao longo desta temporada, e com sucesso, pela XDS-Astana.