Vacinação completa contra covid-19 será quase obrigatória no ciclismo profissional
Ninguém quer um 'caso Djokovic' no pelotão. Depois que o tenista número 1 foi deportado da Austrália por constituir "uma ameaça à saúde pública", a vacinação completa contra a covid-19 será quase obrigatória no ciclismo profissional. Em diferentes países onde as competições são realizadas e a UCI exigirá isso. Incluindo, em alguns casos, a terceira dose, também chamada de reforço.
França se prepara para Roland Garros e o Tour
Em 7 de janeiro, o parlamento gaulês aprovou um projeto de lei para impor o certificado de vacinação para muitas atividades sociais, de forma que não seja mais suficiente apresentar um teste negativo recente. Inclusive, a partir de 15 de fevereiro, também será necessário ter a dose de reforço, e não apenas as duas primeiras.
A prática esportiva é uma das situações abrangidas pela lei e, embora inicialmente a ministra do Esporte, Roxana Maracineanu, tenha assegurado que haveria exceções para atletas de elite, a deportação de Djokovic antes de jogar o Aberto da Austrália e as especulações sobre sua presença em Roland Garros fizeram o governo francês recuar. Por fim, não haverá exceções.
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O que significa que os ciclistas também terão que ter a orientação completa para participar do grande objetivo de todas as estrelas e equipes, o Tour de France. Mas não só. O calendário francês começa em 30 de janeiro, com o Grande Prêmio de Marselha - La Marseillaise, onde estão confirmados Thomas De Gendt, Diego Ulissi e Guillaume Martin, entre outros. E continua em fevereiro com Étoile de Bessèges e Tour de Provence.
Itália e os países árabes
Parece também que, na Itália, se exigirá aos membros das equipes de ciclismo que estejam totalmente vacinados. Embora não seja para entrar no país. Em 10 de janeiro, o governo de Mario Draghi aprovou a criação do chamado 'Super Green Pass', um 'passaporte covid reforçado'. Para tê-lo, você terá que estar vacinado ou ter tido a doença, sem que sirva apresentar um teste negativo recente.
E será exigido em muitos âmbitos, como os esportivos; mas, sim, apenas em estádios e recintos fechados. Nesse sentido, o ciclismo seria um dos poucos esportes que por suposição ficaria de fora... não fosse o fato de que também será necessário se hospedar em hotéis. Assim, os membros do pelotão ainda terão que contar com ele.
Duas outras corridas que acontecem no início do ano são o Tour da Arábia Saudita (1 a 5 de fevereiro) e o United Arab Emirates Tour (20 a 26 de fevereiro), em que estará Pogacar e Dumoulin. E para entrar nos dois países também será necessário apresentar provas de estar devidamente vacinado. Nos Emirados Árabes, inclusive com a terceira dose.
Assim sendo (e com o Tour Down Under australiano e a argentina Vuelta a San Juan novamente canceladas), Espanha e Bélgica são os únicos países com grande tradição ciclística que ainda não impuseram este tipo de restrição. Embora a União Ciclística Internacional também tenha decidido agir sobre o assunto.
O protocolo da UCI e a polemica de Van Avermaet
Além de todas as medidas que já estavam em vigor no ano passado (máscaras, testes de PCR...), e que se mantêm em 2022 devido à situação provocada pela variante omicron, o órgão internacional que rege o ciclismo profissional prevê desta vez em seu protocolo seu próprio 'passaporte'.
Isso pode ser obtido entre uma e quatro semanas após receber a última dose de qualquer uma das cinco vacinas aprovadas na UE (Pfizer, Moderna, Janssen, AstraZeneca e Novavax). E sim, também poderá tirar sem estar imunizado, apresentando PCR negativo realizado 48 horas antes da disputa de uma corrida. E este tem 10 dias para continuar competindo.
Com todas essas medidas, resta saber o que finalmente fará Greg Van Avermaet, que nos últimos dias se envolveu em uma grande polêmica por algumas declarações nas quais garantiu que adiaria a dose de reforço para depois dos clássicos da primavera. Além disso, o belga culpou as duas primeiras injeções por seu mau desempenho na segunda parte do ano de 2021.
Depois de alguns o compararem ao tenista sérvio, o campeão olímpico de 2016 quis esclarecer que, depois de vacinado, também foi infectado em novembro. "Se não fosse isso, eu já teria tomado a terceira dose. Sou totalmente a favor da vacinação, não gostaria que ninguém pensasse que sou como Djokovic", garantiu Van Avermaet. Assim, resta saber se a legislação francesa o obrigará a adiantar o reforço para poder disputar clássicos como o Paris-Roubaix, um dos seus grandes objetivos da temporada (já o venceu em 2017). Ou se bastarão duas doses e a comprovação da superação da doença.