Que outros esportes os ciclistas profissionais praticam na pré-temporada?

Autoestrada 10/11/22 15:00 Guilherme

A parada completa entre temporadas que costumavam fazer há algumas décadas foi esquecida. Agora os profissionais têm que se manter ativos entre uma temporada e outra, evitando ter que começar a treinar do zero para estar em forma desde a primeira corrida. Escolher esportes alternativos, que sejam complementares ao ciclismo ajuda não só a iniciar a preparação para o ciclismo em condições ideais, mas também a exercitar os músculos e zonas do corpo que ficam em segundo plano durante todo o ano.

Primoz Roglic (Jumbo-Visma) foi saltador profissional de esqui, usa esqui cross-country em sua preparação

Esportes alternativos para ciclistas profissionais

Já se foram os dias em que, no final da temporada de competição, os ciclistas se abandonavam por quase um mês, dedicando-se apenas ao descanso e entregando-se a caprichos que não podiam desfrutar no resto do ano. Era outro ciclismo em que as temporadas começavam de forma mais tranquila para muitos, encarando as primeiras corridas como mera preparação para seus verdadeiros objetivos.

Hoje em dia tudo isso mudou e a demanda é tanta que o profissional tem que estar em plena forma do final de janeiro a meados de outubro, na verdade introduzindo certos períodos de forma e descanso no meio da temporada, pois afinal de contas é uma exigência total de 10 meses por ano.

Elisa Balsamo (Trek-Segafredo) está ciente da importância de trabalhar o core para um melhor desempenho na bicicleta.

Quando novembro finalmente chega, chega o tão esperado descanso para a maioria, uma breve parada já que no início de dezembro as equipes recomeçam com as primeiras concentrações de inverno e, para quem disputa as primeiras corridas do ano, a exigência já será grande. Além disso, num esporte cada vez mais multidisciplinar, não são poucos os que ligam a temporada de estrada ou de montanha ao ciclocross ou à pista.

Com essa exigência, a chamada pré-temporada se torna ainda mais importante ao obrigar os ciclistas a se manterem ativos nos momentos em que a bicicleta está em segundo plano. São várias as opções que escolhem, sempre tentando encontrar esportes em que não seja fácil se machucar e que, por sua vez, sejam o mais compatível possível com o ciclismo.

Caminhada

Uma das atividades tradicionais da pré-temporada tem sido a caminhada na montanha, um esporte que permite ao ciclista fazer um esforço de baixa intensidade, durante muito tempo e com pouco impacto nas articulações e risco mínimo de lesões.

Iván García Cortina (Equipe Movistar) percorrendo as montanhas de Andorra antes da chegada das primeiras neves.

Hoje não é tão popular por causa do tempo que requer, numa época em que o atleta procura precisamente desconectar-se um pouco e reduzir o volume de treino e porque a sua contribuição afeta apenas a manutenção do sistema aeróbico, qualidade bem desenvolvida nos ciclistas.

Ginásio e exercícios complementares

O trabalho de força tornou-se essencial na preparação dos ciclistas, uma parte do treino que hoje se mantém inclusive durante toda a temporada. Não para fortalecer as pernas, o que é sempre interessante, mas também em relação ao controle postural para evitar lesões devido à posição exigente na bicicleta utilizada pelos profissionais.

Letizia Paternoster (Trek-Segafredo) se preparando na academia para o Mundial de Pista.

Por esta razão, para além das típicas sessões de pesos na academia, atualmente se dedicam a outros exercícios complementares como o pilates, com os quais se procura influenciar a flexibilidade e o fortalecimento de todos os músculos estabilizadores: lombar, anca, abdominais, etc. Além disso, já não se despreza o trabalho da parte superior do corpo para alcançar um tônus mínimo que mantenha o corpo equilibrado e que, para os amantes de clássicas especializados em corridas em paralelepípedos, se torne um plus com o qual obter maior desempenho nessas superfícies irregulares. .

Esqui cross-country e de montanha

Outra das opções tradicionais quando chegava o inverno era praticar esqui cross-country, um esporte exigente em nível aeróbico e sem impacto. Atualmente caiu em desuso, pois não são poucos os ciclistas que optam pelo esqui de montanha, o que acrescenta às exigências do esqui cross-country aquele componente de aventura e contato com a natureza das caminhadas.

Carlos Verona e Iván García Cortina (Movistar Team) encontram um paraíso para o esqui de montanha em Andorra

Uma atividade que se tornou a favorita de muitos dos ciclistas que atualmente residem em Andorra, como os corredores da Movistar Team Carlos Verona e Iván Carcía Cortina, que encontram neste esporte uma alternativa perfeita não só para a pré-temporada, mas também para aqueles dias em que o tempo não é bom para andar de bicicleta.

Embora seja uma atividade controlada, não está isenta de riscos, pois, assim como é preciso subir a montanha, é preciso descer. Isso pode ser testemunhado pelo ciclista da Caja Rural-Seguros RGA Edu Prades que em 2021 sofreu uma fratura no fêmur que o fez perder todo o início daquela temporada.

Corrida

Historicamente, a corrida tem sido o esporte odiado pelas equipes de ciclismo. Um esporte com fama de ser incompatível com o ciclismo, alegando que outros grupos musculares eram trabalhados e que prejudicava as articulações dos ciclistas, sendo fonte de lesões.

Wout Van Aert (Jumbo-Visma) não para de correr mesmo durante a temporada.

É verdade que a corrida é um esporte mais agressivo devido ao impacto com o solo que cada passada gera, algo que o físico do ciclista não está acostumado. No entanto, os avanços no amortecimento e estabilidade dos calçados existentes no mercado e o peso leve da maioria dos ciclistas profissionais significam que o risco de lesão é mínimo. Da suposta incompatibilidade muscular de anos atrás o triatlo se encarregou de negar essa falsa crença.

 
 
 
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Uma atividade que é parte essencial da preparação de especialistas em ciclocross, entre os quais se destaca Wout Van Aert, que podemos até ver, em sua conta no Strava, sair por alguns quilômetros mesmo em meio a uma disputa do Tour de France, em uma atividade que continua ao longo da temporada. Alguns também são grandes corredores como Thomas Pidcock, que no ano passado surpreendeu com um treino de 5 quilómetros a um ritmo de 2:41/km, um valor apenas ao alcance dos melhores atletas. Então descobriu-se que esse ritmo espetacular era devido a um erro de medição de seu dispositivo GPS, embora, mesmo assim, o ritmo real fosse espetacular.

Acabou no ciclismo, mas Remco Evenepoel (QuickStep) poderia ter sido um grande corredor além de jogador de futebol.

Outro com um bom histórico como corredor é o atual Campeão Mundial Remco Evenepoel, cuja origem esportiva está no futebol, onde se tornou internacional nas categorias inferiores e que, com apenas 16 anos, conseguiu marcar uma meia maratona em um fantástico 1:16:15, que é um tremendo ritmo de 3:37/km.

David Valero, atual número 1 no ranking da UCI em MTB, explicou em mais de uma ocasião que o Trail Running é seu segundo esporte favorito

Mountain bike, gravel, ciclocross

Além dos profissionais que compatibilizam outras modalidades de ciclismo com objetivos competitivos, muitos outros, que preferem não deixar de pedalar mesmo fora de temporada, aproveitam essas datas para abordar essas modalidades com foco na mera diversão.

A gravel foi uma descoberta emocionante para Carlos Verona (Movistar Team) neste final de temporada

Algumas disciplinas que, quando desenvolvidas fora do asfalto, permitem aos profissionais da estrada trabalhar a sua técnica e domínio da bicicleta, adquirindo recursos e respostas a determinadas situações que mais tarde podem ser muito úteis na hora de reagir a uma queda que ocorre a poucos metros à frente ou antes daquela curva em plena descida na qual você entrou rápido demais.

Com a disputa do primeiro Campeonato Mundial de Gravel, alguns como Carlos Verona, como fez Peter Sagan alguns meses antes com sua participação no Unbound e outros profissionais da estrada que participaram da corrida realizada na Itália, encontraram na gravel uma diversão útil para estes meses, especialmente nas primeiras semanas após terminar as competições em que se trata de perder progressivamente a forma da bicicleta, então ainda é necessário manter uma dinâmica de sair para pedalar.

 
 
 
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Outros como Ángel Madrazo foram seduzidos pelos cantos de sereia de seu companheiro de equipe na Burgos-BH Felipe Orts, nosso melhor representante internacional no barro e ele encontrou o gosto por andar de bicicleta por circuitos sinuosos.

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