Testamos a Gobik Skimo Pro 2.0: a jaqueta que redefine o inverno
Existem peças que nascem para dias frios e outras que parecem desafiar o inverno. A Gobik Heavy Jacket Skimo Pro 2.0 pertence sem dúvida à segunda categoria. Em sua nova versão, a Gobik atualiza um de seus produtos mais emblemáticos com um salto notável em proteção térmica, aerodinâmica e conforto, conseguindo uma das jaquetas mais equilibradas que já testamos para climas invernais.
Durante várias semanas, a testamos em condições reais, em rotas com temperaturas entre 2 °C e 10 °C, com vento, umidade e algumas chuvas leves. E o resultado foi claro: esta jaqueta não apenas mantém o calor, mas o gerencia de forma inteligente.
Design e primeiras sensações da Skimo Pro 2.0
A Skimo Pro 2.0 mantém o DNA da primeira versão, mas a Gobik aprimorou seu padrão com painéis mais precisos e uma silhueta de costas mais limpa e aerodinâmica. Ao vesti-la, percebe-se esse equilíbrio tão difícil entre uma peça ajustada e uma que permite total liberdade de movimento. Não há sensação de rigidez nem excesso de compressão.

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O tecido exterior tem um toque técnico, com uma leve camada repelente à água. Os punhos minimalistas, o zíper termoselado e os acabamentos sem costuras visíveis transmitem a sensação de estar diante de uma peça cuidada até o último detalhe. Pesa apenas 400 gramas (tamanho M), uma cifra notável para o nível de isolamento que oferece.
A estética também evoluiu: a cor Cardin Green que testamos combina elegância com discrição, afastando-se do clássico preto de inverno, mas sem abrir mão do estilo sóbrio característico da Gobik.
Proteção térmica real: Polartec® como eixo
O principal avanço desta versão está em seu novo painel frontal com membrana Polartec®. Este tecido multicamadas é o coração técnico da jaqueta: bloqueia o vento, repele a água e ao mesmo tempo permite que o corpo respire.

Durante as saídas mais frias, a sensação é de calor estável e seco, mesmo em trechos de esforço intenso. A face interna, em microfleece de poliamida, é extremamente agradável ao toque com a pele ou com uma camada base fina. Esse forro interno distribui o calor sem gerar excesso de umidade, o que evita a sensação de encharcamento que outras peças térmicas produzem ao aumentar o ritmo.
Em condições de vento frontal ou descidas prolongadas, a proteção é total. A jaqueta bloqueia o ar sem gerar aquele efeito de “sauna” que às vezes têm os laminados menos respiráveis. Nesse sentido, Gobik conseguiu um ponto de equilíbrio entre isolamento e ventilação difícil de encontrar.
Transpirabilidade e evacuação do suor
No ciclismo de inverno, tão importante quanto manter o calor é gerenciar a umidade interna. E aqui a Skimo Pro 2.0 se destaca.
A parte traseira é confeccionada com uma lycra térmica de inverno mais elástica e respirável, pensada para permitir a evaporação do suor nos momentos de maior esforço. Nas subidas longas ou com o corpo já quente, essa diferença de tecidos entre a parte frontal e as costas é notável: a temperatura interna se mantém estável e o interior não se satura.

Em nossos testes, mesmo com uma base térmica de manga longa e temperaturas de 8–10 °C, nunca sentimos acúmulo de suor. Ao terminar a rota, o interior estava ligeiramente úmido, mas nunca molhado, o que demonstra uma boa gestão do vapor corporal.
Ajuste e conforto na rota
A Gobik define o ajuste desta jaqueta como Perfect Fit, e não é marketing. Trata-se de um padrão muito justo, pensado para manter a aerodinâmica sem penalizar a mobilidade. As costas ajustam perfeitamente, sem rugas ou folgas, mesmo na posição de pedalada agressiva.

Os painéis laterais mais afilados proporcionam uma sensação de “jaqueta de competição”, mas com a calorosidade necessária para rotas longas. Os punhos minimalistas são um dos grandes acertos: finos, confortáveis e fáceis de colocar sob as luvas de inverno. Evitam infiltrações de ar sem gerar pressão.
O colarinho, alto e ergonômico, sela bem sem incomodar. Em combinação com um buff fino, forma uma barreira térmica muito eficaz. E o zíper termoselado funciona suavemente, mesmo com luvas grossas, graças ao seu puxador sobredimensionado.
Capacidade de carga e detalhes funcionais
Um dos pontos que mais valorizamos em uma jaqueta de inverno é sua capacidade de transporte. A Skimo Pro 2.0 cumpre com louvor. Possui três bolsos traseiros clássicos com sistema GRS (Gobik Retention System), que evitam que os objetos saltem ou se movam, e um bolso extra com zíper para chaves ou telefone, como podemos ver na fotografia.

O detalhe do fuelle inferior permite evacuar a água em caso de chuva leve, e o bolso interno de malha — dividido em três seções — é ideal para guardar luvas finas ou géis sem que esfriem. Além disso, a banda siliconada larga na parte posterior mantém a jaqueta no lugar, mesmo ao se mover sobre o selim.
Os detalhes refletantes aumentam a visibilidade em condições de pouca luz, algo imprescindível em treinos de inverno.
Em movimento: desempenho em condições reais
Durante os testes, a jaqueta se comportou com uma regularidade excepcional. Em dias frios (2–4 °C) e com vento constante, bastou uma camada base térmica leve por baixo para manter uma sensação de conforto térmico contínua. Em saídas um pouco mais amenas (10–12 °C), podia-se até usar com uma base mais fina sem risco de passar frio.
A proteção contra chuva leve ou névoa é boa. Não é uma jaqueta impermeável, mas o tratamento repelente à água resiste bem às primeiras gotas ou à umidade ambiental. A superfície exterior permite que a água forme pequenas pérolas que escorregam sem encharcar.
Em termos de mobilidade, o tecido oferece uma elasticidade excelente: ao se levantar na bicicleta ou girar o tronco, não há sensação de tensão. A jaqueta se move com você, não contra você. Em nenhum momento percebemos flutuação, mesmo pedalando rápido com vento lateral.

Comparativa de sensações: equilíbrio acima de tudo
No mercado, há muitas jaquetas térmicas mais grossas, mas poucas tão equilibradas. Modelos como a Castelli Alpha RoS 2 ou a Sportful Fiandre apostam em maior impermeabilidade, mas sacrificam um pouco de transpiração. A Skimo Pro 2.0 se posiciona exatamente no meio: é mais leve e confortável, mantendo um desempenho térmico muito alto.
Poderíamos dizer que sua filosofia é a de uma jaqueta para treinar forte no inverno, mais do que para sobreviver a uma tempestade. E isso a torna perfeita para ciclistas que buscam proteção sem excesso de peso ou volume.
Cuidado e manutenção
A Gobik insiste em cuidar bem da peça para manter suas propriedades. É fundamental lavá-la do avesso, com água fria e detergente neutro, sem amaciantes ou secadora. Também não é aconselhável usar mochilas ou tiracolos, já que o atrito contínuo pode desgastar o tecido exterior.
Após várias lavagens seguindo as recomendações, a jaqueta conserva sua forma, cor e toque originais. As costuras termoseladas e o tratamento hidrofóbico resistem bem ao uso frequente.
Conclusões: uma peça que estabelece um padrão muito alto
A Gobik Heavy Jacket Skimo Pro 2.0 não é apenas uma evolução de sua predecessora: é uma jaqueta de referência para o ciclista que treina durante todo o inverno. Sua combinação de tecnologia Polartec®, modelagem precisa e excelente gestão térmica a coloca entre as melhores opções do mercado em sua faixa de preço (170 €).
Seu ponto forte está no equilíbrio: protege, transpira e se ajusta sem compromissos. Se você pedala em áreas frias ou úmidas, esta jaqueta pode ser sua melhor aliada para manter a motivação alta quando o termômetro cai.
- Ideal para: treinos invernais regulares, rotas com vento e umidade, ciclistas que valorizam proteção térmica sem abrir mão da leveza.
- Temperatura recomendada: entre 0 °C e 12 °C.
- Pontos fortes: ajuste, isolamento, transpiração, estética.
- A melhorar: sem versão impermeável total (embora não seja seu propósito).