Strade Bianche 2022: a grande clássica do sterrato retorna
É a prova que mais cresceu nos últimos tempos, de longe. Conseguiu entrar no coração dos fãs graças à sua mistura de paisagens hipnóticas, nuvens de poeira, enorme dureza e... seu ingrediente secreto, o sterrato. Essa palavra italiana que já chegou a todos os idiomas e está fazendo quase tanto furor quanto seu equivalente em inglês: gravel. Sim, finalmente falta pouco para o Strade Bianche 2022 chegar, a grande clássica do sterrato, aquele que a colocou no mapa do ciclismo de estrada. No dia 5 de março, esta edição promete emoções fortes como sempre, e também será marcada por ausências significativas, o que a tornará ainda mais imprevisível. Damos-lhe todas as chaves para que possa desfrutar ao máximo: percurso, pontos determinantes, favoritos, horários e transmissões.
Strade Bianche 2022: assim será o percurso
Haverá poucas surpresas em relação ao percurso, pois é o mesmo dos quatro anos anteriores. A quilometragem é a mesma (184 km), os trechos de esterrato são idênticos (até 11, com um total de 63 km) e não há mudanças no já mítico muro final a caminho da Piazza del Campo de Siena, com máxima inclinações de 16%. Assim, todos os grandes favoritos sabem de cor as subidas e as descidas em que podem atacar. Porque aqui, na Strade Bianche, as descidas de cascalho, nas quais os ciclistas mais habilidosos aproveitam, são quase mais importantes do que os trechos que sobem.
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Deve prestar especial atenção ao oitavo trecho de sterrato, do Monte Sante Marie, com 11,5 km repletos de subidas e descidas muito duras. Começa a 54km da chegada (por volta das 15h), e é onde, nos últimos anos, a prova começou a ficar séria. Embora não deva ser descartado que um dos favoritos queira jogar atacar na anterior, a 73 km da linha de chegada. Depois de Monte Sante Marie, restam apenas 3 trechos curtos, mas muito exigentes, além da subida final para Siena.
Equipes, favoritos e grandes ausências
O que veio com surpresas foi o anúncio dos participantes desta Strade Bianche. Além das 17 equipes do WorldTour e da Alpecin-Fenix ????e Arkea-Samsic, que como os 2 primeiros do ProTeam têm direito a ser, os 3 convites foram para os italianos: Bardiani-CSF-Faizanè, Drone Hopper- Androni Giocattoli e Aeolus Kometa. Estranho? Não estará TotalEnergies, a equipe de Peter Sagan, que aqui já ficou em segundo lugar por duas vezes. Claro, isso foi há quase uma década, e presume-se que foram eles que renunciaram a wild card. Afinal, embora o eslovaco seja bom no sterrato, em uma subida final tão explosiva sempre haverá alguém melhor. Então preferiu preparar outras corridas, como Milão-Sanremo.
Mas haverá várias outras ausências notáveis. Por vários motivos, 3 dos 4 primeiros classificados da última edição não estarão na largada. Mathieu Van der Poel ainda está se recuperando de seus problemas físicos, Egan Bernal ainda está se recuperando de seu terrível acidente em janeiro e Wout Van Aert escolheu o Paris-Nice para se preparar completamente para as clássicas da primavera. Nem Alexey Lutsenko, vencedor há poucos dias na nova Clásica Jaen - Paraíso Interior (a ' Strade Bianche' espanhola), e no ano passado na Serenissima Gravel. O que podemos ver é Julian Alaphilippe, tornando-se o favorito número 1... e o rival a ser batido por todos os outros. O francês já venceu aqui em 2019, e esteve no pódio em 2017 e 2020.
O seu principal rival será certamente Tom Pidcock, quinto no ano passado na sua estreia, e contará na sua equipe com a experiência de Michal Kwiatkowski. E então vem um grande pelotão de aspirantes, liderados por ninguém menos que Tadej Pogacar (7º em 2021). Tiesj Benoot (vencedor em 2018), Jakob Fuglsang, Tim Wellens (segundo depois de Lutsenko em Jaén) ou Davide Formolo já sabem o que significa estar no pódio em Siena.
E podemos adicionar à luta Matej Mohoric, Alberto Bettiol, Sergio Higuita, Magnus Cort e Alejandro Valverde. Mas fique de olho em Alessandro Covi: o jovem italiano da UAE Emirates terminou em 2º na etapa sterrato do último Giro d'Italia e está arrasando nestas etapas iniciais da temporada, com 2 vitórias e vários lugares de honra.
A edição de 2021: território Van der Poel
Você deve se lembrar que no ano passado vimos nestas pistas de terra branca uma das melhores performances do sempre brilhante Mathieu Van der Poel. Primeiro, ele e Alaphilippe bateram a corrida faltando 50 km, em Monte Sante Marie; em seguida, desencadeou um novo ataque faltando 12, no último trecho de sterrato, que só puderam seguir o campeão mundial e Egan Bernal.
E, na subida final, de Santa Caterina, ele colocou impressionantes mais de 1.300 watts para conquistar a vitória. Aliás, como dissemos na época, o holandês correu com um guidão modificado, depois de ter quebrado um no clássico anterior, Le Samyn.
Horários e onde ver a Strade Bianche 2022
Esta Strade Bianche 2022, que se presume agitada como sempre e talvez mais aberta do que nunca (é o consolo que nos resta diante das muitas ausências) começará no sábado, 5 de março, às 11:45 da manhã, com o início na própria cidade de Siena. E, segundo os organizadores, terminará ali mesmo entre 16h e 16h45. Aqui poderá consultar os horários de passagem em cada trecho, bem como a altimetria e a planimetria.
Como já dissemos, recomendamos que você se conecte, o mais tardar, às 15h, para aproveitar os últimos 50 quilômetros. Onde? Bem, você pode assisti-lo no Eurosport (tanto nas diferentes plataformas quanto no serviço Eurosport Player), bem como no canal de assinatura de internet GCN+.