Roglic e Kruijswijk deixam o Tour de France

Jumbo-Visma fica sem dois dos principais apoios para seu líder Jonas Vingegaar na preparação para a última semana do Tour de France depois de uma etapa que foi decidida no sprint a favor do belga da Alpecin-Deceuninck, Jasper Philipsen.

Jumbo-Visma beira o desastre na etapa que encerra a 2ª semana do Tour de France

O dia começou com uma bomba da Jumbo-Visma. A equipe anunciou pela manhã que Primoz Roglic decidiu não continuar na corrida para se recuperar dos danos que vinha arrastando desde o dia dos pavés e se concentrar em se preparar bem para o assalto à Vuelta a España.

À baixa do esloveno ia somar-se a de outros dois importantes ciclistas até agora no Tour de France: o vencedor em Arenberg, Simon Clarke; e o grande animador da primeira semana da corrida e vencedor da primeira etapa alpina em Megève, Magnus Cort Nielsen. Ambos por causa do Covid.

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Dia terrivelmente quente para os ciclistas na 15ª etapa que levou a caravana do Tour de France de Rodez a Carcassonne, a capital dos históricos domínios cátaros e seu belo castelo pela não menos bela região do rio Tarn.

Um dia enganosamente descrito como plano no livro de rota, já que o pelotão do Tour de France ia passar o dia inteiro circulando por estradas estreitas e serpenteando entre pequenos vales em um terreno que, sem ser montanhoso, era um sobe e desce contínuo.

Calor e, no papel, a antepenúltima oportunidade do Tour de France para os velocistas que, a partir de hoje, teriam apenas a etapa 19 e a última da Champs-Élysées para afirmar suas qualidades. Isto fez com que a fuga não fosse tão disputada como nos dias anteriores, isso e a aparição, praticamente na primeira tentativa da camisa verde de Wout Van Aert na companhia de dois ciclistas como Nils Politt e Mikkel Honoré.

Quebra no pelotão e logo começam a ganhar vantagem apesar de Honoré não revezar, justificando a sua presença na fuga como forma de poupar trabalho à sua equipe para o seu principal trunfo hoje que deveria estar nas pernas de Fabio Jakobsen.

No entanto, a perseguição por trás logo começou a ser organizada com a Trek e Alpecin colaborando, então Jumbo-Visma tomou a decisão de parar Wout van Aert, deixando na liderança um Politt e Honoré descontentes que não tiveram escolha a não ser seguir em frente.

Etapa muito tranquila no pelotão do Tour de France, mais focada em se hidratar constantemente para se proteger do calor intenso do que em oferecer um espetáculo maior. No entanto, no Tour de France você não pode relaxar e, quando todos esperávamos o resultado típico em que o pelotão pega a fuga a poucos quilômetros do final e temos um sprint final, o inesperado aconteceu.

Faltando 65 quilômetros para o final, um trecho sem nenhuma complicação particular e, de repente, os alarmes disparam. Queda no pelotão e, enquanto as câmeras se aproximam, a camisa verde de Van Aert e o companheiro de equipe Steven Kruijswijk são vistos no chão. O belga se levanta rapidamente, porém o holandês fica no chão com dores.

Poucos minutos depois, foi confirmada a segunda baixa nas fileiras Jumbo-Visma após a de Roglic pela manhã. Steven Kruijswijk é colocado na ambulância e supõe que a equipe do líder está significativamente enfraquecida antes das etapas dos Pireneus.

Como se isso não bastasse, eles estavam prestes passar de raspão numa catástrofe quando, alguns quilômetros depois, pouco antes do sprint intermediário e do início do segundo e último ponto do dia, uma nova queda mandou Jonas Vingegaard e Tiejs Benoot para no chão, felizmente, desta vez sem consequências.

Antes do sprint, o pelotão pôs fim à fuga de Politt e Honoré e, coincidindo com o início da subida, a Trek-Segafredo acelerou para deixar os velocistas mais puros. Caleb Ewan e Fabio Jakobsen são cortados e, aproveitando os últimos metros antes de coroar, foram os franceses Benjamin Thomas e Alexis Gougeard que tentaram surpreender, conhecendo o terreno complicado dos últimos 48 km da etapa que restava após coroar e colocar o pelotão em xeque com uma diferença de cerca de 30''.

Mantiveram o pelotão sob controle em uma intensa parte final em que INEOS Grenadiers tentou aproveitar o vento cruzado sem sucesso. Primeiro Gougeard que desistiu com 4,5 km para o final e depois Benjamin Thomas, pego com apenas 500m para o final deixou uma resolução para os homens rápidos.

Tremendo lançamento de Jasper Stuyven para Mads Pedersen, que inicia o primeiro. À sua direita, Wout van Aert, logo de cara para o vento, tenta ultrapassar e consegue praticamente na mesma linha de chegada sem perceber que, mais uma vez, a história da primeira semana se repete com um potentíssimo Jasper Philipsen ultrapassando com solvência à esquerda que se impõe com total clareza.

Assim chegamos ao último dia de descanso do Tour de France. Dia de recuperar e preparar a estratégia diante do duro tríptico dos Pirinéus que aguarda o pelotão e, não esqueçamos, o longo contrarrelógio que acabará por decidir a prova. Veremos até que ponto as baixas afetam o potencial da Jumbo-Visma e a força que Tadej Pogacar deixou para tentar virar a corrida.

Classificação Etapa 15

1. Jasper Philipsen (Alpecin-Deceuninck) 4h27’27’’
2. Wout van Aert (Jumbo-Visma) m.t.
3. Mads Pedersen (Trek-Segafredo) m.t.
4. Peter Sagan (TotalEnergies) m.t.
5. Danny van Poppel (Bora Hansgrohe) m.t.
6. Dylan Groenewegen (BikeExchange-Jayco) m.t.
7. Florian Senechal (QuickStep-Alpha Vinyl) m.t.
8. Luca Mozzato (B&B Hotels) m.t.
9. Andrea Pasqualon (Intermarché-Wanty) m.t.
10. Fred Wright (Bahrain Victorious) m.t.

Classificação Geral

1. Jonas Vingegaard (Jumbo-Visma) 55h31’01’’
2. Tadej Pogacar (UAE Team Emirates) +2’22’’
3. Geraint Thomas (INEOS Grenadiers) +2’43’’
4. Romain Bardet (Team DSM) +3’03’’
5. Adam Yates (INEOS Grenadiers) +4’06’’
6. Nairo Quintana (Arkéa Samsic) +4’15’’
7. Louis Meintjes (Intermarché-Wanty) +4’24’’
8. David Gaudu (Groupama FDJ) +4’24’’
9. Thomas Pidcock (INEOS Grenadiers) +8’49’’
10. Enric Mas (Movistar Team) +10’00’’