Pogacar se apresenta para ganhar Strade Bianche 2022, com Valverde 2º
Fazia alguns meses que não víamos um de seus passeios e sentíamos falta da sensação de ciclismo a antiga que transmitem. Essa épica que tão bem combina com esta corrida, o 'monumento' moderno (entre aspas, mas cada vez menos) das estradas de terra. E foi precisamente aqui, nas estradas de Siena, que Tadej Pogacar mais uma vez se mostrou para vencer a Strade Bianche 2022 depois de lançar um ataque a 50km do final. Uma daquelas demonstrações de fortaleza sozinho que recuperam o sabor romântico e lírico desse esporte.
Assim foi a Strade Bianche 2022
Tudo começou com um vendaval, e não figurativamente, mas literalmente. Alguns ventos muito fortes que atingiram os corredores em um dos primeiros trechos importantes do sterrato, a 100 da linha de chegada. Isso provocou uma queda em que aquele que era o grande favorito antes do início da Strade Bianche foi especialmente afetado (dadas as ausências de Van der Poel, Van Aert e, no último minuto, também Tom Pidcock devido a um vírus estomacal): Julian Alaphilippe. Ele ainda teve que perseguir por alguns quilômetros e conseguiu voltar ao pelotão graças em primeiro lugar aos seus companheiros de equipe Quick-Step Alpha Vinyl.
Como já advertimos no nossa prévia, o ponto culminante veio na oitava seção de terra, a de Monte Sante Marie, a cerca de 50 km da linha de chegada. Lá, o próprio Alaphilippe abriu as hostilidades e foi respondido por um Tadej Pogacar imperial. Já na primeira vez que ele foi visto subindo posições no pelotão, parecia fazê-lo com uma facilidade incrível.
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Depois, foi ele em primeira pessoa que apertou a corda em uma das inúmeras subidas do trecho, se lançou em uma perigosa descida e terminou de abrir distâncias na subida seguinte.
Uma autêntica exibição de como sair quando se é o homem mais vigiado, porque o único que o podia seguir, a uma certa distância, era o promissor espanhol Carlos Rodríguez, com apenas 21 anos. Até pareceu por um momento que ele poderia alcançar o esloveno e ir embora com ele, como Fausto Masnada na Lombardia. Mas Pogacar sozinho é um rolo compressor.
Assim, ele abriu cada vez mais vantagem, tanto com Rodríguez quanto com o próprio pelotão, que foi puxado por vários homens da Quick-Step, Lotto e Movistar. Até um minuto e meio. Ninguém conseguia chegar nem um segundo mais perto dele, então o seguinte foi um contrarrelógio de mais de 40 km.
O andaluz da Ineos-Grenadiers, que mais uma vez demonstrou as suas magníficas condições neste tipo de terreno (e porque é um dos jovens talentos mais esperados), foi absorvido pelo grupo antes do trecho seguinte de sterrato, onde Alaphilippe ficou confirmando que não estava 100%. Com a vitória já quase certa para Pogacar, um pequeno grupo se formou atrás com o equatoriano Jhonatan Narváez, Quinn Simmons, Tim Wellens, Kasper Asgreen... e um senhor de quase 42 anos chamado Alejandro Valverde.
O mais forte parecia Asgreen, que saiu sozinho em uma das subidas. Mas o murciano, com sua incrível garra e regularidade, conseguiu caçá-lo na próxima. Juntos caminharam até a parte inferior de Siena e, embora não pudéssemos vê-lo nas imagens da televisão, Valverde conseguiu deixar o dinamarquês nas subidas muito duras da via Santa Caterina.
O incansável espanhol entrou assim em 2º lugar na Piazza del Campo, com um sorriso e despedindo-se do público poucos segundos depois de ter levantado os braços ali um já exausto Tadej Pogacar. O primeiro vencedor do Tour a fazê-lo. E sua 34ª vitória aos 23 anos, para compensar o ano passado, quando terminou em 7º aqui, derrotado por um incrível Mathieu Van der Poel. O esloveno é sempre capaz de nos deixar sem palavras, tanto pelos seus triunfos como por exibições como esta, de 50 km sozinho.
Kopecky vence Van Vleuten na Strade Bianche Donne 2022
Quanto à versão feminina, este ano chegou à sua oitava edição com uma clara favorita: a holandesa Annemiek Van Vleuten, da Movistar. No entanto, diferentemente do caso dos homens, um grupo muito grande de mulheres chegou no início da última subida. Lá, a própria Van Vleuten foi a primeira a atacar, mas a campeã belga Lotte Kopecky conseguiu aguentar sua aceleração.
Apesar de seus esforços, a holandesa não conseguiu se livrar dela e juntas chegaram às proximidades da Piazza del Campo, onde tiveram que arriscar tudo em um final de parar o coração. Por fim, Kopecky foi a mais esperta, pois assumiu a liderança pouco antes da última curva, para bater uma já impotente Van Vleuten, que não tinha espaço para superá-la nas estreitas ruelas em descida de Siena.
A Movistar, que aspirava uma dobradinha, teve que se contentar com dois segundos lugares. Embora seja verdade que o de Van Vleuten seja mais amargo que o de Valverde, que quase tem gosto de vitória; por um lado, pela superioridade incontestável de Pogacar e, por outro, pela idade avançada do 'Bala'. Como dizem no site da corrida: "Mas esse homem está realmente se aposentando este ano?"
Resultados Strade Bianche 2022
- POGACAR Tadej (UAE Team Emirates) 4:47:49
- VALVERDE Alejandro (Movistar) +37
- ASGREEN Kasper (Quick-Step Alpha Vinyl) +46
- VALTER Attila (Groupama-FDJ) +1:07
- BILBAO Pello (Bahrain Victorious) +1:09
- NARVÁEZ Jhonatan (Ineos Grenadiers) +1:09
- SIMMONS Quinn (Trek-Segafredo) +1:21
- WELLENS Tim (Lotto Soudal) +1:25
- PETILLI Simone (Intermarché-Wanty-Gobert) +1:35
- HIGUITA Sergio (Bora-Hansgrohe) +1:53
Resultados Strade Bianche Donne 2022
- KOPECKY, Lotte (SD Worx) 3:59:14
- VAN VLEUTEN, Annemiek (Movistar) m.t.
- MOOLMAN, Ashleigh (SD Worx) +10
- NIEWIADOMA Katarzyna (Canyon-SRAM) +19
- LUDWIG Cecilie Uttrup (FDJ Nouvelle-Aquitaine Futuroscope) +24
- CHABBEY Elise (Canyon-SRAM) +28
- VOS Marianne (Jumbo-Visma) +29
- LONGO BORGHINI Elisa (Trek-Segafredo) +39
- VAN ANROOIJ Shirin (Trek-Segafredo) +34
- PERSICO Silvia (Valcar-Travel & Service) +34