O que aconteceu e o que se espera no Giro d'Italia 2025?

A primeira semana do Giro d'Italia 2025 nos deixa uma corrida totalmente incerta, na qual fazer previsões se torna extremamente arriscado, com praticamente toda a montanha pela frente e, sobretudo, um início da segunda semana que será marcado pelo contra-relógio plano de Pisa, que, com mais de 28 quilômetros, deverá esclarecer muito a classificação geral. Aos favoritos máximos Roglic e Ayuso, juntou-se um surpreendente Isaac del Toro e homens como Egan Bernal, Richad Carapaz ou Giulio Ciccone permanecem em segundo plano discreto, prontos para explodir na corrida.

O Giro d'Italia diante de duas semanas de desfecho incerto

Muitas coisas aconteceram na primeira semana do Giro d'Italia, que começou, há o que parece um lustro, em terras albanesas, com três etapas marcadas pelo grave acidente de Mikel Landa, que deixou os fãs espanhóis órfãos de seu ídolo logo no início, e um primeiro contra-relógio no qual Roglic parecia disposto a dominar o Giro d'Italia desde o início. O percurso albanês também deixou Mads Pedersen como dominador absoluto das chegadas em massa e a sensação de que a maglia ciclamino já tinha dono até Roma.

Após um dia de descanso, obrigado pela longa viagem, o Giro finalmente passou pelas terras italianas com um Mads Pedersen que continuou vestindo a maglia rosa graças às bonificações, conquistando uma nova vitória das três que estavam ao alcance dos velocistas.

RECOMENDADO

Pieterse estreia a camisa arco-íris com vitória em Heubach

Orbea revela sua primeira bicicleta DH do topo do pódio da Copa do Mundo

Wout van Aert ganha novamente e Del Toro explode o Giro da Itália e sai de rosa do sterrato

Flückiger vence a Schurter, Keller voa e Henderson brilha no Bike Revolution de Huttwil

Nino Schurter compete com transmissão ao vivo: XCO de alto nível no Bike Revolution de Huttwil

Qual relação watts/quilograma deve-se ter para tentar ganhar um Tour

No final da semana, foi a vez dos Apeninos, com a primeira chegada em alto em Tagliacozzo, onde Juan Ayuso quis marcar território e se afirmar como aspirante à vitória final, e uma etapa de luta na fuga que trouxe outra mudança inesperada na liderança.

Então, tudo mudou na esperada etapa de sterrato, que encerrou esta primeira semana devido a uma queda boba que eliminou vários favoritos e ao inoportuno furo de Primoz Roglic quando tentava reduzir a diferença perdida. Surgiu um forte Isaac del Toro, que imediatamente reivindicou seu papel na UAE Team Emirates e, no entanto, se torna uma arma de dois gumes para a equipe emiradense.

Por um lado, a vantagem de Isaac del Toro e Juan Ayuso sobre Primoz Roglic neutraliza de imediato o que, em princípio, era a grande carta do esloveno, ou seja, o contra-relógio no qual, teoricamente, deveria ter aberto uma diferença mais ou menos ampla para seus rivais. Agora, ao da Red Bull-BORA-hansgrohe, cabe usar o contra-relógio para recuperar o tempo perdido na classificação geral, o que o obrigará a se expor muito mais nas montanhas para vencer este Giro d'Italia.

Por outro lado, a situação da UAE Team Emirates-XRG não é confortável, apesar de ter seus dois principais ciclistas liderando a classificação geral com uma diferença substancial sobre Primoz Roglic. O problema é que, quando Ayuso pensava que havia conquistado o posto de líder único, a força demonstrada por Del Toro e sua vantagem na classificação geral faz com que isso não seja mais assim, o que, como sabemos os que acompanham o ciclismo há algum tempo, geralmente resulta em lutas fratricidas dentro das equipes que não terminam bem.

Quanto ao contra-relógio, se considerarmos os resultados da etapa disputada na Albânia, Del Toro e Ayuso praticamente repetiram sua atuação e, em ambos os casos, a diferença que Primoz Roglic lhes impôs não foi excessiva, embora, é claro, aquela fosse uma etapa mais urbana e com menos quilômetros do que a de Pisa, verdadeiramente para especialistas como o esloveno.

Também não devemos esquecer, na luta pela classificação geral, o papel que outros ciclistas que, no momento, estão em segundo plano, podem desempenhar. Embora seja verdade que homens como Ciccone, Carapaz, Simon Yates ou Egan Bernal devam ceder, por suas habilidades como contrarrelogistas, uma diferença mais ou menos ampla, é preciso considerar que todos eles são grandes escaladores e, na pouca montanha que vimos até agora no Giro, nenhum deles mostrou fraqueza e podem tentar dinamitar a prova quando menos se espera.

Em resumo, estamos diante de duas semanas que nos apresentam um Giro d'Italia extremamente aberto e que, com certeza, continuará assim ao final da segunda semana, onde a montanha ainda não terá feito sua aparição em toda sua plenitude. Apenas a etapa do próximo domingo, na qual o Monte Grappa será escalado, nos oferecerá uma batalha entre os líderes da classificação geral. No entanto, não devemos esquecer que economizar será vital, pois a terceira semana tem um percurso totalmente desumano, onde descobriremos quem é o mais forte da corrida.