O protótipo da Cervélo com o qual Simon Yates venceu o Giro

Apesar de o Giro d'Italia ter sido decidido numa etapa de alta montanha, a grande velocidade a que se compete hoje em dia no ciclismo faz com que a aerodinâmica também desempenhe um papel essencial nestes dias e que marcas como a Cervélo prestem cada vez mais atenção a este parâmetro também nas suas bicicletas escaladoras.

A bicicleta de Simon Yates na Finestre: mistura de modelos ou antecipação de uma nova Cervélo?

Para a maioria, é possível que a Cervélo que Simon Yates estava a usar tenha passado completamente despercebida, uma vez que o espetáculo vivido naquela etapa 20 decisiva atraiu toda a atenção do espectador. No entanto, a frio, vários detalhes chamaram a atenção dos entusiastas de bicicletas e do material utilizado pelos profissionais.

Estamos tão habituados a ver o típico guiador em forma de Y da Cervélo S5, a bicicleta aerodinâmica da marca, que nos parece totalmente normal. O que não é nada comum é ver esse guiador na bicicleta de um dos melhores escaladores do mundo como Simon Yates numa etapa de alta montanha.

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Embora nas últimas semanas tenham sido divulgadas imagens de Jonas Vingegaard a treinar numa bicicleta que parece ser um protótipo de uma futura S5, onde o que mais chama a atenção é precisamente o redesenho do guiador, não se trata da mesma bicicleta usada por Simon Yates durante a etapa 20 do Giro d'Italia e também não se trata da R5, a bicicleta escaladora habitualmente usada pelos ciclistas da Visma-Lease a Bike.

Numa decisão um tanto atípica, provavelmente condicionada por uma primeira parte da etapa que seria muito rápida e pela peculiaridade do Colle delle Finestre nos seus últimos 8 quilômetros de sterrato, Simon Yates optou por um quadro que parece ser um novo Cervélo Soloist, a bicicleta com a qual a Cervélo procura o equilíbrio entre as qualidades aerodinâmicas da S5 e a tremenda rigidez e leveza da R5.

Apesar de metade para a frente parecer uma bicicleta idêntica à Soloist que podemos encontrar no catálogo, o triângulo traseiro com a curva do tubo do selim que segue a linha que marca a circunferência da roda, mais pronunciada do que no modelo do catálogo, sugere que estamos perante uma bicicleta nova. Chama também a atenção o uso de um guiador em Y como o da S5, mas a sua boa integração na linha da bicicleta indica que não parece que simplesmente tenham colocado o cockpit de uma S5 numa Soloist. Na verdade, este guiador foi projetado para se integrar perfeitamente no tubo da S5, seguindo as linhas do tubo horizontal e da forqueta de baioneta utilizada no modelo mais aerodinâmico da Cervélo, mas não num tubo mais convencional como o usado na Soloist, pelo que se trata de um desenvolvimento específico.

Isto significaria que estamos perante uma iminente renovação do modelo Soloist para ganhar aerodinâmica por um lado e, por outro lado, para aprofundar a leveza da mesma, como denota o triângulo traseiro estilizado que se pode ver nas imagens e que segue a tendência das atuais bicicletas aerolight. Recordemos que a Soloist é uma bicicleta mítica no catálogo da Cervélo, uma das pioneiras a ter em conta a aerodinâmica numa bicicleta de estrada, mas que, no entanto, passou um pouco despercebida em comparação com a sua tremendamente eficiente S5. Assim, a Cervélo estaria a procurar dar um novo impulso a este modelo icónico.

E falando da S5, espetacular era a personalização desta bicicleta que a marca preparou para Simon Yates para o seu passeio triunfal por Roma na última etapa do Giro, com uma decoração totalmente em rosa, o nome de Simon sobre o tubo horizontal e o número 1 no tubo do selim com a legenda "Vencedor do Giro d'Italia".