Mojo Lens: as lentes que podem acabar com os ciclocomputadores

Se você observar como a tecnologia evoluiu (em tudo, mas especialmente no ciclismo) nos últimos 20-30 anos, o salto que demos parece quase impossível. De monitores de frequência cardíaca a GPS com milhares de funções. E tendemos a nos perguntar: que revolução as próximas décadas reservam? Se olharmos para os experimentos de Elon Musk, talvez responderíamos que ter o chip integrado ao cérebro. Muito mais fácil, e sem ter que olhar para baixo, 'como Chris Froome'. Embora um pouco complicado por causa do implante intracraniano. Um bom meio-termo pode ser algo em que poderíamos colocar nos olhos, no entanto... ainda soa como um ciborgue de ficção científica, certo? Pois não, ele existe. Eles são chamados de Mojo Lens e são lentes que podem acabar com os ciclocomputadores. Aqui está como eles funcionam.

Mojo Lens, realidade aumentada para o esporte

Minority Report, Robocop, Black Mirror ou (se você for alguns anos mais velho) O homem de 6 milhões de dólares são algumas das referências que vêm à mente quando se fala das Lens da empresa Mojo Vision. Porque essas lentes do Vale do Silício e financiadas pela Disney passam a ser um 'head-up display', como as dos carros, para o seu olho. Consistem em um pequeno processador, uma mini bateria, um sensor de movimento e uma minúscula tela microLED do tamanho de um grão de areia com 300x300 pixels, que projeta imagens diretamente na retina.

Assim, você pode ver as informações do ciclocomputador ao mesmo tempo que o mundo ao seu redor (caso você esteja se perguntando, sim, eles também corrigem sua visão, como lentes de contato normais). Isso é o que se chama de realidade aumentada. Para funcionar, sim, ele precisa se comunicar com seu smartphone e com outro processador que você possa levar em suas roupas, pois o que tem integrado não é potente o suficiente para realizar todas as suas funções.

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E quais são essas funções? Bem, a verdade é que ainda não está claro, porque as lentes ainda não são vendidas. Estão em fase de desenvolvimento, o que não quer dizer que sejam mera fantasia. A tecnologia está pronta, mas a empresa está preparando o software e aguardando a aprovação de órgãos reguladores tanto nos Estados Unidos quanto em outros países. E isso pode levar tempo para um dispositivo tão novo quanto este.

Destinado a atletas, Mojo está colaborando com diferentes organizações especializadas para tentar oferecer as funcionalidades mais procuradas em cada especialidade: Adidas para corrida, Slopes nos esportes de inverno, 18Birdies no golfe ou a aplicação de mapa de trilhas Trailforks para o MTB.

Rotas e watts: informações ao alcance do seu olho

Esse software entenderia, graças à inteligência artificial, que tipo de atividade você está realizando e forneceria as informações mais relevantes em todos os momentos. Por exemplo, David Hobbs, um dos responsáveis ??pelo produto, garantiu ao site especializado Cycling Industry News que uma das coisas que os testadores (no total, são cerca de 30 em todo o mundo) mais pedem no Trailforks são indicações em tempo real sobre qual é o caminho correto.

Essencialmente, seriam pequenas setas para a direita ou para a esquerda que o ajudariam a seguir o caminho que você determinou. “Quando você está fazendo MTB, você quer se concentrar na rota, não ficar pegando seu celular toda hora para ver onde você tem que continuar”, explica o gerente. Na estrada, no entanto, a lente se converteria automaticamente em um potenciômetro, com os dados de watts sempre em seu campo de visão. “Acreditamos que isso melhorará a segurança dos ciclistas nas cidades e ambientes de tráfego intenso, permitindo que eles sempre mantenham os olhos na estrada”, diz Hobbs.

Em princípio, espera-se que esses dispositivos descartáveis ??durem entre 12 e 18 meses, colocando-os à noite em um líquido especial que ajuda a conservá-los. O que não sabemos é quanto custarão nem quando chegarão às lojas. Embora Mojo já tenha captado cerca de 180 milhões de euros de financiamento para completar o seu desenvolvimento.

A verdade é que antes vimos desde lentes fotocromáticas, que escurecem ao receber mais luz, até óculos inteligentes como o Raptor ou o Julbo EVAD-1, muito semelhantes ao que a Mojo Lens oferecerá. E nenhum deles conseguiu triunfar realmente. A 'visão ciborgue' é realmente a próxima revolução que mudará a cara do ciclismo? Ou ficará em um fiasco como o que o Google Glass protagonizou? O tempo vai dizer. Para já, para acessar aos seus dados em tempo real terá de continuar a contar com o ciclocomputador 'tradicional' (estes são os melhores de 2021 para nós) ou, na falta disso, em relógios como o Garmin Fenix ??7.