Mais proteína do que um culturista: isso é o que Pogacar come durante um dia no Tour
Como a grande maioria sabe, as proteínas são um elemento essencial na nutrição do ciclista na hora de se recuperar dos esforços duríssimos que a competição ou os treinos mais exigentes exigem. No entanto, poucos de nós estamos cientes de quais quantidades um ciclista profissional deve consumir para assimilar o brutal desgaste de uma etapa rainha do Tour de France.
6.000 calorias ao longo do dia da etapa rainha do Tour de France 2025
A empresa de nutrição Enervit e a Velon, habitual fornecedora de dados curiosos sobre o que acontece nas corridas de ciclismo, trouxeram, em plena pré-temporada, os dados da nutrição de Tadej Pogacar durante o dia 24 de julho de 2025, dia em que o Tour de France enfrentou a monstruosa etapa alpina com final no Col de la Loze.
Um dia em que Tadej Pogacar, entre todas as refeições do dia, ingeriu a imensa quantidade de 6.000 calorias, a grande maioria delas após a corrida, a parte mais importante em uma prova por etapas, já que de uma boa recuperação de um dia para o outro depende a capacidade de render ao máximo em todas elas e conseguir o precioso maillot amarelo.
RECOMENDADO
A Pinarello da INEOS estreia cores e rodas para 2026
Benefícios de treinar no frio
Haverá motor Porsche em 2026, mas não bicicletas elétricas da marca
Apresenta-se uma edição de 2026 da Vuelta a España com sabor andaluz
Assim se decide quais equipes estarão na Copa do Mundo de MTB 2026
Esta SCOTT Spark RC é a Gravel mais extrema já concebida

No entanto, um dado que chama tremendamente a atenção nessa ingestão de nutrientes é a grande quantidade de proteínas presentes em seu menu, nada menos que 600 gramas de proteína que, com os cerca de 67 kg que se estima que pesa um Tadej Pogacar em plena forma, representa uns impressionantes 2,2 g/kg, praticamente a mesma quantidade de proteína por quilo de peso que costuma consumir um culturista e que supera com folga os apenas 0,8 g/kg recomendados para a população geral.
Como não poderia ser de outra forma, 150 desses 600 g de proteína são consumidos após a etapa, distribuídos entre o batido de proteínas habitual após cruzar a linha de chegada e o jantar, quando a recuperação é essencial. No entanto, também chama a atenção que sejam consumidos 120 gramas desse macronutriente durante o decorrer da mesma.

Claro, os carboidratos são vitais como principal fonte de energia. 1.200 gramas no total desse nutriente, com grande atenção ao café da manhã, mas também à etapa e pós-etapa. Concretamente, durante a etapa, consumiu 460 g de carboidratos, o que significa que, entre as 5 horas que durou a mesma, Tadej Pogacar ingeriu uma média de 92 g/h de carboidratos, uma cifra que se apresenta como conservadora quando ouvimos relatos de atletas de resistência que conseguem ingerir até 120 g/h.
No entanto, apesar de a Velon não ter apresentado o detalhamento do que consumiu exatamente durante a etapa, é provável que sim tenha consumido esses 120 g por hora durante toda a primeira parte da etapa para reduzir a ingestão de carboidratos na parte final, quando a intensidade é máxima, e assim evitar qualquer possibilidade de sofrer problemas gástricos que poderiam arruinar a corrida. De fato, em provas de um dia, Tadej Pogacar já consumiu esses 120 g/h que o mundo da nutrição esportiva marca como objetivo hoje em dia para um atleta de elite.

No que diz respeito às gorduras, estas se mantêm em níveis extremamente reduzidos, 10% da ingestão total desse dia, em comparação com os 25% que geralmente são recomendados em uma dieta equilibrada convencional. No entanto, trata-se de algo meramente circunstancial devido à enorme ingestão de carboidratos e proteínas necessária para garantir o desempenho e, de fato, a quantidade bruta de gorduras ingeridas, 66 g, é bastante considerável e, atualmente, nenhum ciclista prescinde da quantidade necessária desse nutriente, isso sim, sempre escolhendo opções saudáveis, de forma a garantir o correto funcionamento do organismo.