Freios a disco vs sapatas para bicicleta de estrada, o que você precisa saber em 2022?

Equipamento ciclismo 18/11/22 13:54 Guilherme

Prestes a comemorar uma década no mercado, os freios a disco se firmaram na gama de bicicletas de estrada. O debate sangrento sobre sua necessidade ou os motivos das marcas para sua implantação foi se diluindo. Apesar de tudo, ainda hoje muitos continuam a defender a simplicidade e eficácia freios de sapata.

Os freios a disco são realmente melhores que os freios de sapata?

Quase 10 anos após a introdução dos freios a disco no mercado de bicicletas de estrada, podemos ter perspectivas suficientes para decidir se esse sistema realmente significou uma evolução nas bicicletas de estrada em comparação com os freios de sapata de toda a vida, cuja evolução o tinha feito poderosos e moduláveis.

De qualquer forma, as marcas e fabricantes de grupos decidiram que o futuro pertence aos discos e, quer queira quer não, é cada vez mais difícil encontrar novas bicicletas com freios de sapata, mesmo nas gamas mais baixas.

As vantagens dos freios a disco

Apesar de todo o tempo em que estão no mercado, muitos ainda não têm clareza sobre as verdadeiras inovações que a introdução dos freios a disco implicou e permanecem em um genérico “freiam mais”.

Uma afirmação que na realidade não é bem assim, pois a capacidade máxima de frenagem é determinada pela aderência do pneu e não pela potência oferecida pelos freios, que, a nível bruto, não é muito superior à fornecida pelos modelos mais recentes disponíveis dos freios de sapata.

A ideia principal dos freios a disco é ter um sistema dedicado exclusivamente à tarefa de parar a bicicleta e não deixar a responsabilidade de transformar a energia cinética em calor no aro da bicicleta, que também é parte estrutural da roda e também tem a missão de manter o pneu da bicicleta no lugar, resistindo à pressão do ar alojado em seu interior.

Em outra parte, está o acionamento hidráulico dos freios a disco versus os cabos das sapatas de freio, uma forma de atuação que transmite instantaneamente a força que exercemos no manete para as pastilhas sem a necessidade de grande esforço. Isso possibilitou que a frenagem a partir do topo dos manetes fosse tão eficiente quanto ao segurar embaixo, reduzindo bastante a tensão do ciclista.

O tato direto do sistema hidráulico, com um comportamento muito mais linear que os cabos das sapatas de freio, permite uma modulação mais fácil da potência que aplicamos a todo momento, tornando a frenagem mais eficaz, podendo aplicar mais potência sem medo de bloquear a roda ou mesmo frear no meio de uma curva sem medo de perder aderência.

Por fim, não podemos esquecer a capacidade de frear quando a chuva aparece, que nos freios a disco permanece praticamente inalterada, ao contrário do que acontecia com as sapatas de freio cuja borracha era impiedosamente devorada pela frenagem quando a água era um obstáculo, além de reduzir a tremendamente a eficiência.

Como as bicicletas mudaram

Para muitos, a estética de uma bicicleta de estrada com freios a disco é uma verdadeira aberração. Simples opiniões pessoais para quem passou a vida inteira com um conceito de bicicleta. Na realidade, a estética não mudou muito nos últimos anos, além das seções maiores no chain stay e pernas do garfo, a fim de obter resistência suficiente para suportar a torção causada pela frenagem e a rigidez lateral necessária para evitar atritos.

A principal afetação para as bicicletas de incorporar freios a disco não é visualmente palpável, mas se traduz em um aumento de peso que, embora não seja excessivo por si só, deve ser somado a rodas mais robustas. Apesar de encontrarmos no mercado bicicletas realmente leves com freios a disco, em geral os pesos das bicicletas aumentaram, não só por causa dos discos, mas também pela padronização das seções aerodinâmicas dos tubos e do cabeamento interno, por isso hoje em dia é difícil encontrar bicicletas que se aproximem do limite UCI de 6,8 kg.

Os freios a disco permitiram eliminar a principal limitação dos espaços das rodas, por isso outra das mudanças foi a normalização do uso de aros e pneus mais largos, passando a normalizar a medida de 28 mm, que era a que há não muito tempo usavam os profissionais para enfrentar as clássicas dos pavés.

E por falar em pneus, deve-se mencionar também que os freios a disco têm sido um alívio para os fabricantes de rodas que tiveram que investir recursos significativos para obter confiabilidade em modelos de carbono para freios de sapatas, já que o superaquecimento causado pela frenagem foi por um tempo um sério problema de confiabilidade para este tipo de roda.

Problemas de freio a disco

Apesar de durante estes anos os sistemas de freios de disco terem evoluído para tornar as pinças mais minimalistas ou para integrar a ancoragem à bicicleta com a incorporação do sistema de flat mount ou para facilitar as tarefas de sangria, ainda seguem arrastando alguns inconvenientes que são apresentados por oponentes dos freios a disco.

A fricção das pastilhas contra o disco continua sendo a principal crítica que muitos fazem aos freios de disco, esquecendo-se que também era algo comum nas sapatas e que obrigava muitos a abrir a alavanca dos freios para separa-los e poder retirar a roda. Um problema que a Shimano tentou resolver em seus últimos grupos, mas que, mesmo assim, continua dando dor de cabeça.

Em geral, a manutenção dos freios a disco é o que mais assusta a maioria das pessoas. Ajustar as pinças para evitar atrito não é tão trivial quanto era com os freios de sapata e ter que sangrar os freios já é um processo de ficção científica para muitos. No entanto, a realidade é que, uma vez alcançado o ajuste correto, os freios a disco dificilmente precisam de atenção por um longo período de tempo.

Neste ponto temos que nos referir a um dos problemas que muitos previram e que não se tornou tal: o das quedas dentro do pelotão. Falava-se que os discos iam causar cortes e queimaduras. Alguns casos surgiram fingindo atribuir cortes aos freios a disco. Incidentes pontuais e que em muitos casos acabou mostrando que ocorreram com outro elemento da bicicleta, como as coroas.

Os freios a disco são melhores que os freios de sapata?

Como em todos os aspectos da vida, depende. Principalmente, o nível técnico do ciclista. Alguém com bom domínio da bicicleta é capaz de descer com a mesma rapidez e segurança com freios de sapata e com freios a disco. Devemos ter em mente que os freios de sapata já atingiram um nível tremendo de modulabilidade e eficácia antes de serem substituídos pela aposta das marcas pelos discos.

Aqueles que apreciarão o tato e a capacidade de frear quase sem esforço proporcionados pelos freios a disco são os menos habilidosos na bicicleta e aqueles que têm medo das decidas. Um medo que muitas vezes é gerado pela sensação de que você não será capaz de parar e controlar a bicicleta quando a velocidade aumentar. De fato, a eficiência dos freios a disco tem sido um alivio para esses ciclistas que, de repente, encontraram confiança para parar de sofrer nas descidas.

Como dissemos no início, depois de todos esses anos no mercado não há como voltar atrás e aos poucos as bicicletas com sapatas começarão a adquirir a aura das bicicletas clássicas que, como exemplo tem aquelas com as alavancas de câmbio no tubo diagonal. E o que você acha dos freios a disco? Está satisfeito com seu desempenho? Como os melhoraria? Conte-nos sobre isso em nossas redes sociais.

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