A fadiga causada pelo treinamento: é bom ou ruim?

Treinamento 05/01/22 19:25 Guilherme

Já faz quase um mês que nos foi dada "liberdade" para poder treinar na estrada ou nas montanhas com nossa bicicleta, mas depois de um longo período de confinamento podemos cometer alguns erros que podem nos afastar novamente das duas rodas, qual poderia ser o risco de voltar muito forte ou com muita intensidade?

O que é fadiga e como identificá-la?

Estamos cientes de que um dos problemas que podemos ter ao tentar retomar os treinos muito rapidamente é a fadiga, aquela sensação de que é difícil treinar ou até mesmo avançar durante o dia a dia.

Mas a pergunta que nos fazemos: o que é a fadiga? Quais tipos existem? Quando aparece cada uma delas? Tudo é tão ruim ou tem algum ponto de vista positivo? Vamos revelar essa e outras informações neste artigo, classificando e caracterizando um pouco cada tipo de situação.

Primeiro de tudo, devemos dizer que dentro do conceito de fadiga esportiva se englobam muitos fenômenos, dos quais a maioria vem do mundo da fisiologia do exercício.

Podemos classificá-lo de acordo com o tempo de aparecimento e o local de aparecimento, onde deve-se levar em consideração que a fadiga é um fenômeno contínuo no qual não há um corte exato. Com isso podemos classificá-lo em três grandes grupos:

  • Aguda
  • Subaguda
  • Crônica

A primeira delas é a fadiga aguda que normalmente aparece após o treino ou competição, causando redução no desempenho do atleta ou interrupção do exercício com efeito imediato. Essa fadiga pode afetar um grupo específico de músculos, então podemos dizer que é uma fadiga local. Caso contrário, quando afeta um grande grupo de músculos, podemos dizer que é global.

A parte positiva do cansaço ou fadiga é encontrada na fadiga aguda, já que é necessária para poder dar efeito ao fenômeno da supercompensação ou compensação, elemento essencial no processo de treinamento de qualquer esporte e que nos ajuda a melhorar a condição física de nossos atletas. Sua regeneração é em questão de horas ou dias.

A fadiga subaguda é caracterizada por vários microciclos de treinamento relativamente intensos com poucas horas de regeneração. Isso geralmente ocorre porque o atleta realiza ciclos de treinamento de intensidade ou volume maior do que está acostumado.

Esse tipo de fadiga também é necessário para estimular a adaptação e supercompensação do atleta e se for controlada não deve haver problema para o desempenho. A restauração dessa é em questão de uma a várias semanas, dependendo da carga de treinamento que o atleta suportou.

A fadiga crônica ou síndrome do overtraining aparecerá no atleta quando o ciclo treinamento-competição e recuperação estiver desequilibrado, causando um quadro de fadiga e reduzindo progressivamente o desempenho do atleta. É uma fadiga do tipo global, onde não está envolvido um único grupo muscular, mas afeta todo o corpo.

Este tipo de fadiga difere dos demais pela gravidade e duração dos sintomas que a acompanham, principalmente no tempo necessário para a recuperação.

Podemos dizer que sua regeneração é de vários meses em alguns casos.

Será o último passo, patológico, dos processos adaptativos que ocorrem com uma série de sintomas e sinais que afetam todo o organismo.

Dada a importância ao nível da nossa saúde, vamos destacar um pouco as causas desta fadiga, sempre diferenciando de uma abordagem médica, dividindo as causas em fisiológicas ou patológicas (Derman et al. 1997).

Fadiga fisiológica – causas:

  • Induzida pelo excesso de treinamento e/ou competição
  • Nutricional
  • Sono e descanso insuficientes
  • Viagens longas
  • Gravidez

Fadiga patológica – causas:

  • Infecções virais, como bacterianas ou parasitárias
  • Alterações hematológicas: falta de ferro, anemia...
  • Neoplasias
  • Patologia cardiorrespiratória
  • Patologia neuromuscular
  • Patologia Endócrina e Metabólica
  • Fadiga Induzida pelo uso de medicamentos
  • Sintomas de má absorção, alergias

Olhando para essas listas de causas, podemos dizer que a fadiga fisiológica é causada basicamente pelo treinamento e má adaptação a ele ou excesso de carga. Seria um treinamento inadequado por parte do atleta e seu planejamento esportivo junto com uma série de deficiências que não ajudam na assimilação da carga.

Por outro lado, a fadiga patológica será aquela que aparece sem ser causada por treinamento excessivo ou inadequado. É dado por causas médicas onde o atleta apresenta uma série de sintomas que podem ser avaliados por meio de testes fisiológicos submáximos ou máximos, exames de sangue, testes psicológicos simples (OMS) ou diários de treinamento onde é monitorado uma série de dados que podem nos mostrar vários sintomas, entre os mais controlados:

  • Frequência cardíaca ao acordar
  • Variabilidade do batimento cardíaco
  • Horas e qualidade do sono
  • Percepção de recuperação
  • Peso
  • Estado de ânimo
  • Intensidade, volume e densidade do treino
  • Percepção subjetiva de fadiga
  • Percepção de outros sintomas: peso muscular, coceira na garganta, tosse, náusea, vômito, diarreia

Com essas variáveis ??podemos intuir o real estado do atleta e podemos especificar mais sobre a recuperação pós-treino ou após microciclos de carga. É uma ferramenta de controle que é importante para os treinadores.

Em conclusão, podemos dizer que a fadiga é necessária para a adaptação no treino, mas não em excesso, pois se passarmos do ponto pode ser prejudicial e levar períodos longos ou muito longos de recuperação para o nosso corpo.

É preciso estar atento neste período que estamos vivendo, ir sem controle poderá causar quadros de fadiga crônica para o atleta.

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La fatiga causada por el entrenamiento ¿es buena o mala?

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