Um estudo confirma que ir na roda beneficia inclusive nas subidas
Proteger-se do vento funciona no pelotão, na descida, mas também nas subidas. Isso confirma um estudo recente.
Ir na roda no ciclismo, também na subida
Até hoje sabíamos do importante papel que tem uma equipe de ciclismo num aspecto fundamental como o de proteger o líder ou o velocista perante o momento chave. Para isso, costumam colocá-lo na segunda linha para ir de roda, ditar o ritmo e protegê-lo do vento contra.
Até hoje, sabíamos também que numa daquelas etapas de falso plano, em que uma fuga cuida entre conseguir chegar ou não à linha de chegada, os revezamentos são necessários e até recriminam-se porque não é a mesma coisa liderar o grupo do que ir de roda.
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E até hoje, por fim, também acreditávamos estar claro que aquelas posições que levam alguns a enfrentar a resistência do vento enquanto outros se protegem aerodinamicamente atrás da roda não funcionavam quando a estrada subia. Mas, como dissemos, até hoje.
Porque um estudo recente mostrou que sugar na roda, como é conhecida na gíria dos ciclistas, também funciona e beneficia a economia de energia do ciclista, mesmo em subidas bastante íngremes.
Os fatos: ir de roda na subida economiza até 7% de potencia
Foi publicado pela revista científica Sports Engineering e o artigo está disponível no Springer Link, após a realização de um estudo aprofundado no qual expôs os parâmetros comparativos em subidas de mais de 7%. E os resultados são clarividentes: subir mais de 7,5% de inclinação, algo muito comum em grandes passagens de montanha que atingem uma média mais ou menos semelhante, andar atrás de outro ciclista economiza 7% da potência. Mas é que fazê-lo em um grupo de 8 ou mais ciclistas, e esperar do meio para o fim do grupo, pode te dar um valor maior: uma economia de mais de 9%.
O seu funcionamento tem uma lógica arcaica, mas lógica e funciona a mil maravilhas: um ciclista assume a liderança e é quem mais se esforça para quebrar a barreira do vento. Uma vez que essa cortina se abre como uma faca, devido à dinâmica do ar, a resistência para os ciclistas que vão na roda é bem menor. Há anos essa teoria tem números: no plano e a mais de 40 quilômetros por hora, estima-se que mais de 90% da resistência experimentada pelo ciclista vem da resistência ao vento. As bicicletas, os rolamentos de cerâmica, o carbono, os pneus especiais e a termoformação dos quadros reduziram essa resistência ao mínimo. Mas o vento, a frontalidade do ar, é uma força da natureza, e esteve e estará lá.
A questão era se esse comportamento funcionava subindo e a resposta é sim. Mas mesmo os pesquisadores qualificam esses dados. Porque para torná-los realidade, você deve ser um ciclista de um certo nível, pois isso exige atingir uma certa potência e uma certa velocidade. Lembre-se de que estamos falando de mais de 7% de inclinação, no qual você terá que colocar mais de 400 watts durante essa subida, subidas que muitas vezes ultrapassam os 10 quilômetros. Mas se você é um ciclista capaz de economizar esse pouco, fique na roda, pois vai economizar mais de 7% da potência, potência que poderá usar no último trecho da montanha para atacar. E se você atacar, afaste-se para que o outro ciclista não aproveite os benefícios de ir na roda.