Dicas para andar com vento

Treinamento 29/07/25 13:27 Migue A.

O vento é sem dúvida o pior inimigo do ciclista, mais até do que a chuva ou o frio, não só pelo que dificulta na maioria das vezes o avanço, obrigando a um esforço extra, mas pela facilidade, principalmente com a proliferação de bicicletas e rodas aerodinâmicas, com que nos pode desestabilizar e provocar uma queda.

Dicas para andar com vento

Tudo o que precisas de saber para pedalar em condições de vento

Dependendo de onde vivem, o vento pode ser um companheiro habitual e indesejado das vossas saídas de bicicleta. Um elemento meteorológico que condiciona totalmente o pedalar e que pode até obrigar-nos a um esforço tal que nos faça desfalecer. Na verdade, aqueles que pedalam por Castela ou têm que conviver com o temido Cierzo no vale do Ebro sabem muito bem que o nível de esforço necessário para pedalar com vento de frente costuma assemelhar-se ao de subir uma montanha, com a diferença de que raramente encontramos montanhas de 20 ou 30 quilômetros e sim trechos com vento frontal de tais comprimentos.

Aqueles que vivem nestes territórios onde as amplas extensões desprotegidas são a tônica habitual das suas rotas, felizmente já conhecem algumas coisas que podem fazer para lidar com esses dias em que a intensidade do vento é tal que praticamente torna impossível pedalar.

Dicas para andar com vento

O primeiro a ter em conta ao sair para andar numa jornada ventosa é a escolha da rota. Hoje em dia, os diferentes sites meteorológicos oferecem uma tremenda precisão nas previsões, incluindo aquelas que dizem respeito à direção e intensidade do vento. Em relação à sua força, normalmente expressa na velocidade do mesmo, temos que ter em conta que, a partir de 10 km/h, já é uma intensidade que se vai fazer notar no pedalar e se esta chegar aos 20 km/h, vamos ter que sofrer duramente os seus efeitos.

No que diz respeito à direção do mesmo, é um dado que devíamos ter em conta ao escolher a rota a realizar, partindo preferencialmente na direção do mesmo para ter o vento maioritariamente de frente na parte inicial da rota, quando as nossas forças estão intactas e a favor no final. Também é útil para sofrer menos os efeitos do vento escolher zonas mais protegidas, por exemplo, que transitem por terreno com muita vegetação.

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Ao interpretar estas previsões de direção do vento, temos que ter em conta que estas são obtidas através de modelos matemáticos que se baseiam na circulação geral do ar na atmosfera, por isso não se tem em conta as peculiaridades de cada zona, em especial a orografia que pode fazer variar a direção do vento, por exemplo, canalizando-o ao longo de um vale ou os ventos térmicos que se geram em zonas costeiras à medida que o dia avança ou entre montanha e planície quando o vento que se aquece na segunda tende a subir em direção às montanhas.

A aerodinâmica desempenha um papel fundamental em condições de vento, para o bem ou para o mal. Muitas vezes as marcas expressam os ganhos de uma bicicleta ou umas rodas indicando os watts de potência que permitem poupar a 40 km/h, uma velocidade que é relativa, ou seja, temos que somar ou subtrair a velocidade do vento à nossa velocidade de pedalar para perceber que é um número bastante fácil de alcançar, principalmente se o vento incide de forma frontal.

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Isto significa que a aerodinâmica vai ser nossa aliada na luta contra o vento, fazendo com que, apesar do esforço extra que nos obriga a pedalar nessas condições, possamos poupar potência em comparação com se não tivéssemos em conta este fator. Quando falamos de aerodinâmica, falamos no seu conjunto, começando pelo ciclista, o elemento do sistema que gera mais resistência. Pedalar posicionados o mais aerodinâmicos possível, utilizar roupa justa que não flutue ao vento, preferir um capacete aerodinâmico a um convencional, serão ganhos que vão se somando para facilitar o nosso avanço quando o vento se opõe ao nosso pedalar. Se além disso, pudermos adicionar uma bicicleta de corte aero e umas rodas perfiladas, serão mais elementos que iremos adicionando para arranhar esses preciosos watts.

No entanto, em relação a bicicleta e rodas, temos que ter em conta outro aspecto, que é o de que maiores perfis aerodinâmicos se tornam instáveis a partir de certos ângulos de vento. Felizmente, os fabricantes e engenheiros contam cada vez com mais conhecimentos em matéria de aerodinâmica e tanto rodas como bicicletas são cada vez mais estáveis num maior alcance de ventos, no entanto, não deixa de ser um material mais difícil de manejar e nem todos os ciclistas contam com a habilidade técnica para poder pedalar em condições de vento lateral com umas rodas de perfil alto.

Dicas para andar com vento

E não nos esquecemos do principal fator aerodinâmico, a força do grupo. Sair acompanhados, quanto mais ciclistas melhor, permitirá distribuir os esforços de avançar contra o vento entre mais unidades e ter onde nos proteger quando as nossas forças fraquejarem. Aqui é importante fazer um grande parêntese. Quando sopra o vento de lado, todos gostamos de ir protegidos, mas temos que ter em conta que circulamos por estradas abertas ao tráfego com regras de circulação que devemos cumprir.

Embora na televisão nas corridas os leques sejam tremendamente estéticos, não podemos circular desta maneira, ocupando uma faixa completa por muito vento que sopre. Infelizmente não é raro ver grupos que o fazem, dando uma péssima imagem do coletivo ciclista. Se sopra vento lateral, que um ciclista se incline um pouco em relação ao que o precede pode ser lícito, mas daí a ocupar a faixa completa vai um mundo e, mesmo que seja um aborrecimento que nos deixa expostos ao vento, temos que manter a fila.

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Pedalemos sozinhos ou em grupo, muitas vezes o vento nos dá uma percepção irreal do esforço que vamos realizando. Não é demais nestes dias prestarmos especial atenção ao medidor de potência para nos mantermos, apesar de termos a sensação de avançar apenas um pouco, dentro dos limites de potência que sabemos que podemos sustentar para nos pouparmos a um desfalecimento à medida que avança o percurso.

Como conselho final para estes dias em que o vento sopra, mencionar a necessidade de ter especial precaução nas descidas, nas vagas, pontes ou zonas especialmente expostas onde uma rajada de vento nos possa surpreender e desestabilizar. Igual atenção teremos nas mudanças de direção, já que é especialmente crítico, sobretudo se utilizamos rodas de perfil alto, o momento em que o vento passa de incidir de um lado para o outro. A chave para não sofrer sustos é evitar agarrar o guiador com tensão de forma que os nossos braços possam absorver de forma natural, da mesma forma que absorveríamos um buraco, os movimentos que o vento gera.

Por cierto, ¿sabíais que en Países Bajos se disputa cada año el Campeonato Neerlandés de Ciclismo con el Viento en Contra? Una prueba sobre un circuito en línea de 8,5 kilómetros y donde se utilizan las habituales bicis holandesas de ciudad frente a unas condiciones que pueden llegar a superar los 100 km/h de intensidad de viento, de hecho, para que se dispute el viento ha de tenera una velocidad mínima entre 50 y 60 km/h.

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