De Gendt se torna um 'negacionista' de Pogacar
Thomas De Gendt é (com razão) um dos corredores mais amados e respeitados pelo público e pelo resto do pelotão. E, a partir de hoje, certamente será ainda mais. Porque, com seu estilo quase sempre cheio de humor, deu a resposta perfeita a Andrew Talansky, aquela antiga esperança do ciclismo americano que hoje, já aposentado, se dedica a divulgar teorias da conspiração sobre a pandemia em seu Twitter. E, por isso, o próprio De Gendt também se tornou um 'negacinista' por um tempo, embora, no seu caso, do bicampeão do Tour de France Tadej Pogacar.
Andy Talansky: triatleta, blogueiro e negacionista
Talvez você se lembre de Andrew Talansky do início da década passada. Porque este homem nascido em Nova York e criado em Miami foi chamado para ser, junto com Tejay Van Garderen, o futuro do ciclismo norte-americano depois de Lance Armstrong. Segundo no Tour del Porvenir de 2010, atrás de Nairo Quintana (e à frente de Mikel Landa ou Romain Bardet), passou no ano seguinte a profissionais com a Garmin, aos 22 anos.
E, imediatamente, começou a colher sucessos graças à sua grande regularidade: em 2012, com apenas 23, venceu o Tour de l'Ain, ficou em segundo lugar em Romandie (atrás de Wiggins, que venceria o Tour naquele ano) e terminou em 7º em uma das melhores Vueltas a España de que há memória; aquele em que lutaram Contador, Purito, Valverde e Froome. Em 2013 entrou no top 10 do Tour, venceu Froome no Dauphiné de 2014 (sua melhor vitória) e, ainda em 2016, terminou em 5º na Vuelta.
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No entanto, ele nunca cumpriu todas as esperanças que seus compatriotas depositaram nele. E, em 2017, quando ainda não tinha 29 anos, aposentou-se do ciclismo profissional. Desde então, você pode ter perdido o rastro dele, mas ele teve várias ocupações.
Assim como Armstrong, ele se dedicou ao triatlo por um tempo, escreve um blog em seu site no qual compartilha suas preocupações e, há alguns meses, seu Twitter está repleto de teorias da conspiração sobre o coronavírus. Para ele, tudo o que estamos vivenciando é uma grande mentira, e vacinas e máscaras são maléficas.
E um de seus últimos tweets sobre isso, de 18 de janeiro, gerou bastante polêmica. Nele, afirmou o seguinte: "Por curiosidade, saí das redes sociais e deixei de acompanhar as notícias durante alguns dias. Confirmou o que eu já sabia: a pandemia não existe. Sem redes ou smartphones nos assustando 24 horas por dia, essa farsa com a qual convivemos há 2 anos teria sido impossível.
A ironia de Thomas De Gendt: Pogacar também não é real
E hoje, Thomas De Gendt pegou o desafio em sua própria conta no Twitter. Claro, ele fez isso respondendo a outro usuário que pegou a postagem de Talansky, e não diretamente ao americano. "Ele está certo", ironizou o corredor da Lotto-Soudal. "Saí das redes sociais e não li nenhuma notícia sobre Pogacar. Se ele não for real, ele não pode me causar dano."
He is correct. I stayed of social media and haven’t read any news about Pogacar. If he isn’t real, he cannot hurt me.
— Thomas De Gendt (@DeGendtThomas) January 21, 2022
O belga, vencedor de etapas no Giro, Tour e Vuelta, não é conhecido apenas por ser o rei da fuga solo, por ser um dos melhores ciclistas do mundo ou por suas viagens de bikepacking com seu parceiro Tim Wellens. Também por seu peculiar senso de humor.
No ano passado, outro tweet seu já triunfou em que ele 'previa' o ano de 2032: "Evenepoel e Pogacar têm 6 Tours cada. Van der Poel compete em 17 disciplinas nos Jogos Olímpicos e aspira a 17 medalhas. Van Aert acaba de vencer o Paris-Roubaix pela sétima vez. Valverde anuncia que continuará por mais um ano porque ainda não se sente velho" (e sim, ele disse isso antes que se soubesse que o murciano continuaria em 2022). Desta vez, ainda mais, seu sarcasmo serve para desmontar o discurso dos antivacinas. Se De Gendt não existisse, certamente teria que ser inventado.