Evenepoel pede a entusiasta que não siga sua roda
Durante estes meses em que as estradas de Alicante estão cheias de ciclistas profissionais, não são poucos os fãs deste esporte que imitam os seus ídolos reservando parte das suas férias para passar uns dias nos arredores de Calpe ou Benidorm. Uns dias de diversão ciclística com o habitual bom tempo da aérea e que, muitas vezes, lhes dá a oportunidade de partilhar umas pedaladas com os seus ídolos.
Um entusiasta consegue seguir e gravar Remco Evenepoel em pleno esforço
Artem Shcherbyna se define em seu perfil no Instagram como um ciclista amador profissional, quase escalador, meio velocista e quase contrarrelojista. Nestes últimos dias, encheu o seu perfil com vídeos e fotografias de ciclistas profissionais treinando nas estradas da Marina Alta de Alicante.
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No entanto, um dos seus últimos vídeos conseguiu viralizar, primeiro por causa do seu protagonista, ninguém menos que o Campeão Mundial Remco Evenepoel e segundo, pela situação, no meio de um intervalo na conhecida subida de Tárbena, uma das preferidas para treinar tanto profissionais quanto amadores devido a sua inclinação constante em torno de 6% em seus pouco mais de 6 quilômetros que permite uma grande variedade de trabalhos em uma via que soma ao seu belo entorno a praticamente ausência de tráfego motorizado.
Obviamente, o nível de Artem Shcherbyna é notável por sustentar durante pouco mais de 3 minutos cerca de 400 W, como pode ser visto na montagem feita que inclui a telemetria de seus dados.
O vídeo gerou alguma polêmica nas redes sociais já que a certa altura do mesmo Remco Evenepoel vira e o indica sair da roda. Muitos apontaram que é um desrespeito seguir a roda de um profissional quando está trabalhando, enquanto do outro lado estão aqueles que aludem a má atitude de Remco e indicam que o ciclista está na estrada e segue a sua roda como poderia seguir qualquer outro.
Ambos estão em parte certos e, em nenhum momento o gesto de Remco significa uma esnoba ou aborrecimento, mas é compreensível, quem já fez treinos estruturados sabe disso, quando fazemos intervalos estamos totalmente focados no trabalho que temos de fazer e nos ritmos que devemos carregar. Ter um ciclista bufando nas costas não ajuda em nada a manter a concentração necessária para enfrentar esforços exigentes.
De qualquer forma, após o gesto, Artem Shcherbyna educadamente se afasta, apesar de continuar subindo a intensos 300 W enquanto passa por multidões de ciclistas e até mesmo um ciclista profissional da UAE em uma estrada, que ao longo do outro lado da aquela serra, onde está localizado o conhecido Coll de Rates, concentra durante essas semanas um grande número de ciclistas de todos os tipos.
Se também pretende passar alguns dias nestas terras, é muito possível que encontre alguns profissionais, tanto treinando sozinho ou com um parceiro quanto focado pedalando em equipe com os seus veículos de apoio.
Em geral, os profissionais não gostam que os ciclistas se incorporem aos grupos. É sobretudo uma questão de precaução pois muitas vezes não confiam no controle que estes possam ter da bicicleta e isso pode provocar uma queda, sobretudo se for o caso de quem tenta acompanhar o grupo sem ter o nível físico necessário.
Em treinos solitários ou pequenos grupos, depende muito do próprio ciclista profissional. Alguns não rejeitam a companhia e até agradecem em seus treinos longos, enquanto outros fazem cara feia se alguém pega a roda, então não faz mal, se nos encontrarmos na situação de poder compartilhar algumas pedaladas com um de nossos ídolos que perguntemos se eles se importam se rodarmos com eles.
Claro que quando fazem treinos intervalados a coisa fica séria e todo mundo busca passar aquele tempo de esforço total plenamente focados em seus watts, cadência, frequência cardíaca e esforço. Nessas ocasiões é preferível não interferir se, como é o caso que se pode ver no vídeo, tivermos um nível suficiente para enfrentar esse ritmo.
Um caso a que sempre se alude aos ciclistas que partilham os seus treinos com ciclistas é o do famoso grupo murciano de Alejandro Valverde, com dezenas de ciclistas que se encontram no habitual ponto de partida dos percursos e que rodam juntos até o ritmo imposto pela estrela murciana colocar cada um no seu lugar.